Capitulo 14- Papéis

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"Na sincronia entre coincidência e destino, cá estou eu à espera de que esse amor não seja simplesmente um acaso."
-Léo Cruz

Digamos que foi de certa forma difícil convencer o guarda a trocar as roupas com Isaac, ele temia as consequências daquela ação. E se o rei descobrisse? E se a culpa recaísse sobre ele?
Ester achou até cômico a forma como ele gaguejava e dizia que era errado usar a roupa do príncipe, alertando diversas vezes que Isaac não podia ficar andando em meio à aldeia e o quanto era perigoso.

Porém, Ester com seu jeito doce acabou por convencê-lo, assumindo toda a culpa de qualquer coisa que pudesse ocorrer.
Em menos de dez minutos Isaac estava vestido como um guarda real e ninguém desconfiaria se um guarda real estivesse andando com uma das ninfas do castelo pela aldeia, afinal de contas, elas precisavam de certa proteção já que os assédios na aldeia poderiam ocorrer.

—Entretanto, Majestade..—O guarda se manifestou no momento em que Isaac e Ester estavam prontos para sair.—Não demorem muito. Não sei que explicações darei ao rei quanto a isso, sei que não ficará contente.

—Não se preocupe!—Isaac garantiu—Estarei rapidamente de volta, levando em conta que, tenho que estar presente no momento do sorteio do nome.

O guarda confirmou com a cabeça e Ester sorriu animada.
Era até empolgante a ideia de passar alguns minutos, mesmo que poucos, a sós com Isaac.

—Vamos!—Sorrindo, tomou a mão dele na sua deixando os dedos bem entrelaçados e o puxou escada abaixo, com a expectativa de ver as belezas da festa que se desdobrava lá em embaixo.

—Você é mesmo sem explicação.—Isaac riu observando os cabelos dourados da menina a sua frente balançarem conforme ela se mexia no formato da trança que lhe caiu tão bem.

Diga-se de passagem, ele estava muito animado. Não conseguia se lembrar da última vez em que andou em um algum lugar sem estar acompanhando por diversos guardas reais. Quando era pequeno, foram poucas as vezes que veio para aldeia,e agora, mais velho, não tinha muito tempo.

Quando saíram daquela torre, Isaac puxou as golas da roupa e arrumou o quepe para que ninguém conseguisse ver seu rosto com clareza, impedindo assim, que fosse reconhecido.
Seus olhos percorriam as ruas decoradas e as roupas esvoaçantes que as pessoas usavam, era tão gratificante ver o povo tão feliz.

—Está tudo esplendoroso!—Murmurou formalmente, admirado.

—Você tem que ver a praça central, ela está linda. Gastamos muito tempo decorando.

Juntos eles foram andando em meio à população. Por mais que não tivessem notado que Isaac era o príncipe, todos observavam que a garota ninfa estava de mãos dadas com um rapaz e comentavam: "Que belo casal!"

A praça central estava decorada com fitas douradas e os mais diversos desenhos estavam ao redor das árvores.
Os humanos eram supersticiosos e tinham crenças que carregavam durante anos, acreditando que se dedicar a elas era crucial. Os festivais eram tratados com muito apreço e as crianças aprendiam que deviam respeitá-los.

No meio daquilo tudo estava o grande cesto, os papéis com o nome das pessoas já preenchia boa parte dele.

Isaac parou e o encarou de longe, Ester fez o mesmo.

—Está pensando que o nome da sua futura noiva está lá dentro?—Brincou tentando amenizar o nervosismo que ela sentia estar presente nele.—Já sei! Está pensando que pode pegar o nome de alguém...digamos que em vez de uma noiva, um noivo?

Pelas EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora