Três

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Eu estava no local combinado há algum tempo

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Eu estava no local combinado há algum tempo. Enquanto esperava por Will, pensava em nosso futuro.
Tínhamos algum dinheiro que nos ajudaria por um tempo. Não tínhamos destino, mas para fugir dos meus pais e finalmente ser feliz sem obedecer suas regras e padrões eu iria para mui
to longe, trabalharia em qualquer coisa e teríamos nossa casinha e nosso bebê.

Daquela hora, já deveriam ter encontrado o carro em que estava, jogado no mar e em breve a notícia do desaparecimento e possível morte da herdeira as empre

sas Warn, seria divulgada pela mídia.
Eu esperava que assim acontecesse. Coloquei uma peruca e óculos enquanto esperava a ligação de William em uma cafeteria, já em San Diego.

— vai querer o que?— a garçonete perguntou me despertando do transe. O mar estava bem agitado hoje, dava para ver da janela.

— um café, por favor.

Ela assentiu e encarei a tela do meu celular. Não havia telefonema e já havia se passado uma hora.

— obrigada.— falei quando ela trouxe meu café.

— meu deus, mais uma tragédia!

Ergui os olhos para a menina, confusa. Ela olhava para uma pequena televisão onde, com o tempo, pude perceber que falavam de um acidente na estrada.

— foi hoje?— perguntei.

— há algum tempo. O carro despistou e capotou. Os dois homens morreram na hora.

Um arrepio percorreu o meu corpo e procurei meu celular.

William não atendia e eu já havia telefonado muitas vezes e deixado muitas mensagens.

—"… o motorista do táxi, Matheus Herrera de 37 anos morreu na ambulância enquanto estavam a caminho do hospital. Já o outro homem que foi identificado como William kayne morreu na hora… "

A repórter falou e na hora eu parei de ouvir.
O mundo parou, e eu me encontrei praticamente parada ouvindo tudo como se fosse em câmera lenta.
Não poderia ser. Não depois de tudo o que fizemos para ficar juntos.
O meu amor não podia ter me deixado, ele havia prometido que não iria nos deixar.

Uma lágrima escorreu e apertei o celular logo iniciando uma chamada.

Atende…Atende..

Aquilo não poderia estar acontecendo.
Só poderia ser um pesadelo.

— moça? Moça, tudo bem?

— não, não, não. Meu deus não!!

Todos me encaravam naquela hora, mas meu coração estava afundando em dor.
Aquela notícia repetiu mil vezes em minha mente juntamente com a foto mostrada. Todos os nossos melhores momentos durante nosso relacionamento. Nosso esforço para alcançar a felicidade, tudo havia sido em vão.

— você me deixou.— falei sendo acolhida pela moça.

— o homem do acidente era seu parente?— ela perguntou desesperada.— DÊEM ESPAÇO!!!

Eu me soltei dela. Corri para fora do lugar tocando minha barriga.
As lágrimas caíram pesadas e carregadas de dor, mágoa.
Encarei o céu nublado e gritei quando afundei os joelhos na areia. Eu nem mesmo havia percebido que já estava na praia, havia atravessado a rua sem notar.


O ar faltou e quando voltou aos meus pulmões eu quis continuar sem sentir. Sem respirar.
Andei até o mar e fechei os olhos.
Cada passo, uma lágrima.
Cada pedaço de pele sendo engolida pela água, levava mais de minha esperança.

Então o ar parou de entrar. A água envolveu meu corpo como um conforto. E eu fechei os olhos.

Eu tinha que ser forte e não desistir. Eu tinha que pensar no meu bebê. Mas eu queria ser egoísta novamente.
Eu só queria felicidade e amor, mas tudo desmoronou e escorreu por entre meus dedos.

E então eu fechei os olhos uma última vez com a certeza que esses já não seriam abertos.
Pois já não havia esperança.

• Isso não foi incentivo para suicidio.

HOPE || Primeiro LivroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora