Capítulo 6 - Bia

281 22 0
                                    

Alguns dias se passaram desde o começo de tudo e a cada dia que passava eu tinha mais certeza de que aceitar a namorar com o Edu foi uma decisão acertada

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Alguns dias se passaram desde o começo de tudo e a cada dia que passava eu tinha mais certeza de que aceitar a namorar com o Edu foi uma decisão acertada.
Ele era perfeito!
Eu sempre o admirei como pessoa, Edu sempre foi o meu melhor amigo, mas descobrir que também podia o admirar como homem e namorado estava sendo uma novidade para mim.
Agora eu podia observá-lo de forma diferente, com sentimentos diferentes e a cada segundo que passava eu sentia mais raiva de mim mesma por não tê-lo enxergado. Como pude ser tão cega? Aonde eu estava com a cabeça para não ver o lindo homem com um tanquinho maravilhoso que estava a minha frente?
Isso não importava mais, o que importa agora é fazer dar certo daqui para frente. Eu queria me apaixonar pelo Edu, disso eu tinha certeza. Eu queria ser feliz e fazê-lo feliz, por que eu via nitidamente que ele fazia de tudo para que eu fosse.
Edu sempre fez todas as minhas vontades, mas agora... É diferente. É como se ele sempre soubesse o que fazer antes mesmo que eu peça. Conseguimos nos comunicar com um simples olhar. Okay, talvez sempre tenha sido assim. Mas agora, seus olhares me provocam arrepios e vibrações por todo o corpo.
O Edu estava demonstrando todo seu amor e carinho sem me pressionar. Eu via que ele não queria forçar a barra comigo. Então ele só demonstrava seus sentimentos em ações, ele não fazia declarações e nem voltou a repetir a frase "Eu te amo" por que ele sabia que não era necessário que fosse repetido e também, por que ele sabia que eu não poderia respondê-lo com um "eu também". Ele sabia que era cedo, e ele não queria fazer ou falar nada que de certa forma me pressionasse a demonstrar algum sentimento recíproco. E isso me fazia gostar dele cada vez mais.
Hoje era sábado, já passava das quatorze horas da tarde e eu estava deitada na minha cama consada de olhar minhas redes sociais. Tédio, era uma coisa comum para mim e se fazia presente em boa parte do meu dia, já deveria estar acostumada.
Eu só queria algo para fazer, então quando o furacão Arthur entrou correndo no meu quarto, pulando em cima da cama eu fiquei feliz por passar o tempo mesmo que seja com ele me apurrinhando.
_Vamos! Vamos! Vamos! - ele gritava empolgado me fazendo sorrir com seu desespero.
_Vamos onde? - Arthur deu um último pulo antes de ficar de joelho e me olhar com seus lindos olhos azuis, como os meus.
_O papai falou que vai me levar ao zoológico para ver a onça pintada e o leão. - ele bate as mãozinhas empolgado. Meu irmãozinho tinha apenas 6 anos e apesar de muitas vezes eu querer matá-lo por suas bagunças e travessuras eu o amava muito e adorava vê-lo tão feliz com algo tão simples como isso. -Vamos? -ele perguntou mais uma vez, mas antes que eu respondesse minha mãe apareceu na porta do quarto.
_Se quiser depois podemos ir ao pedalinho, sei que você gosta. -ela disse. É verdade eu adorava ir ao pedalinho, desde pequena eu sempre gostei. Ficava competindo com as pessoas, mesmo sem elas saberem, e sempre ganhava. Mas quando a minha mãe fez aquela proposta e os olhos brilhantes do meu irmãozinho se fixaram nos meus aguardando uma resposta eu percebi que apesar de estar completamente entediada não era aquilo que eu queria fazer naquele dia, apesar de amar estar em família, eu queria outra coisa...
_Hoje não dá, vou ao cinema com o Edu. - menti, ele não havia me chamado para sair, e eu sabia o por quê... Mas isso não me impedia de estar com ele.
Minha mãe arqueou uma sobrancelha e deu de ombros.
_Certo, deixa para a próxima. Vamos Arthur você precisa se arrumar. - meu irmãozinho pulou na minha cama e saiu correndo corredor a fora. Mas antes que minha mãe saísse eu pedi.
_Mãe, tem como me dar algum dinheiro? - faço minha melhor cara de anjo. - Pro cinema. - ressalto desnecessáriamente minha mentira. Minha mãe revira os olhos e acente.
Sorrio vitoriosa.
Okay, eu sei que eu não iria realmente ao cinema, mas eu estava zerada e dinheiro nunca é demais para uma pobre estudante/ mulher.
Assim que ela saiu do quarto pulei da cama me sentindo empolgada. Procurei alguma roupa no meu guarda roupas que, definitivamente, não era nada comparado ao da Isa mas que tinha algumas roupas bonitas. Escolhi um vestido azul caneta de alças, que tem um decote em V, é justo até a cintura e soltinho no restante dele. Peguei uma calcinha na minha gaveta e me dirigi ao banheiro. Tomei um banho relaxante e demorado, vesti a roupa escolhida e sequei meu cabelo com o secador, escovando minhas poucas ondas até que ficassem do meu agrado. Passo apenas um rímel para destacar meus olhos, já que não tenho quase cílios nenhum e sem rímel eles são impossíveis de serem notados. Passei um batom nude pois eu não queria ficar demais, eu queria parecer simples e casual e não mostrar que me enfeitei toda para vê-lo. Seria um pouco de mais.
Depois de satisfeita com minha aparência pus uma rasteirinha bege e desci as escadas, minha mãe havia deixado o dinheiro em cima da bancada da sala peguei-o pondo em uma pequena bolsa e trancando a porta da minha casa caminhei em direção à casa do meu mais novo namorado.
Ele não havia dito que sairia hoje, então eu tinha esperanças de encontrá-lo em casa. Eu até poderia mandar uma mensagem avisando, mas confesso que gostei da ideia de surpreendê-lo.
O sol estava quente e apesar da caminhada não ser tão longa eu só pensava que não queria chegar lá pingando de suor, seria nojento.
Eu só não sabia o que podia fazer para impedir isso afinal, se eu andasse mais rápido eu suaria pelo esforço e se eu andasse devagar eu suaria pelo sol. Então a solução foi andar devagar e pelas sombras.
Quando cheguei à casa dele senti meu coração palpitar ansioso. Tomara que ele esteja em casa por que fazer todo esse esforço de sair da minha casa, andar neste calor tentando não suar para chegar aqui e ele não estar eu ficaria muito revoltada.
Apertei a campainha esperançosa e após alguns segundos eu repeti a ação. Me aproximei da porta buscando ouvir algum som do lado de dentro mas nada. Apertei a campainha mais uma vez e ouvi o eco que ela fazia dentro da casa. Urgh! Resmungo irritada. Eu não acredito!
Pressiono a campainha furiosamente por milhares de vezes sem parar. Eu sabia que ele não estava em casa, que ninguém estava em casa, mas eu tinha que descontar a minha raiva em algo, então que fosse na campainha.
Cansada e frustrada viro-me e encaro o sol quente à minha frente com total desânimo. Por quê eu não saí com meus pais mesmo?
Caminho lentamente enquanto me martirizo, dizendo a mim mesma que nunca mais faria uma surpresa para alguém, o bom mesmo é ligar e perguntar se a pessoa está em casa ou não. Bianca sua idiota, você não pensa? Mas Eduardo vai ter que me dizer onde foi, e por quê diabos ele não me contou isso. Ele sempre me contou tudo! Mesmo antes, imagina agora. Ele tinha que me falar até sobre seus suspiros dados fora de hora. Meu lado possessivo e dramático surge e não consigo controlá-lo. Suspiro irritada.
_Bia! - ouço me chamar e paraliso no local. Viro-me na direção da voz e me sinto ruborizar. Eduardo estava na porta da casa dele me encarando como se eu fosse um fantasma.
Sem saída, volto a andar em sua direção e constato que ele deve estar me achando uma louca, eu quase quebrei aquela maldita campainha. E ele estava ouvindo! Oh céus! Me sinto ficar ainda mais vermelha eu abaixo minha cabeça e caminho encarando meus pés. Respira Bia, você precisa respirar... Quando chego perto o suficiente para tocá-lo me obrigo a levantar a cabeça e olhar em seus olhos, e só então eu percebo...
Eduardo estava só de toalha, na minha frente! Havia gotas de água por todo o seu peitoral deixando explícito que ele acabara de sair do banho. Me vi engolindo em seco enquanto voltava a apreciar seu tanquinho. Deus! Eu tinha vontade de...
_U-hum. - Edu pigarreia chamando minha atenção. E eu me obrigo a olhar em seus olhos. Eu sei que eu devia falar algo, mas sentia minha boca seca, e totalmente sem capacidade de formular palavra imagina uma frase.
_Está tudo bem? - ele perguntou cauteloso. Acenei positivamente e voltei a olhar seu peito e as pequenas gotículas de água que escorriam por ele.
Ainda que insegura, mas tomada por um desejo fora do normal levantei minha mão direita e, timidamente toquei seu peito. Senti um choque percorrer meu corpo começando pelos dedos, agora molhados. Vi quando Edu parou de respirar e tensionou seus músculos por completo, fazendo com que eles se mexessem levemente em minha mão. Ele não esperava esse meu toque, era nítido. Quando ousei olhar em seus olhos vi uma coisa nova, algo que nunca havia visto antes, com garoto nenhum.
Eu nunca havia visto aquele olhar, mas eu imaginava o que ele significava, porque eu sentia que seu olhar naquele momento refletia o meu.
Edu colocou sua mão sobre à minha colando-a ainda mais à sua pele molhada.
_Bia... - sussurrou como quem avisa.
_Edu... - consigo sussurrar antes de olhar em seus lábios entreabertos e beijá-lo com todo o meu desejo. Edu deu um passo para trás envolvendo minha cintura e me puxando com ele desprendendo a mão do meu corpo apenas para bater a porta da casa dele.
Estávamos em um beijo desesperado, loucos de desejo. Eduardo levou uma de suas mãos até o meu cabelo e os puxava levemente, se afastando de meus lábios e deixando leves mordidas por todo meu pescoço, ombros e peito. Tentei segurar um gemido que saiu de minha garganta sem que eu pudesse impedi-lo. Eu passeei minhas mãos pelo seu corpo ainda húmido e arranhei suas costas quando ele mordiscou minha orelha provocando um arrepio intenso no meu corpo. Eduardo gemeu e suas mãos desceram por meu corpo até encontrar minhas coxas.
Ele se afastou do meu pescoço, olhando em meus olhos antes de me beijar mais uma vez. Dessa vez o beijo era intenso, mas não desesperado. Era como se ele quisesse me passar seus sentimentos mas ao mesmo tempo tinha uma certa urgência com isso.
Eu senti uma parede em minhas costas e não fazia idéia de como eu havia ido parar ali. Nós andamos?
Tanto faz, naquele momento nada mais importava além daqueles maravilhosos lábios me instigando a saboreá-los. E, por mais uma vez, me martirizei por não tê-los beijado antes.
Puxei com força os cabelos do Edu quando ele mordeu meu lábio inferior, tirando de mim um gemido profundo. Em resposta, Edu pegou minha coxa direita e levantou-a em sua direção, colocando minha perna em sua cintura fazendo com que eu o enlaçasse. Era algo novo para mim, mas extremamente sexy.
Ele deslizou sua mão através da minha perna até que chegasse à minha bunda, onde apertou e eu gemi, ainda em seus lábios.
Eu me sentia totalmente fora de mim, era como se eu não raciocinasse mais, eu apenas sentia... Sentia seu toque, seus beijos e todas as vibrações por meu corpo que eles proporcionavam. Todavia, no momento em que o Edu pressionou... Aquilo em mim eu travei. Com minha perna enlaçada em sua cintura e levando em consideração que ele estava apenas de toalha (que pensando bem até que estava bem presa, por que com todos aqueles amassos ela já deveria ter caído há tempos), a sensação que senti foi... Angustiante. Em todos e quaisquer sentidos da palavra, por que ao mesmo tempo que eu queria aquilo naquele momento, eu me senti retesar apesar de não ter capacidade o suficiente para afastá-lo. Mas era o Edu, ele me conhece como ninguém, então ele imediatamente se afastou, ainda que ofegante e me olhou como se pedisse desculpas. Na verdade, eu que deveria pedir, mas eu não conseguia me mexer e muito menos falar naquele momento.
_Eu vou... -respirou mais uma vez lentamente olhando para baixo antes de voltar a me olhar. - Eu vou vestir uma roupa, e já volto aqui para fazermos... -ele arqueou uma sobrancelha e por fim deu de ombros. - o que você quiser fazer. - me sinto ficar vermelha e ele pigarreia enquanto coça a cabeça um pouco sem jeito, seu movimento me fez voltar a atenção para o seu peito, e droga Bianca, essa tara com tanquinhos já deu! Mas não, eu tive que admirá-los com afinco novamente. - Quer dizer, você veio aqui para algo certo? - olhei em seus olhos mas nada disse. - Ou não. - ele suspirou vendo que eu estava no meu estado de "não consigo conversar com você enquanto você está sem camisa". - Eu vou por uma roupa. - finalizou e camihou em direção às escadas. Observei-o caminhar para longe e quando finalmente não podia mas vê-lo comecei a voltar ao normal.
Okay, agora eu podia respirar. E foi o que eu fiz soltei a respiração lentamente e me dirigi até a cozinha abrindo a geladeira e pegando a água, parecia que aqui dentro estava mais quente do que do lado de fora. Me abanei e coloquei a água em um copo, antes de bebe-la e pensar sobre o que acabara de acontecer.
Deus! Nunca algo assim, ou minimamente parecido com isso, aconteceu comigo. Nunca nenhum garoto foi capaz de despertar esses sentimentos, essas emoções. Eu estava ficando louca!
Eu tive alguns ficantes na minha vida e um namorado, mas sempre foi só uns beijinhos bobos, uns amassos... Mas isso? Isso foi... - solto um suspiro cansado.
Eu o desejava, e muito. Parece que desde que tudo começou eu vejo um outro Edu, é impossível não olhar em sua direção e não desejar tocá-lo, beijá-lo, e agora...
As sensações que senti, as vibrações... Parece que ainda sinto seu toque em minha pele, principalmente em minha bunda. É como se minha pele fosse sensível ao seu toque.
E toda essa erupção de sentimentos que ele me proporcionava me fez pensar pela primeira vez em algo que não havia pensado antes com outra pessoa.
Eu não era romântica a ponto de desejar casar virgem como a Manu, e nem romântica a ponto de querer idealizar a minha primeira vez querendo que seja com alguém que eu ame loucamente, talvez imaginando até que essa pessoa seria a única na minha vida, como a Isa pensa.
Não, eu sou mais pé no chão. Sempre vivi o momento, sem pensar no amanhã.
Então agora eu me questionava por que diabos eu recuei? E a resposta foi bem simples: eu não esperava por tudo aquilo. Nunca senti nada parecido então claro que eu recuaria, por medo. Mas não por um medo ruim, e sim por um medo bom, não por um medo que me fizesse mudar de ideia ou me paralizar, mas um medo de antecipação, um medo de euforia, um medo de nervosismo. Nada mais natural não?
Então, quando meu namorado entrou na cozinha completamente vestido o observei com afinco antes de abrir um sorriso. Eu poderia não amá-lo, mas a atração que sentia por esse homem era absurda.
E não havia um só ponto capaz de me fazer recuar, ele era o meu mais novo namorado, era lindo, sexy, o melhor rapaz que já conheci na vida e eu podia confiar à ele a minha vida, imagina a minha virgindade.
Por isso quando Edu sorriu em resposta e caminhou à passos lentos em minha direção eu sabia que era ele, que ele era a pessoa certa e que nada poderia me impedir de viver esse momento.

 Por isso quando Edu sorriu em resposta e caminhou à passos lentos em minha direção eu sabia que era ele, que ele era a pessoa certa e que nada poderia me impedir de viver esse momento

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Bela Amizade - Trilogia Belas (Concluído)Where stories live. Discover now