Capítulo 5 - Edu

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Definitivamente eu nunca me senti tão feliz

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Definitivamente eu nunca me senti tão feliz. Feliz? Feliz é pouco para o tamanho da emoção que me toma. Eu estava radiante, exultante, eufórico! Eu definitivamente estou namorando Bianca Beraldini.
Alguém sabe o que isso significa?
Significa que meu maior desejo estava se realizando. E acreditem, eu nunca pensei que esse sonho poderia ser realizado algum dia, me parecia uma realidade tão fictícia, tão impossível de se realizar...
Mas agora eu acabei de entrar na escola de mãos dadas com a mulher da minha vida mostrando ao mundo, que sim, Bianca Beraldini é minha e eu sou dela.
Ela é incrível! E linda, e Deus! Sua pele, seu corpo, seus lábios... Tudo nela é perfeito. Seu beijo é ainda melhor do que eu imaginei. E acreditem, eu imaginei muito. Passei anos imaginando. Mas poder beijá-la e ser correspondido é melhor do que qualquer imaginação.
Me despedi da minha namorada no corredor e segui em direção a minha sala. Lá notei alguns olhares curiosos, mas eu estava tão alheio a todos que eu só queria pensar na Bia e em fazê-la muito feliz, fazer com que ela se apaixone por mim para que isso dê certo. Deus! Por favor, ela tem que se apaixonar por mim. - imploro aos céus com toda a fé que tenho em minha alma. -Por favor, por favor, por favor... - suplico silenciosamente, desejando que um dia ela me ame.
A professora de química logo entrou na sala e começou a dar a aula. Eu definitivamente odiava Química, mas nem essa aula poderia tirar o meu bom humor.
Quando já estávamos quase na metade da aula, uma Manoela com pressa adentra a sala de aula e só então eu lembro que não fui buscar minha outra amiga. Ela, muito compreensiva como sempre, não reclamou, ou se quer me olhou feio, apenas sentou ao meu lado um pouco ofegante. Provavelmente devido a correria, pela forma que ela entrou na sala, ela veio correndo até a escola.
Me senti mal por ter feito isso com ela, depois da minha, a casa da Manu é a mais longe da escola.
_Desculpa, eu esqueci.- sussurrei verdadeiramente e ela me olhou estranho, mas apenas deu de ombros.
_Tudo bem, acontece. Pode me passar a matéria que eu perdi? - impurrei meu caderno em sua direção e com um sorriso tímido Manu agradeceu e pegou o caderno para copiar a matéria.
No horário do intervalo minha amiga diz que vai ao banheiro e que nos encontrará na lanchonete. Assim sendo, vou empolgado até a sala da minha namorada para ver se ela já saiu. Eu estava empolgado, eu só queria ficar o tempo todo com ela. Logo que chego Bianca está saindo pela porta acompanhada da Janice, que me vê e me aponta para Bia, que ao olhar para trás ruboriza instantaneamente. Acho fofo.
Me aproximo mais e dou um beijo em sua testa assim que chego perto o suficiente dela.
_Como foi a aula querida? - pergunto provocando-a pois sei que ela sempre diz odiar estudar. Bia revira os olhos para mim que sorrio e a abraço.
_Aii que lindos. Nunca imaginei vocês como um casal mas super apóio. - Janice diz e Bianca esconde o rosto ruborizado no meu ombro.
_Obrigado. - agradeço e ela logo se despede. - Manu disse que vai nos encontrar na lanchonete, vamos? - pergunto e Bia acena positivamente enquanto começamos a caminhar pelo corredor movimentado. Até que ela para e me olha, como se houvesse lembrado de algo.
_A Manu... - então eu entendo.
_Sim. - coço a cabeça constrangido. - esquecemos de buscá-la. - minha namorada faz uma careta culpada e prefiro não informar que devido ao nosso esquecimento a nossa amiga chegou atrasada na escola.
_Ela sabe?
_Eu ainda não disse. - respondo.
_Nem eu. Droga! Sou uma péssima amiga. - reclama minha menina.
_Não é não, você é maravilhosa! Em todos os aspectos. E a Manu vai entender.
_Claro que vai, a Manu sempre entende tudo. - diz, mas sua afirmação não soa como uma coisa boa. Provavelmente pelo fato da Manu ser a garota mais meiga e compreensiva que existe. Ela nunca reclama de nada, nem da irmã dela que vive para infernizá-la. Manu prefere não falar sobre ela, mas jamais reclama.
Ela é uma moça fantástica, mas não sabe disso.
Chegamos a lanchonete e eu compro um sanduíche natural e um copo de suco de laranja para mim, já a Bia come um croissant de peito de peru com cheddar e um refrigerante. Sempre diet. Sorrio por conhecer inclusive seus hábitos alimentares. Como ela mesmo diz: quanto menos saudável melhor para ela.
Nos sentamos em uma mesa sob alguns olhares curiosos.
_Será que vai demorar para que se acostumem? - pergunta entre uma mordida no seu salgado.
_Não creio. Somos só dois melhores amigos que decidiram namorar. Em breve alguma garota do fundamental engravida e eles esquecem de nós. - brinco e sorrio, Bia me dá um tapa no braço.
_Não seja malvado! - caio na gargalhada e ela me acompanha.
Até que meus olhos se fixam nos seus e o clima começa a mudar. O sorriso aos poucos vai sumindo e as feições da minha namorada começa a ter leves tons de vermelho. Ela está sentada ao meu lado então bastaria um movimento meu para que mais uma vez seus lábios fossem meus. Todavia eu sabia que aquele não era o local adequado, estávamos na escola, rodeados de pessoas fofoqueiras que estavam ansiosos por qualquer informação. Eu tentava a todo custo pensar com clareza, mas quando vi minha garota umidecer os lábios e fechar os olhos por um momento engolindo em seco qualquer pensamento coerente foi para o espaço e se não fosse a chegada da Manu ao nosso lado eu teria agarrado a minha namorada bem ali no meio daquela lanchonete e sabe-se Deus se eu conseguiria parar.
_Ah meu Deus é verdade? - Manu pergunta empolgada nos dando um susto e sentando-se a nossa frente. - É verdade o que ouvi no banheiro? Vocês estão namorando? - dispara ela animada. Enquanto Bianca ainda mais vermelha agora por ter sido flagrada tentava a encarar como se nada houvesse sido interrompido.
_Sim, é verdade. - digo simplesmente.
_Então foi por isso que me esqueceram! - diz como se achasse a resposta para uma pergunta milionária. - Vocês estavam mais ocupados fazendo sabe-se lá o que.
_Manu... - Bia começa mais é interrompida por uma Manuela afoita.
_ Há quanto tempo isso está rolando? - pergunta curiosa, ela jamais diria, mas a verdade é que a pergunta dela implicitamente quer dizer: Por que eu sou a última a saber? Mas como já disse antes, Manuela Lopes jamais reclamaria de algo.
_Foi recente na verdade. - Bia diz.
_ Sim, parece que foi ontem. - brinco.
_Na verdade foi ontem mesmo. - Bia diz e sorrimos juntos.
_Eu fico muito feliz por vocês. Mesmo em segredo eu sempre torci por vocês, sempre desconfiei dessa louca paixão do Edu por você Bia. - Manu diz e automaticamente minha namorada vira quase que 360 graus para me olhar.
_Sério? Ela também sabia? - reclama. - Pelo visto eu sou a única que não sabia de nada, que nunca desconfiou de nada...
_ Já passou querida - a abraço e deposito um beijo em seu rosto. - agora tudo vai ser as claras por aqui.
_Hum... - murmura emburrada como sempre faz quando algo não acontece da forma que ela quer. Minha vontade era beijar seus lábios emburrados mas me controlo sabendo que dessa vez, literalmente, temos companhia.

Ao sair da escola dessa vez eu lembro de levar a Manu junto, deixo-a em frente a sua casa e por fim levo a Bia. Vamos conversando por todo o caminho, como sempre, assunto jamais faltava.
Quando chegamos o assunto acabou e clima mudou totalmente. Bianca se virou para me olhar e vi quando ela ruborizou instantaneamente ao ver meus olhos fixos em sua direção. Ela se mexeu um pouco desconfortável e abraçou a mochila sem saber o que fazer. Eu compreendia sua reação, para ela, diferente de para mim que imaginei essa situação milhares de vezes, tudo aquilo era novo, novo demais. Afinal provavelmente nesse momento faz vinte e quatro horas desde o momento mais acertado da minha vida, o momento em que finalmente tive coragem de olhar dentro de seus olhos e dizer o quanto eu a amava.
E por mais que eu saiba, e veja, o quanto ela está se esforçando para tentar agir normalmente na minha frente, eu sei e ela sabe que as coisas não são mais como antes, são diferentes e muito melhores.
Quando Bianca sem mais olhar na minha direção pôs as mãos na porta abrindo-a eu fiz o que devia fazer: puxei-a e tomei seus lábios para mim. E por mais que para mim esse ato tenha sido espontâneo era como se minha namorada já esperasse por ele. Seus lábios não titubearam ao me dar passagem, e muito menos sua língua ao instigar-me com afinco. Era como se nosso beijo combinasse, não havia estranheza. De minha parte eu só sentia meu coração palpitando furiosamente toda vez que eu a tocava e tinha a constatação de que era real, de que realmente Bianca Beraldini era minha namorada e eu poderia beijá-la sempre que quisesse.
Minhas mãos desceram até sua cintura puxando seu corpo para cada vez mais perto do meu enquanto Bia puxava levemente, ainda que insegura, os meus cabelos.
Quando o ar faltou eu encostei minha testa na sua e acariciei suas maçãs antes de abrir os olhos e encarar seus lindos olhos azuis.
_Se eu soubesse que seu beijo era assim... - sussurra fechando os olhos, me afasto para olhá-la e arqueio uma sobrancelha curioso.
_Assim? Assim como?  - questiono.
_Tão bom, tão maravilhoso... - diz baixinho como se para si mesma ainda de olhos fechados e sinto meu coração pular dentro de mim. - Se soubesse que é tão bom assim teria te beijado antes. - finaliza e sem esperar mais nada volto a beijá-la.
_Agora você pode recuperar o tempo perdido e me beijar sempre que quiser, quantas vezes quiser... Eu jamais irei me opor a satisfazê-la. - digo em um sussurro perto de seu ouvido e ela me puxa de volta para seus lábios que aceito sem pestanejar.
Bianca se afasta após um tempo e eu sinto a necessidade de informá-la.
_Seu beijo é ainda melhor do que eu imaginei por tantas vezes... - Bia fica automaticamente rubra e eu amo quando isso acontece.
_ Eu...- ela pigarreia. - Eu vou entrar. - aponta para casa dela meio insegura. E eu aceno positivamente. - Estou com fome. - ela finaliza e eu sorrio, essa é a minha garota. Volto a me aproximar dela deixando um beijo casto em seus lábios e um último em sua testa.
_Até... - digo e ela, meio cambaleante,  sai do carro. Essa palavra de despedida serviu mais do que qualquer outra para mim, por que ela podia esconder um "até amanhã" que eu me recusava dizer em voz alta que só a veria amanhã, mas esse "até" também podia me servir como: "até logo", "até breve", "até muito em breve"  ou o que eu preferia: "até daqui a cinco minutos". A verdade é que o meu desejo era tê-la para mim o tempo todo até que eu enjoasse, o que definitivamente é impossível de acontecer. Mas eu sabia que eu devia dar espaço para ela, espaço e tempo para que se acostume com a ideia de que agora somos namorados, de que agora somos um casal. Então, quando com uma última olhada para trás Bianca entrou dentro de sua casa eu me obriguei a dirigir rumo à minha residência enquanto ainda podia sentir o sabor de seus lábios doces em minha boca.

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Bela Amizade - Trilogia Belas (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora