CAPÍTULO 2

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-CINCO SEMANAS ANTES...

A cada dia que passava ficava mais frio, o inverno estava chegando e com sorte ele traria uma reviravolta à guerra, por esse motivo precisávamos de roupas mais quentes e por sorte nesse dia nós encontramos um solitário PZ.IV aparentemente intacto e com a tripulação acampada ao lado do veículo. Me encostei em uma árvore que se encontrava em terreno alto, assim me dando uma ótima visão do campo, coloquei a cabeça do primeiro tripulante na mira e puxei o gatilho, 1 morte, o segundo tripulante correu até seu companheiro, 2 mortes, o terceiro tentou se esconder ao lado do blindado, do lado errado, era o que eu estava, 3 mortes, o quarto tentou correr para a floresta mas Bóris o derrubou, 4 mortes, o comandante se escondeu dentro do veículo mas esqueceu de fechar a escotilha, Irina simplesmente correu até lá e arremessou uma granada para dentro, 5 mortes. Pegamos os casacos, levamos as armas e a munição, pois poderíamos usá-las como moeda de troca nas vilas que lutavam ou tentavam lutar contra os alemães, pois assim como nós eles os odiavam. Seguimos nosso caminho deixando os corpos alemães para os animais que espreitavam a floresta.

Quando chegamos a um vilarejo que se encontrava no meio da floresta, fomos recebidos com desconfiança pois usávamos casacos e armas alemãs, mas quando os residentes viram que nós falávamos russo eles juntaram as peças em suas cabeças e nos receberam de braços abertos. Enquanto meus companheiros trocavam as armas e o excesso de munição por água e comida, eu conversava com o chefe da vila sobre as notícias e a razão de haver uma vila praticamente intacta tão dentro da zona ocupada, de acordo com ele essa vila se encontrava tão dentro da mata que os panzers alemães decidiram ignorar e também descobri que o nosso amado líder Stalin havia ordenado que todos as vilas fossem abandonadas e que tudo o que não pudesse ser levado, deveria ser queimado ou sabotado para que os alemães não pudessem usufruir dos recursos em território ocupado, eu tinha de admitir que era uma ideia boa demais, mas mesmo com isso, a determinação do inimigo não parecia diminuir. Passamos a noite na vila e no outro dia fomos acordados com tiros, Bóris colocou a cara na janela e descreveu soldados alemães em combate com os residentes, os soldados estavam definitivamente em menor número mas muito mais organizados em seu ataque, eu abri a janela e comecei a matar os alemães que entravam na minha mira e Irina fazia o mesmo em outra janela com sua metralhadora, enquanto Bóris estava na rua tentando oferecer assistência aos residentes. Cerca de meia hora depois todos os soldados estavam mortos, assim como muitos residentes da vila, sabíamos que os alemães provavelmente enviariam mais soldados para investigar e por mais que quiséssemos ajudar aquilo era uma batalha perdida e nós ainda tínhamos nosso objetivo.

PRESENTE...
Entramos cuidadosamente em uma vila da maneira menos ameaçadora o possível, mas aparentemente a vila estava abandonada, vasculhamos cada casa, celeiro, cabana e nada, não havia ninguém, e as casas estavam saqueadas, havia coisas escritas em sangue nas paredes e pelo pouco que eu já consigo entender do idioma alemão esse era um povoado de judeus e a Einsatzgruppen já havia passado pelo lugar. Podíamos não ter encontrado a ajuda, mas encontramos um abrigo para a próxima noite. Eu peguei o primeiro turno, montei guarda no primeiro andar aproveitando o silêncio e a beleza de observar a neve cair, algumas horas depois, Bóris trocou de lugar comigo e eu fui descansar.

Pela Mãe RússiaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora