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A semana no colégio demorou para passar, os pais ligavam todos os dias, e ela mantinha um celular escondido, sua colega de quarto havia sido mandada para la porque sua família  não aceitava seu gosto por garotas, o que Ariel achava uma idiotice, já que o colégio era apenas para garotas e embora Samanta nunca tivesse dito, Ariel sabia que se sentia no paraíso

" eu não sei porque você sempre assina pra ir acampar, é sempre no mesmo lugar e é um saco"

" E ficar aqui com as freiras nos fazendo rezar de joelho  durantes cinco horas" Ariel respondeu " Mil vezes a floresta" 

"Eu detesto mato" disse Samanta

" eu também detesto mata, eu sou de Nova York como você, gosto de coisas limpas e luxo"

" saudades casa" Samanta prendeu o folego, provavelmente pensando  em um lugar onde as freiras não as arrastassem para a missa todo santo dia 

Achei que poderia matar patrícia sem testemunhas mas não tive a chance, seria um bem pra humanidade " Ariel brincou 

" tenta na próxima" Samanta respondeu deitando para dormir enquanto Ariel termina o livro de Theodore, na capa estava escrito
"T. CLARKSON "

Ela tentou não se meter em confusão, tomou os remédios, se comportou, agiu como uma pessoa normal, não queria ser expulsa, antes era o que mais queria mas agora, sentia necessidade de ficar...  Mas a cada passo que dava sobre o mármore antigo do colégio, tinha vontade de queimar tudo, queimar as paredes, os lustres vitorianos,  queimar o jardim,  todo o gramado, a freiras,  tinha raiva de tudo ali, das pessoas, de como os padres eram insolentes ao dar aulas tao ridículas colocando as crenças deles acima da historia, por isso Ariel sempre acabava recebendo castigos, coisas arcaicas as quais ela  não havia dito para os pais ainda, mas diria quando tivesse a oportunidade, tinha dois meses que estava no internato e já  estivera cinco vezes de joelhos sobre o milho,  outra vez ficou de pé das 10h da manha ate a hora de dormir, estava mais para um colégio de tortura, e algumas freiras eram gentis mas a maioria não, a verdade é que o colégio recebia o pior tipo de garotas indisciplinadas, era como um tratamento a força de adolescentes rebeldes, e no folheto escolar ate parecia um paraíso mas Ariel sempre soube que seria do contrario, mas não teve voz para mudar a ideia da família de a colocar nesse lugar, estavam decididos, e  ela estava condenada ate o fim do ano a permanecer ali, seu único medo era o que ainda estaria por vir, já que para eles  ficar sobre o milho e em pé ate suas pernas fraquejarem eram coisas leves, ela olhou para Samanta que estava sentada na cama olhando para as mãos vermelhas 

" sabe fazer curativos Ariel" Samanta perguntou 

" sei "  disse Ariel se aproximando

" por que os padres agora tem varas, minhas mãos estão cortadas" ela disse mostrando as palmas das mãos com feridas em listras profundas

 " por que fizeram isso com você " Ariel perguntou indo para perto dela para examinar as feridas 

" por que me recusei a escrever 100 vezes a frase " eu devo gostar de garotas, o pecado não vale a vida eterna"  Samanta respondeu sem olhar para Ariel,  também não precisa olhar, Ariel sabia que era vergonhoso demais passar por algo assim apenas por ser diferente,  pegou as ataduras da gaveta e uma pomada

" espero que sirva" disse tentando ser gentil enquanto fazia o curativos das mãos de Samanta

" eu odeio esse lugar" Samanta deixou sair em uma crise de nervos, Ariel continuou enfaixando suas mãos 

INÓCUA (REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora