Capítulo Vinte e nove - Meu.

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A friagem levou o cobertor para fora. Não havia ninguém no coreto, apenas o mensageiro de vento que era balançado, com a brisa gelada daquela noite.

Nahan dormia na sua cama. Sonhava com um homem de olhos azuis, que lhe segurava a mão e mostrava as borboletas do jardim. Ele falava algo como música. Nahan não entendia do porquê do sonho. Mas se sentia confortável.

Maia olhava para a janela. Sua avó jazia deitada com seu avô, no quarto de Liam. Adormecidos, eles não perceberam que a menina estava acordada. Segurava seu pelúcia e mexia na chupeta roxa. Um vento lhe soprou a janela, e então ela sentiu um perfume de flores e uma voz melodiosa.

"Maia... Maia..."

A garotinha agarrou as barras do berço e encarou. A figura á sua frente tinha olhos castanhos e sorria. Se permitia que ela a visse, pois Ele decidiu que ela tinha essa chance.  Ela estava ali.

Se acreditava que as borboletas eram as almas que quem amamos, estavam perto de nós. Cada cor era uma alma que poderia visitar, que poderia nos ver. Se permitíssemos, eles se mostravam para nós.

E a borboleta que pousou na mão de Maia era amarela. Amarelo era a cor favorita de Cecília.


Afundados em sua bolha de amor, Liam e Zayn não estavam no jardim. Esperava que a chuva chegasse, mas ela não chegou. Apenas o frio.

Mas a lareira da sala estava acesa, dando calor. Os livros em quietude na estante, a cozinha vazia e apenas o som da geladeira. No quarto de Nahan, apenas o silêncio e o barulho do vento.

Mas no quarto de Zayn, na cama de dossel de orvalho e nos lençóis brancos com vermelho, a seda farfalhava. O sopro natural do clima, as cortinas voando. 

A luz baixa do ambiente, brilhava sobre a pele branca e suada de Liam. Sua camisa se encontrava aberta, sua boca na de Zayn.

Sentados na cama, eles se beijavam. A língua de Zayn buscava a de Liam, como se fosse necessário sentir o sabor do desejo. As mãos delicadas do livreiro, estavam sobre os ombros do homem, que sentia que poderia arrancar as roupas e possuir Zayn sem pudor.

Mas ele teria calma.

Pois ele esperou tempos por esse homem.

Com sutileza, Zayn deixou beijos carinhosos nos lábios inchados de Liam e gemeu ao sentir que ele se separou por alguns minutos, apenas para buscar o ar necessário. Separados, Liam viu o desejo nos olhos do livreiro, que sorriu e olhou para baixo.

—  Seu cheiro... Sua pele... —  Liam sussurrou —  Estou sonhando, não estou?

Zayn beijou seu nariz.

—  Se for um sonho, desejo que não acorde.

Rapidamente, Liam viu as mãos de Zayn empurrarem a camisa dos seus ombros. O tecido de algodão escorregou sob seus ombros e antebraços, parando nos punhos. Caídos, Zayn olhou cada tatuagem que Liam tinha, como uma página preenchida com lembranças e momentos. Sentiu que poderia beijar cada uma delas. Mas preferia apreciar. 

Liam não era musculoso. Não era malhado de uma maneira exagerada. Tinha a barriga lisa, com alguns indícios de malhação, mas o que Zayn mais adorava eram seus braços. Liam o erguia com um só movimento e isso o excitava.

A camisa em punhos, Zayn tratou de tirar a própria. Ele a subiu e deitou que Liam apreciasse sua magreza, mas seu corpo. 

Liam adorava os quadris largos de Zayn. Mesmo quase dois anos após o parto, ele ainda tinha a curva da cintura gordinha, com uma gordurinha discreta nos quadris. Se percebia uma cicatriz da cesárea e ele adorava esses detalhes. Não eram defeitos, eram as melhores marcas de Zayn.

Letters&Love (AU!Ziam)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora