Capítulo 72 - Corre!

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Estava chegando próximo do ponto de táxi com Crystal, quando homens surgem do nada. Eu tento gritar para Christopher mas foi em vão, dentro do carro eles nos vendam e tampão nossas bocas.

Estava perto de Crystal e pude ouvir seu choro abafado, eu também estava desesperada. Pela primeira vez não sabia o que fazer.

Ficamos cerca de duas horas, quando do nada o carro parou. Os homens nos leva para algum lugar, a minha preocupação era se Crystal estava perto de mim.

Eles me nos jogam no chão, ao tirar a venda dos meus olhos me certificou se Crystal estava lá. Para meu alívio sim.

- Seja bem vinda querida filhinha!- ouço a voz de Amanda em cima de seus saltos.

Aquele lugar era horrível, eu ainda não conhecia mas sabia que era um de seus galpões.

- O que você está fazendo? Eu já estou convencendo meu pai!- digo me levantando.

Quando eu ia dar a resposta, um homem alto de cabelos castanho escuro me segura amarrando minhas mãos em um poste junto com Crystal.

- Você acha que eu sou burra garota?- ela diz se aproximando de mim.- Você achou mesmo que eu não conseguria abrir a droga do seu cofre? Achou mesmo que eu não descobriria que os papéis são falsos.

Eu vi minha vida passar por um segundo. Amanda já sábia da verdade, e agora eu estava de mãos atadas sem saber o que fazer.

- Eu não sabia Amanda!- digo ganhando um tapa no rosto.

- Olha aqui sua nojenta! Eu vou entrar em contato com a merda do seu pai, e se ele não me trazer esses papéis. Eu vou primeiro matar a sua amiguinha e depois você!- ela diz gargalgando.

Eu engulo em seco. Tremia de medo, também via o medo nos olhos de Crystal.

- Por favor Amanda, faça qualquer coisa comigo. Mas não toca nela!- digo chorando.

- Olha só!- Amanda diz mechendo no rosto de Crystal.- Então quer dizer que você também tem pessoas importantes!- ela diz arranhando o rosto da menina fazendo ela gritar de dor.

- Para!- grito fazendo ela olhar para mim.

Amanda segura em minha garganta.

- Eu acho bom seu Pai aparecer aqui logo. Se não eu vou te mandar para o lado da sua mãezinha!- ela diz me sufocando.

Amanda saí nos deixando sozinhas no escuro. Eu chorava muito e Crystal também. Eu tinha que pensar em algo rápido para nos tirar dali.

- Amiga eu tô com medo!- ela diz entre soluços.

- Calma tá! Eu vou dar um jeito de nos tirar daqui!- digo pensando.

Pensava em Christopher e em Erick, também tinha os outros. Eu não podia deixá-los.

Tentava pensar em uma das maluquices de Erick ou de Christopher, mas o desespero era tanto que nada vinha em mente.

Eu tento me mexer para soltar as cordas que prendiam nossas mãos. Até que eu lembro de algo em minha jaqueta.

- Crystal tenta colocar a mão na minha jaqueta!- me aproximo bem dela.

Crystal tenta mexer com dificuldades, mas mando ela não desistir, pois Erick havia me dado algo que podia salvar nossas vidas.

- Consegui abrir o zíper!- ela diz baixinho

- Tenta pegar o canivete e cortar as cordas! - digo tentando me mover o mínimo possível.

Ficamos naquilo por horas, mas Crystal consegue tirar o canivete de meu bolso. Agora vinha a parte mais difícil...Cortar as cordas.

Enquanto ela fazia força, eu observava os ratos que passavam perto de nós. Do lado de fora da sala escura ouvia as gargalhadas de Amanda.

- Aí!- digo  chorando.

Crystal consegui cortar as cordas, mas acaba pegando uma pare de minha mão. O corte não foi muito grave, mas escorria sangue. Corto um pedaço da minha jaqueta e enrrolo na mão para estancar o sangue.

- Mia olhe!-diz Crystal.- Uma janela !

Eu subo na janela com facilidade, lembro de quando tive que pular ao lado de Erick e hoje com Christopher.

Reparo que não temos como abrir-lá.

- Tenta usar o seu canivete!- diz Crystal se referi do aos parafusos.

As tentativas foram frustradas, mas o desespero aumentou quando vimos o trinco da porta se mexendo.

Não pensei em duas vezes, dei um soco na janela. Chorei de dor, pois agora estava com a mão toda machucada. Ajudo Crystal a subir.

Quando pulamos do outro lado, saímos correndo. Vários homens vêm atrás de nós, mas derrubo todo o que encontrava pelo caminho. Para a minha sorte encontro o carro de Amanda parado, para a minha sorte estava aberto.

Embarco de um lado e Crystal do outro.

- Você sabe dirigir?- pergunta Crystal desesperada.

-Eu nasci dentro de um carro!- digo colocando o pé no acelerador.

Piso forte arrancando o carro, Crystal solta um grito. Não sabia para aonde eu ia mas sairia dali ou pelo menos tiraria Crystal.

- Mirella sua maluca!- ela gritava se segurando no banco.- Vai de gavar! Por favor! Você vai bater esse carro...- ela dizia entre lágrimas de desespero.

Não dou muito atenção aos seus pedidos, olho para o retrovisor e noto que estávamos sendo seguidas. Crystal entra em desespero ao ver uma curva.

- Mirella freiaa! - ela dizia batendo em meu ombro.

- Calma Crystal!- digo concentrada na pista.

Os capangas de Amanda já estavam muito próximos de mim, teria de dar um jeito de tirar Crystal do carro.

- Crystal quando nós chegar naquela árvore perto dos matos, você vai abrir a porta e se jogar!- digo planejando tudo em minha mente.

- O QUÊ? NÃO. EU NÃO VOU SOZINHA...EU VOCÊ? EU VOU MORRER SE ME JOGAR!

- Não vai. Eu vou diminuir a velocidade. Você tem que ir sozinha. Precisa buscar ajuda, eu me viro...Se prepara estamos chegando perto.- digo diminuindo a velocidade.

Crystal olha para mim chorando, era o único jeito de manter ela viva. Ela já havia sofrido muito por minha causa.

- Amiga...- ela diz chorando.- Mia você sempre vai ser a minha irmã!- ela me olhando.

- Você também vai ser a minha...Um...- começo a contar para ela pular.- Dois... Vai!-  grito fazendo ela abrir a porta e se jogando.

Olho pelo retrovisor e vejo que ela se esconde no meio do mato quando os carros passam atrás de mim, comecei a chorar. Eu sabia que não sairia viva de tudo aquilo. Tenho uma ideia, envio uma notificação do rastreador do carro para meu pai, ele teria que no me encontrar.

As lágrimas embassaram meus olhos, com isso eu não percebo a curva, quando viro o volante acabo capotando o carro.

Primera Cita Where stories live. Discover now