Capítulo 12 - Eu te levo

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Chegando em casa sou surpreendida por alguém pegando em meus cabelos...
- Me solta!- digo para a Megera
- Agora você vai me pagar garota!
- Você vai fazer o quê? Me bater? - enfrento Amanda e Graça aparece na sala.
- Eu não sou burra de deixar marcas em você! Graça vai na cozinha e faça ela pegar os baldes para fazer faxina e limpar os vidros...
- Mas patroa ela mora aqui. E esse trabalho é meu, deixe a moça ela não alcançaria os vidros e nem aguentaria! - Graça tenta me defender.
- Cale a boca! Ela vai fazer sim. E aí de você seu eu pegar um pó aqui em baixo quando eu descer. - ela segura meu cabelo tão forte que eu curvo meu pescoço de dor.
- Eu não vou morrer ao pegar em um pano!- empurro ela para trás.
Ela sobe e eu fico ali em baixo com Graça. Ela me abraça forte e não queria que tocasse na vassoura, digo a ela para não se preocupar comigo e que eu ajudaria ela com o serviço. Prendo meu cabelo em um coque e deixo minha mochila em cima do sofá, na cozinha enquanto eu lavo a louça Graça me conta que ela planejou tudo.
- O florzinha, ela mandou Erick ir para a casa dos amigos falando que daria um encontro com suas amigas. Anna e ela ficaram de cochicho a manhã inteira. E seu pai , ele vai ficar o dia todo hoje no escritório e só volta meia noite. - eu sinto a raiva subir em minha veias.
- Ela é uma víbora mesmo. Por isso que Anna estava tão confiante hoje... Mas Graça eu não quero que você comente nada com meu pai.
- Mas por que meu anjinho? Se ele souber eu tenho certeza que ele acaba com aquela cobra.
- Não! Eu sei que não. Ele nunca ligou para mim, nem mesmo em meus aniversários. Quem dirá agora! E outra é perigoso Amanda piorar as coisas.
Depois da cozinha lavamos a varanda e a área de churrasco, depois limpamos todos os vidros das grandes janelas. Eu já não aguentava mais, não tinha comido nada desde manhã e já era de noite, eu estava tremendo.
- Vejo que você daria uma bela faxineira.- diz Amanda descendo as escadas.- Vai para seu quarto cretina e eu mando a Graça te levar um lanche.
Subo as escadas sem olhar para trás, eu queimava em raiva e quando eu abro a porta meu mundo desmorona.
Tava todo bagunçado e cheio de tinta para todos os lados, a foto de minha mãe tava toda manchada e com desenhos de chifres.... Desço as escadas queimado de raiva.
- Sua vaca o que você fez!- ela gargalhava.
- Gostou da pintura? Anna sempre teve talento para arte! - ela debocha
- Vocês são duas megeras mesmo! - ela levanta a mão para me dar um tapa e eu seguro forte.
Pego minha bolsa e decido sair,mas antes eu jogo um vaso em sua direção, ela se abaixa.
- Eu não tenho medo de você!
Dou as costas e saio. Eu tremia de raiva já era noite e estava frio, eu não queria voltar para aquela casa. Só tinha um lugar que me traria a paz e era para lá que eu iria.
Á praia estava vazia, caminho na areia branca e fofa, me sento de frente para o mar e choro... choro muito.
- Mamãe! Mamãe volta por favor. - digo em plantos.
Fico ali por uma meia hora, até que vejo o tempo fechar para chuva. Eu teria que voltar, já estava quase na hora de meu pai voltar para casa.
Saio em direção ao ponto de ônibus e começa a chover forte. Eu estava meio tonta por conta de não ter comido nada, e quando decido atravessar a rua um carro vêm em minha direção.
O carro para em cima de mim e eu caio:
- Garota você...- era o garoto da escola.- Mia! Você está bem?
Eu tento me levantar e acabo ficando tonta. Ele me segura e me ergue em seus braços... não lembrava seu nome.
- Eu estou bem não precisa! Me põe no chão por favor.- a chuva caia sobre nós.
- Não vou te levar para o médico!- tento dizer que não mas ele me coloca em seu carro.
Ele embarca do lado do motorista, ele tira sua blusa molhada. Ele pega outra blusa seca e coloca sobre mim.
- Não eu estou bem! Desculpe não lembro sue nome.
- Sou o Christopher! Eu vou te levar para o médico. Você levou uma pancada.- ele liga o carro e saí
- Christopher eu estou bem obrigada! Pode para o carro, eu vou para casa.- seguro em sua mão que estava apoiada na macha do carro.
- Então deixa que eu te levo! - ele olha no fundo dos meus olhos.
- Não precisa. Eu vou sozinha obrigada mesmo!
- Está chovendo! Eu te levo para casa.
Eu não insisto mais, ele me pergunta onde era o condomínio e ele diz saber onde é. Passamos o caminho inteiro em silêncio, fico olhando para o vidro e reparo que a chuva já estava passando.
Demora uns 15 minutos para eu chegar em casa, quando ele para o carro que desembarca e vai me ajudar. Vejo meu pai vir correndo em minha direção.
- Filha onde você estava? Christopher?- meu pai olha para o garoto.
- Oi! Eu encontrei ela no caminho, acho melhor o senhor levá-la ao médico ela aparenta estar fraca.- diz Christopher
- Eu estou bem!- olho para o garoto que sorri com o cabelo molhado por minha causa.
Nos despedimos de Christopher e entramos em casa, notei que tinha um clima de tensão no ar...Será que meu pai descobriu o que elas fizeram comigo?

Primera Cita Where stories live. Discover now