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O jantar estava absolutamente maravilhoso. A minha tia é uma ótima cozinheira.

O jantar foi completamente normal. Esteve um ambiente realmente agradável e tranquilo. Até fizeram perguntas ao Grimaldo sobre como são as coisas lá no Benfica.

Ainda estamos à mesa a comer sobremesas e alguns a beber cafés.

Eu estava genuinamente contente até me lembrar que o jogador tinha que ir embora no dia a seguir o que fez com que o meu sorriso desaparecesse.

Tento disfarçar para que ninguém note na minha súbita mudança de humor, mas há pelos menos uma pessoa que repara e é aquela que me conhece à pouco mais de um mês, pois agarra a minha mão para me reconfortar. Ainda que talvez não soubesse o motivo de estar assim.

- Vamos conversar para aquela mesa Bia? – a minha prima pergunta, indicando uma mesa mais afastada de onde estamos agora. Eu assinto.

- Posso ir com vocês? – o jogador pergunta e eu olho para a minha prima que assente, por isso ele levanta-se connosco.

- Então, contem-me lá como é que isto aconteceu. – ela pede enquanto nos sentamos. Eu e o Grimaldo lado a lado e ela à nossa frente. Eu sabia que ia ter de contar tudo mais vezes.

- Eu mandei-lhe uma mensagem para o Instagram. Era uma mensagem de apoio para ele e para a equipa toda. – à medida que falo passo os dedos por cima da tatuagem do jogador que estava à mostra por ele ter as mangas arregaçadas. A mão dele está na minha perna.

- Eu respondi-lhe uma semana depois. Aquela mensagem por ver chamou a minha atenção então abri e li. A forma como ela escreveu cativou-me logo e fiquei com tanta curiosidade de a conhecer que foi o que fiz. – ele explicou de uma forma completamente doce e carinhosa. A minha prima olhou para mim meio espantada com toda a história.

- Quando é que se conheceram pessoalmente? – pergunta curiosa.

- Acho que à precisamente uma semana quando eu fui ver um jogo e quando fez um mês que começámos a falar. – ela parece confusa.

- Então, ele não teve jogo este fim-de-semana? – nota-se novamente a curiosidade na voz dela.

- Eles jogaram ontem só que ele teve uma pequena lesão e acharam melhor ele não jogar. Ele apareceu cá de surpresa na quarta-feira. – expliquei-lhe e ela ficou mesmo impressionada.

- Estou muito contente por vocês. Espero que vos corra tudo bem. – a minha prima diz e nós agradecemos-lhe. Ela levanta-se e deixa-nos sozinhos depois. O Grimaldo virou-se para mim e eu para ele. Encostei a minha cabeça no peito dele.

- O que é que se passa Bia? À bocado reparei que não estavas bem. – ele confirmou o que eu já suspeitava. Ele percebeu.

- Passa-se que te vais embora amanhã. – suspirei ainda encostada ao peito dele.

- Não penses nisso. Vamos aproveitar o tempo que ainda tenho aqui. – ele tem razão. Afasto-me o suficiente para olhá-lo e sinto uns lábios na minha testa. Os dele.

Voltamos para mesa onde estão todos sentados e tentamos participar na conversa que decorre ou simplesmente ouvir.

O tempo foi passando e quando vimos as horas já era meia-noite.

Como os meus pais tinham de trabalhar cedo, decidimos ir para casa.

Despedimo-nos de todos e vamos até ao carro onde entramos.

O caminho até casa foi feito em silêncio e desta vez foi o Grimaldo que veio ao meu lado. Fomos o caminho todos de mãos dadas como se tivéssemos medo que o outro desaparecesse subitamente.

Entramos em casa e os meus pais começam a despedir-se do Grimaldo, pois já não o iriam ver amanhã.

- Volta quando quiseres. – a minha mãe diz-lhe e eu não sei se fique contente ou triste.

- Também são bem-vindos lá em Lisboa. – os meus pais agradecem e eu sorri.

Depois de se despedirem e de eu desejar "Boa noite" aos meus pais, eu e o jogador vamos até ao meu quarto. Ele vai até à casa de banho também para vestir o pijama e eu visto o meu no quarto. Quando ele volta vou eu à casa de banho.

Volto para o quarto, fecho a porta do mesmo e apago a luz. Acendo um candeeiro mais pequeno que está na mesa de cabeceira.

O Grimaldo está sentado na cama e pede que me sente à sua frente. Fiz o que ele pediu, mas antes que me pudesse acomodar ele puxa-me o que me faz colocar as pernas à volta da cintura dele.

- Gostaste destes dias Bia? - pergunta olhando para mim.

- Gostei muito mesmo. Adorei. Obrigada por teres vindo. E tu? – dava para perceber a tristeza na minha voz por termos de nos despedir.

- Adorei. Eu quero muito estar aqui, aliás eu quero muito estar onde tu estiveres. – com estas palavras eu não aguentei. Baixei a cabeça e as lágrimas caíram. Lágrimas de felicidade e de tristeza. Estou num misto de sentimentos.

- Não chores Bia! – sinto as mãos do Grimaldo nas minhas bochechas agora molhadas. Os dedos dele tentam limpar todas as lágrimas ou o que resta delas.

Faz-me voltar a encará-lo e o espaço que havia antes entre os nossos rostos fica agora bastante reduzido.

Os nossos olhares cruzam-se intensamente. Há muita tensão cada vez que nos aproximamos assim e desta vez não foi diferente. Parece que não há mais nada à nossa volta.

Fecho os olhos como se assim sentisse melhor o toque dele ou sentimentos que ele me trás. E quando eu não estava à espera, eu senti. Eu senti tanta coisa.

Todo o meu ser sentiu e explodiu em sentimentos quando eu senti os lábios do Grimaldo nos meus. Durante segundos, eu senti os nossos lábios juntos. Um pequeno beijo que se torna enorme, pelo menos para mim.

Abro os olhos e encontro o Grimaldo com um sorriso e um olhar complemente carregados de sentimentos.

- Vamos ver até onde isto tudo nos leva. – ele tem razão. Nós sabemos que há qualquer coisa muito forte que nos une, mas não vale a pena apressar nada.

- Desde que estejamos juntos. – tenho medo do que pode acontecer, mas vou confiar nele e no que nos une. Ele sorri.

As mãos dele deixaram o meu rosto e empurro-o o que nos faz cair aos dois porque ele me puxou e ficar praticamente deitados. Rimos feitos uns maluquinhos.

- Nunca te esqueças que eu te adoro muito e que não te vou deixar, coração. – ele chamou-me coração? Adorei. O meu coração aqueceu com estas palavras.

- Eu também te adoro muito Grimi. Não te esqueças. – olhei-o nos olhos e sorrimos. Encostei a minha cabeça no peito dele. Deixamo-nos ficar assim, só agarrados um ao outro, por um tempo. Eu só consigo pensar naquele momento, naquele beijo.

The Message - TERMINADAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora