o que fazer?

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Eu estava de frente para o espelho do banheiro mais uma vez. O corpo molhado, a toalha enrolada em torno da cintura, os cabelos encharcados jogados para trás me sentindo  exausto de tudo aquilo.

Catarina.
Otto.
Odete.

Onde esses três poderiam estar agora? Deveriam estar planejando o próximo passo, eu sabia que cedo ou tarde eles iriam aparecer, eu só não tinha certeza de se estava preparado para isso.

Eles estavam atrás de mim, Calebe ficaria bem se eu estivesse longe. Sim. Eles não iriam atrás dele, mas deixar Calebe sozinho era um convite ao desastre, ele se envolveria em problema rapidamente devido o seu temperamento. Eis a grande duvida, comigo ele poderia ser morto pela minha família louca, sem mim poderia provocar a própria morte em uma briga qualquer.

-- Eu te odeio Calebe. – Reclamei em voz alta.

Eu não o odiava, mas naquele momento eu estava com raiva, como ele pode acreditar que eu iria concordar em matar alguém? Como ele pode ter essa ideia para começo de conversa? E eu não estava nada feliz por ele ter me chamado de assassino, ao mencionar que eu matei Odel. Sim, eu a metei de fato, mas eu estava apenas me protegendo.

Eu estava me protegendo.

Ela iria me manter lá até os outros chegarem e sabe lá o que iriam fazer comigo. É claro que eu poderia ter usado a influencia para apenas faze-la se entregar a policia, ou esquecer caminhar por mil quilômetros como punição pelos seus crimes, mas convenhamos, o mundo esta bem melhor sem Odel, e estará ainda melhor sem o resto deles.

Eu queria mata-los e eu faria se a oportunidade aparecesse, mas naquele momento eu tinha medo. Medo por mim. Medo por Calebe. Medo por Kim e Theodor.

Calebe tinha razão nós precisávamos sair urgentemente daquela casa, mas eu não sabia o que fazer com os dois policiais. Kim pareceu ter acreditado na historia, mas o menor ainda se mostrava incrédulo. Eu tinha medo dele tentar alguma coisa, o próprio Kim poderia estar fingindo acreditar somente para ser solto.

O que fazer?
O que fazer?
O que fazer?

Vesti outra roupa de Ed. Uma calça de malha azul e um moletom enorme vermelho.

Desci as escadas e me deparei com Calebe sentado no sofá conversando com os outros dois, que ainda estavam algemados. As coisas entre eles pareciam estar melhor.

-- Oi. – Falei ao me sentar no braço do sofá.

Calebe me olhou e eu não soube decifrar a sua feição.

-- O que você acha de soltarmos os caras? – Falou me fazendo duvidar se ele estava realmente bem. Como assim soltar os caras, minutos atrás ele queria mata-los? – Eles precisam de um banho e nós temos as armas.

-- Você tem certeza? – Perguntei incrédulo.

-- Não, mas eles não podem ficar algemados para sempre, foi você quem disse.

Bem... Nós tínhamos as armas e vantagem dos dons. Eles estavam exaustos e desarmados, isso sem contar que Calebe estava totalmente recuperado, em caso de outra briga ele se sairia melhor do que a ultima vez.

-- Tudo bem.

Calebe se levantou ameaçando os dois caso tentassem alguma coisa. Depois de tirar as algemas, ambos massagearam os punhos.

-- Acho bom tomarem um banho. – Falei olhando para as roupas sujas de lama. – Calebe leve Kim até o banheiro e pegue algo para ele vestir no guarda roupas do Ed, eu fico aqui com o Theodor.

Nós não deixaríamos eles circulando por ai sem nossa supervisão. Apesar de termos libertados os dois das algemas, ainda estávamos inseguros quanto ao que poderiam fazer contra nós.

O Túmulo de Jeremy Rily (Livro 2)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin