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TEM UM JOGO de lacrosse hoje, mas Pammy não pode ir porque precisa trabalhar, e é claro que Chris nunca se dignaria a ir a um jogo de lacrosse, então levo Kitty comigo. Ela se faz de difícil, refletindo em voz alta que pode ser chato, mas quando eu digo “Deixa pra lá, então”, ela logo topa.

Nas arquibancadas, encontramos a mãe de Peter e o irmão mais novo dele, Owen, então nos sentamos com eles. Ele e Kitty fingem que o outro não existe; o garoto joga no celular dele, e ela, no dela. Owen é alto, mas se senta curvado, o cabelo caindo nos olhos. Nós conversamos um pouco sobre o noivado do meu pai com Trina e conto algumas das minhas ideias para o casamento. Ela assente o tempo todo e diz de repente:

— Pelo que sei, você também merece parabéns.

— Por quê? — pergunto, confusa.

— William and Mary!

— Ah! Obrigada.

— Sei que você queria estudar na UVA, mas talvez seja melhor assim. — Ela me dá um sorriso solidário.

Eu também sorrio para ela, em dúvida. Não sei o que “melhor assim” quer dizer exatamente. Ela ficou feliz por eu não estar indo para a UVA com Peter? Acha que isso quer dizer que vamos terminar?

— Williamsburg nem é tão longe de Charlottesville mesmo.

— Hum, é verdade — responde ela.

Peter marca um ponto, e nós duas nos levantamos e comemoramos.

Quando me sento novamente, Kitty pergunta:

— A gente pode comprar pipoca?

— Claro — respondo, feliz de ter uma desculpa para me levantar. Para a mãe e o irmão de Peter, ofereço: — Vocês querem alguma coisa?

— Pipoca — diz Owen, sem tirar os olhos da tela do celular.

— Vocês podem dividir — diz a mãe de Peter.

Desço a arquibancada e estou indo para a lanchonete quando reparo em um homem meio de lado, os braços cruzados, vendo o jogo. Ele é alto e tem cabelo castanho. É bonito. Quando vira a cabeça e o vejo de perfil, sei quem é, porque conheço aquele rosto. Conheço aquele queixo, aqueles olhos. Ele é o pai de Peter. É como ver uma versão mais velha de Peter, e fico paralisada, hipnotizada.

Ele me vê olhando e dá um sorriso simpático. Sinto que não tenho escolha a não ser dar um passo à frente e perguntar:

— Com licença… mas você é o pai do Peter?

— Você é amiga dele?

— Sou Lara Jean Covey. Hum, a namorada dele. — Ele parece levar um susto, mas se recupera e estica a mão. Eu a aperto com firmeza, querendo causar uma boa impressão. — Nossa, você é igualzinho a ele.

Ele ri, e fico surpresa com quanto Peter puxou dele.

— Ele é igualzinho a mim, você quer dizer.

Eu também dou uma risada.

— Certo. Você nasceu primeiro.

Há um silêncio constrangedor, e ele pigarreia e pergunta:

— Como ele está?

— Ah, está bem. Está ótimo. Você soube que ele vai estudar na UVA com uma bolsa de lacrosse?

Ele assente, sorrindo.

— A mãe dele me contou. Estou orgulhoso. Sei que não posso levar nenhum crédito por isso, mas mesmo assim. Estou muito orgulhoso do garoto. — Os olhos dele se desviam para o campo, para Peter. — Eu só queria vê-lo jogar. Senti falta disso. — Ele hesita antes de dizer: — Por favor, não conte a Peter que eu estive aqui.

Agora e para sempreOnde as histórias ganham vida. Descobre agora