Capítulo único

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Em um mundo em que quando nascem as pessoas desenvolvem duas marcas especiais tatuadas: A primeira delas, a data de quando conheceriam sua alma gêmea, a segunda, a data da sua morte.

Não havia como muda-las, ou lutar contra elas.

As datas no braço de Naruto eram iguais.

As de Sasuke não.

[Spin-off de akai ito, com a versão de Sasuke dos fatos da primeira one]

......

Minha primeira memória mais forte é do meu irmão me puxando pela casa em uma caixa de papelão. O cheiro de café recém passado no fim de tarde, e o som das risadas na casa arejada. Eu devia ter dois ou três anos de idade, é aquilo era tudo o que conhecia do mundo.

E então, eu lembro do meu irmão parar de me empurrar de forma repentina, e cair no chão gritando e segurando o próprio braço. Adultos correndo, minha mãe me pegando nos braços enquanto eu choro confuso. E enquanto ela me tira dali eu vejo meu pai ajoelhado no chão abraçando Itachi, enquanto ele grita.

Mais tarde naquela noite, eu fugi do quarto dos meus pais e fui para o quarto dele. Ele estava acordado deitado no futon, a expressão distante mesmo quando estende os braços para que eu chegasse mais perto. E enquanto ele me abraça, eu vejo o braço dele enfaixado pela primeira vez, onde antes havia uma das suas marcas.

A partir daquele dia, haveria apenas uma ferida que cicatrizaria com o tempo.

Eu recordo vagamente de depois. Do enterro de Shisui, do caixão pequeno, dos meus tios chorando. De como todas as crianças do distrito foram proibidas de ir nadar sozinha no lago por muito tempo.

Meu irmão nunca mais foi o mesmo.

Com três anos, então, eu tive o primeiro vislumbre de como era perder sua alma gêmea através de Itachi. E mesmo que anos depois ele tenha se casado, construído uma família, os olhos dele nunca mais foram os mesmos. E de vez em quando eu o via olhando a cicatriz em seu braço com o mesmo olhar distante daquela noite.

Foi nesse dia também que eu passei a temer a minha.

.............

Ninguém conseguia entender as minhas marcas.

Obito sempre fazia piadas de vampiros ao ver minha marca de vida. Ela marcava mais de 200 anos a frente, o que deveria ser uma total impossibilidade. Ninguém poderia viver tanto naturalmente.

Eu cresci vendo olhares tortos e surpresos, e sussurros estarrecidos. Ouvindo coisas sobre como eu deveria estar findado a coisas maravilhosas, e o quanto era sortudo.

Eu não achava sorte, principalmente ao comparar com de todos que eu conhecia, e perceber que eventualmente iria ficar completamente sozinho. Não havia notícias de ninguém com uma marca igual a essa.

E nesse meio tempo, a expressão distante de Itachi me assombrava mais que tudo.

Claro, que eu sabia que a marca variava de significado as vezes. Ou mesmo era inexistente em alguns. Pessoas que nasciam sem chance de encontrar suas almas gêmeas, por provavelmente elas terem ido, ou nem mesmo nascido no tempo deles. Em alguns, o próprio significado mudava. Lembrava de duas garotas que conheci na universidade que eram a alma gêmea uma da outra, ao mesmo tempo que eram melhores amigas, mas não estavam em um relacionamento amoroso.

Ou Hinata e Neji, que sabiam desde crianças que eram almas gêmeas, mas eram casados com outras pessoas. Tinha um garoto que tinha como alma gêmea sua amiga de infância, mas era gay, então continuavam com a presença constante um do outro como melhores amigos. Moravam até mesmo na casa do lado um do outro.

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