Prólogo

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Brasil, dez anos antes.

Era um dia chuvoso, e o mais amargo da minha vida. No auge dos meus doze anos de idade, me vi deparada com essa cena: estava segurando um guarda-chuva embaixo de um pé d'água  enorme no cemitério, onde grande maioria das pessoas choravam de soluçar e eu não entendi por qual motivo. Eu estava no funeral de minha mãe.

Dona Carolina não era uma pessoa de muitos amigos, aliás, dos poucos eu só conhecia um, do qual meu pai não gostava nem um pouco. Amigos de trabalho, foi assim que minha família surgiu, meu pai e minha mãe - advogados- trabalhavam para um renomado escritório de advocacia do estado, ambos trabalhavam na mesma área e o resto já deu para entender...

Aquele lugar estava cheio de gente, todos a minha volta vinham me abraçar e dizer belas palavras em forma de conforto, mas nada disso fazia sentido. Por toda essa situação o meu coração doía mas não chorava e nem aparentava em minha feição, já que todos me olhavam estranho como se eu não tivesse coração ou sentimentos - eu tinha percebido isso claramente. Essa minha situação, foi explicada adiante.

- Ei, olha! - diz meu irmão se referindo ao meu pai.

Estava todo cabisbaixo - ele não era disso- pude ver em seu jeito a tristeza que o sondava, o rancor e raiva que o perseguia naquele momento, infelizmente eu não podia fazer nada, isso me deixou tão mal que sai dali às pressas, todos viram, ouviram e fuxicaram logo após. Somente não liguei para opiniões alheias, aquilo tudo estava me sufocando, mas o que eu não esperava era o rancor também do meu irmão.

Assim que ia saindo pelo portão principal senti puxarem meu braço, imediatamente olho:

-Me solta Bernardo ! - disse lutando para tirar meu braço das garras dele.

- Volte lá agora ! - ele disse autoritário.

Em seu olhar pude ver seu sangue subir, mas não o obedeci. Sai correndo em uma direção que nem eu mesma conhecia. No caminho ia refletindo todos os últimos acontecimentos de minha vida: minha mãe tinha sido assassinada mas, a policia não tinha nada de provas reais que poderiam ser habilitadas para esse caso, meu pai e meu irmão continham sangue nos olhos e queriam justiça, e eu, uma simples garotinha que não estava entendendo mais nada do que se passava ali,  tinha a difícil missão de se criar sozinha sem o apoio de quem ela mais precisava e amava, a mãe. 

Não sei como mas consegui chegar em casa, o dia estava tão frio que nem a lareira acesa esquentava a casa e meu coração gelado. Em altas reflexões reavaliei minha vida. Vim de duas famílias com históricos de dureza, ambas na carreira jurídica e odiadas por diversos motivos e pessoas. Bernardo, meu irmão, anda pelo mesmo caminho, é mais velho do que eu cinco anos e o filho prodígio do Sr. Eduardo - meu pai.

Por eles eu nem tinha nascido, nessas horas minha mãe me amava em dobro. A filha mulher que só traria gastos e impasses financeiros, que teria que andar na linha para não trazer desonra a gloriosa reputação que meu pai criou. 

Nessas horas eu os digo que eles erram e feio...

*****

E aí, O que vocês acham que ela vai aprontar??

comentem, adorarei saber <3

big bjo MiM.

Catrina WattsonOnde histórias criam vida. Descubra agora