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...E desapareceu.

...

A menina sobreviveu de novo.

Chegou em uma ilha com um pequeno povoado e lá começou a construir sua vida, desde sua casa, vivia de plantações para sobreviver, as pessoas do povoado de início estranharam sua presença e seu isolamento da comunidade, mas logo se acostumaram com ela. Eram gentis e ajudavam-na como podiam. Naquela vila ela era conhecida como "a ruiva que veio do mar", até que uma tarde um navio mercante que veio do oriente aportou ali.

A menina demonstrou grande interesse em embarcar quando soube que o capitão era uma mulher, e ao conversar com ela, conseguiu uma carona bem vinda.

Então a ruiva embarcou, sem se despedir, sem contar a ninguém, do nada simplesmente sumiu.

Ela deixou para trás o padeiro que sempre lhe dava pães de graça, o rapaz que ela supunha que gostava dela e a ajudava no campo por alguns trocados, a moça tecelã que gostava de dividir fofocas com ela, o homem do bar que lhe ofereceu seu primeiro vinho em um dia frio, e outras pessoas. Sem despedida, era melhor assim.

Seria perigoso se ela sofresse um acidente e "morresse".

O sumiço da menina aumentou os burburinhos de tal forma que o povoado supôs que ela fosse uma sereia ou outra criatura do mar.

Mas essa história nesse lugar acaba aí.

...


Após viajar, conhecer parte do mundo, se aventurar de várias formas e – por incrível que pareça – não morrer, a menina decidiu construir uma vida fixa.

Ela sentia saudade.

Mãe. Irmão. Família.

Foram poucos os momentos.

Mas foram únicos.

Ela ficou para trás naquela terra, acenando para sua amiga capitã que se afastava em seu navio, deixando as lágrimas caírem de toda a dor acumulada.

Sua vida foi boa, de alguma forma, mas ela era infinita.

Ela só conhecia uma única outra "pessoa" assim.

Suspirou.

...

A Menina E A MorteWhere stories live. Discover now