CAPÍTULO 4

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TYLER


Dois dias depois da saída do hospital coloco tudo no carro. Olho para o céu que está nublado como a minha vida, suspiro e coloco o boné para trás, volto para o meu apartamento e pego Bonitão que está começando a ficar estranho novamente.

Agora que estou sóbrio estou notando as coisas e Tão não está muito bem. Acordei duas vezes na noite anterior com ele chorando na porta do meu apartamento. Acho que ele está sentindo a falta da sua amiguinha Meg.

Eu o entendo, eu sinto falta de minha marrenta, mas fui idiota, agora tenho que pensar e refletir sobre toda a merda que eu fiz. Ainda tem Bonitão que está voltando para o quadro de cachorro deprimido mais uma vez, se ele continuar com a choradeira da madrugada daqui a pouco vou dormir na rua. Meus vizinhos vão me convidar a sair por desordem, minha vida não poderia está pior. Também grande babaca eu sou.

Suspiro e coloco Tão no banco do carona do carro. Entro, sento, coloco o sinto e passo a mão na cabeça dele que me olha triste.

– Fodi tudo meu amigo como sempre. – Suspiro derrotado. Afinal as lembranças mais dolorosas têm voltado para minha mente nesses últimos dias.

Anos que não me lembrava deles. Meus pais. Tento não ser como eles. Não queria um relacionamento sério para não ter que viver com alguém e fazer merda, como minha vida fodida foi.

Dirigi sem olhar a paisagem, estou concentrado nas lembranças e tudo que tem acontecido até agora. Drogaram-me e ainda não sei o porquê. Quem era a mulher que estava em meu apartamento? E por quê? Eu que a levei para lá? Os acontecimentos daquela noite são como um borrão na minha cabeça. Nada faz sentido.

Chego à pousada, faço o check-in e vou para o quarto. Assim que abro a porta e tiro Bonitão da corrente, ele corre e sobe na cama se deitando tristonho. Fecho a porta e vou até o frigobar, abro a porta e vejo várias latas de cerveja e refrigerante e garrafinhas de água. Olho para a cerveja e a vontade é muita, mas não dessa vez. Pego uma lata de refrigerante e abro, sento na cadeira e coloco a bebida em cima da mesa e minha mente volta ao passado.

Escuto os gritos dos meus pais e coloco as mãos no ouvido. Sou um menino de dez anos, tenho tudo que o dinheiro pode comprar roupas de marcas, boas escolas e empregados. Mas amor? Isso não.

Vou pegar a guarda dele e você vai sofrer sua vagabunda! Meu pai grita a plenos pulmões.

Vagabunda? Eu? Você que come até a faxineira do seu prédio e eu que sou vagabunda? Tenho testemunhas amorzinho. O moleque fica comigo e você vai continuar pagando a mesada milionária que ele vale. Cubro os ouvidos não aguentando mais a mesma coisa.

Saio correndo chorando pelas portas dos fundos e quando vejo estou na rua e escuto uma voz na minha nuca.

Riquinho chorão. Chora porque sua menininha? Minha tristeza vai embora e começa a raiva, minha mão fecha em punho. Continua a chorar seu maricas. Não o deixo terminar, pois dou um soco na boca e depois vários seguidos. Escuto os meninos gritando "briga, briga..." até que me tiram de cima do moleque.

Hackeando o Amor 2 [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora