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Frank viveu em New Jersey sua vida inteira, mas nunca tinha ido para Atlantic City. Sua mãe não permitia; ela não gostava de contrabandistas nem de apostas. Mesmo depois que Frank fez 21, ele continuou longe de qualquer coisa ilegal como bebidas ou perigosa como apostas. Perder a moral em um lugar leva a perder a moral em outros lugares. Ele tinha seu emprego; isso era tudo o que ele precisava ou queria.

Mas ele estava em Atlantic City hoje, a trabalho. Way tinha intensificado seu jogo, atingindo não outro banco, mas um casino. Frank tinha persuadido a equipe de campo dizendo que ele precisava ver o local pessoalmente para coletar dados. Providenciaram para ele uma arma para combinar com seu distintivo, e ele estava quase um verdadeiro agente de campo.

"Nós não conseguimos entender," o chefe de segurança do casino disse. "Nós temos alguém aqui o tempo todo. Mas ele foi tão rápido e silencioso... Nós nem sabíamos que ele estava aqui até a explosão de quando ele abriu o cofre. E quando meus caras chegaram lá, foi só para ver ele dando tchau." O homem estava pálido e suando; Frank se perguntou se ele seria demitido.

O turno da noite só tinha homens negros, e eles já tinham sido demitidos. Eles não estavam felizes em ter que ficar esperando para conversar com os federais, e não foram muito prestativos.

Eles não foram capazes de esclarecer os problemas restantes com a gangue de Way: não apenas quem eles eram, mas até em quantos eles estavam era desconhecido. Era absurdo. Mas aparentemente todo mundo – reféns em bancos, seguranças, quem quer que fosse – só prestava atenção em Way. Os outros cobriam seus rostos, mas Way não se importava.

Os outros agentes pensavam que Way era ousado e fazia isso apenas para zombar da lei por não ser capaz de pegá-lo. Frank pensava que ele estava fazendo isso para proteger sua gangue. Eles eram ignorados, salvos do centro das atenções. Isso era quase... nobre. Não que ele fosse dizer isso em voz alta algum dia, claro.

Frank tinha estudado a planta do casino enquanto os outros agentes discutiam com os seguranças demitidos. Agora ele passeava pelo casino, tentando descobrir possíveis rotas que o Way e sua gangue usaram. A entrada principal estava obviamente descartada; era muito pública e bem protegida. Frank olhou para a entrada de funcionários, a entrada da cozinha e a garagem de entrega. A maçaneta da cozinha tinha arranhões; ela tinha sido escolhida.

Começando na cozinha, Frank caminhou pela rota até o cofre. Acabou que havia um atalho pela dispensa que não só te levaria lá mais rápido como também te escondia dos seguranças. Eles fizeram um bom trabalho de reconhecimento do lugar, com certeza.

Frank pensou sobre isso enquanto dava uma olhada pelo casino, que estava aberto ao público hoje. Depois ele foi em direção ao gerente do casino, que ainda estava incomodado com os federais, como um cachorro terrier. "Você contratou algum cara recentemente?"

"Nós contratamos gente nova o tempo todo," ele disse. "Alta rotatividade."

"Me informe se algum dos novos empregados pare de vir trabalhar de repente," Frank disse. Ele entregou ao gerente o seu cartão. Ele quase nunca tinha feito isso antes.

Frank se afastou e olhou o local mais um pouco; essa poderia ser sua única chance de olhar. Seu olhar estava vagando aleatoriamente pela galeria que dava a vista de cima da principal sala de jogos no segundo andar.

O solavanco que atravessou Frank quando os olhos deles se conectaram foi quase físico. Frank reconheceria aquele rosto – aqueles olhos – em qualquer lugar.

"Jesus Cristo, caralho," ele murmurou.

Way piscou para ele.

Por um longo momento Frank ficou congelado onde estava. Depois ele empunhou sua arma. "Fique bem aí!" ele gritou. "Não se mexa!"

Teve um pouco de confusão, já que as pessoas ao redor dele gritaram ou se abaixaram ou correram. Outros agentes e a polícia chegaram correndo, não houve nada que parecesse um tiro certeiro, e em um piscar de olhos Way tinha desaparecido.

Frank se empurrou pela multidão e subiu correndo as escadas, mas claro que Way já tinha desaparecido há muito tempo quando Frank chegou onde ele tinha estado. "Você viu ele?" ele gritou para as pessoas paradas ao redor, se encolhendo para longe dele. "Para que lado ele foi?" Eles não tinham respostas.

Way ainda teve a audácia de esculpir uma coisinha no corrimão do mezanino onde ele estava antes, e deve ter feito isso antes que Frank o visse.

"XOXO G Way."


Public Enemy [Frerard AU]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora