CAPÍTULO I (Parte 2)

Começar do início
                                    

— Você sabe muito bem que seu pai reprova isso, esse tipo de arte causa uma poluição visual e...

— Meu pai, ele não sabe de nada!

— Caleb, não fale assim, respeite seu pai — ela o repreendeu rispidamente.

O jovem se vira de costas revoltado.

— Meu pai...

Caleb não completou a frase.

O garoto andava decepcionado com seu pai, afinal Allan estava distante e não fazia muita questão da família nos últimos meses, sua relutância em permitir que ele fizesse a tal aula de grafite o deixava ainda mais irritado.
Se lembrava da fala de seu pai, que deixou bem claro que grafite era coisa de bandido, marginal e havia um preconceito enorme por parte dele, mas o menino gostava muito desse tipo de arte e não queria desistir.

— Grafite não é coisa de bandido mãe, é arte pessoas ganham dinheiro com isso.

— Mas seu pai quer que você se dedique ao inglês, meu filho!

— Eu não quero! Odeio aquelas aulas.

— Mas isto é o melhor para você.

Janie se levantou e se aproximou do filho o abraçando temerosa, não sabia como ele reagiria, mas sentia uma necessidade de se aproximar mais de seu filho, agradá-lo de alguma forma. Talvez Allan estivesse exagerando em querer proibir o garoto de fazer algo que ele amava e tinha tanto talento.

— Filho, eu prometo que vou falar com seu pai mais uma vez.

— Você vai fazer isso por mim, mamãe?

O menino se virou com um semblante esperançoso.

— Mas me prometa que vai continuar com suas aulas de inglês.

— Sim, eu prometo.

— Então eu falo com ele assim que puder.

— Obrigado, mamãe — ele sorriu timidamente.

Aquele sorriso era tudo que Janie queria. Vê-lo assim alegre ainda que fosse tão pouco. Caleb era muito sério, uma incógnita, mas Janie estava disposta a fazer algo por ele que o deixasse feliz, apesar de saber que convencer Allan a autorizar as aulas de grafite seria bem difícil.

Antes de fechar a porta do quarto Janie inclinou a cabeça para dentro e disse:

— Eu te amo, filho!

Finalmente se direcionou para seu quarto. Estava cansada e deseja muito ir se deitar. Ela estava ansiosa pela volta de Ellen no dia seguinte, pois ela provavelmente tinha muitas novidades sobre sua lua de mel.

Aquela ideia mexeu com seu íntimo e ela se lembrou de que há muitos dias não tinha nenhum tipo de intimidade com Allan. Até nisso ele andava estranho, alegava ser estresse e ela não queria forçar a barra, mas agora ela acabava de ter uma boa ideia.

Quando Allan finalmente foi para cama encontrou Janie dormindo, ela usava uma linda camisola preta que revelava seu corpo perfeito. Ele achava sua esposa muito linda e atraente, desejava tocá-la mais do que tudo, porém, desde que havia traído sua mulher, foi tomado por uma culpa torturante, não se sentia digno e talvez manter distância até que conseguisse colocar um fim nisso, tornaria as coisas melhores. Ter se envolvido com Viviam havia sido um erro, no entanto não podia negar que sentiu uma atração inexplicável por ela, entretanto sua família não merecia isso que ele estava fazendo. Allan levou a mão no rosto exausto com tantas perturbações e foi se deitar, rapidamente caiu no sono.

RESGATE PELA GRAÇA (Físico Disponível Uiclap, Clube De Autores E Amazon.)Onde histórias criam vida. Descubra agora