Yuki

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Harpy durante vários minutos ficou com a garotinha, que se apegou a ele bem rápido. Harpy puxava assuntos para fazer a garotinha se abrir mais, talvez saber se ela conseguiu se lembrar de algo durante as horas que eles ficaram ali. Ele falava sobre como era a rotina do quartel general, sobre Thomas e Fancer, contava historias engraçadas que aconteciam pelos corredores. A garotinha parecia parecia estar confortável e ela escutava com atenção, ela ria com sua ironia nas narrativas e ela parou de chama-lo pelo apelido de "passarinho," e ele até estava agradecido, mas ele sentiria falta da inocência que ela o chamava assim. Era fofo. 

Durante as idas e voltas de assunto, alguém, que se revelou ser Thomas, com um tablet e seu jaleco branco, abriu a cortina, dizendo:

— Olá, garotinha! —  o cientista loiro disse, sorrindo para a pequena reploid.  — E olá Harpy, vejo que você deu uma invadida na área médica.

  — Sabe como é, né? Quando você não tem nada pra fazer, você explora o lugar. — retrucou Harpy, sorrindo. 

— Mas, como se sente? — Thomas perguntou para a reploid, que se encolheu um pouco. — Você chegou aqui em uma situação bem grave, pequena, eu preciso saber se seus sistemas estão funcionando bem. 

  — Eu me sinto... bem? Nada doí ao menos. — a pequena disse, com um olhar confuso. — Quem é o senhor? Você sabe o meu nome? Harpy me perguntou e eu não consegui responde-lo. 

A expressão de Thomas, de relaxada e animada, mudou para uma surpresa assustada, como se aquilo não fosse normal, como se aquilo não era suposto acontecer. 

— Você... Não lembra de seu nome? —    Thomas a questionou, com cuidado, Harpy claramente podia ver que ele estava tentando esconder o nervosismo, tentando não entrar em panico

— Não. Isso é ruim, senhor? — ela disse com o rostinho preocupado. Thomas olhava os dados em seu tablet, vendo se ele havia feito algo errado. Harpy, vendo que Thomas já estava suando e ele não era um bom ator na hora de esconder seu nervosismo, decidiu intervir.

  — Garotinha, você se importaria em ficar aqui sozinha por alguns minutos? Thomas deve ter esquecido algo. Não se preocupe, voltaremos daqui a pouco. —  ele disse, voando para o ombro de Thomas, e recebendo um assentir da menor, e com a oportunidade, Thomas saiu dali e eles foram para o corredor, onde Thomas se sentou no chão e começou a revisar os arquivos da pequena reploid.

  — Era para ela se lembrar, pelo menos do nome, mas parece que tudo sumiu! Como isso aconteceu? Eu danifiquei a central de memoria dela? O que eu fiz? — ele se perguntava, quase em histeria.

— Thomas, se controla! Respira, homem! — dizia Harpy, abanando o cientista com sua asa. 

— Mas eu não entendo o que aconteceu! 

— Gente, do que vocês estão falando? — uma voz feminina invadiu a conversa, causando os dois a pularem de susto, resultando em um Harpy se escondendo atrás de Thomas e o loiro arfando em susto. —Mas o que vocês dois estão aprontando?

  — Katherine! Pelo amor de Deus, não nos assuste desse jeito! — quase gritou Thomas, ainda se recuperando do susto.

— E não estamos aprontando nada! — Harpy disse, em defesa de seu criador e sua. 

  — Então por que vocês estão aqui no chão do corredor da enfermaria? — ela questionou, com os braços cruzados. 

— Bem... —  os dois disseram em uníssono.  

  — Eu fui checar aquela reploid que você resgatou na sua ultima missão, aquela do prédio. — começou Thomas. — Eu fui o responsável pelo reparo dela. Ela estava numa situação bem ruim. O núcleo de energia tinha sido danificado, ela tinha vários ferimentos pelo corpo. Eu consegui consertar tudo, até o núcleo de energia, e eu pensei que a memoria dela estava em perfeita condição, já que eu e minha equipe não diagnosticamos nada nesta parte do sistema dela.

MemoriesWhere stories live. Discover now