nine

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— Nicoly.

As meninas rebolavam até o chão e eu as observava de longe. Estávamos em uma balada,
comemorando a vitória do Brasil, que agora estava nas quartas de final.

Era por volta de quatro da manhã e eu não havia visto Philippe à noite toda. Pensei que ele fosse chegar mais tarde mas não aconteceu. Não faz sentido, todos estão aqui, até Tite e Galvão estavam. Foram embora pelas duas.

— Você está me irritando. — Neymar gritou no meu ouvido. — Está à noite toda aí parada, não bebeu e nem dançou.

— Que eu saiba isso é um problema meu. — sorri e ele mostrou a língua.

— O que foi?

— Você sabe por que Philippe não veio? — ele deu de ombros.

— Ele disse que estava com dor de cabeça mas sei que é mentira. Preferi não questionar, nos últimos dois jogos ele parece estar tenso. Não sei. — assenti. — Mas espera, por que você se preocupa?

— Curiosidade apenas. — dei um gole na minha garrafa de água.

— Mentira. — arqueei as sobrancelhas. — Você quer ficar com ele.

— Nossa, não. — passei a mão pelo cabelo e olhei ao redor.

— Você sempre faz isso quando mente. — ele sorriu. — Minha boca é um túmulo, não vou falar nada.

— Você está delirando.

— Com certeza eu estou. — ironizou e pegou duas cervejas, indo em direção a Thiago.

Decidi esquecer aquilo e aproveitar a noite, pedi uma garrafa de vodca para o barman e sai bebendo ela no gargalo, fui até as meninas e comecei a dançar com elas.

Olhei o celular e vi que eram nove da manhã, entrei no elevador e tentei lembrar meu andar, Gabriel me ajudou. Eu não fazia ideia de quantas bocas havia beijado e nem de onde estavam meus saltos. A porta do elevador abriu e eu fui sair, Gabriel colocou o braço na minha frente.

— O seu é o próximo.

— Eu sei. — ele gargalhou e deu beijo na minha testa, saindo do elevador.

O elevador parou no meu andar e eu sai do mesmo, indo direção ao meu quarto. Só então me dei conta de que Nathalia estava com o cartão que abria a porta e ela havia ido embora mais cedo com Alisson.

Ia bater na porta do quarto mas ouvi um gemido. Ótimo momento para transar. Pensei. Sentei no corredor.

Fiquei trocando mensagens com Ainê por um bom tempo, até a bateria do meu celular acabar. Ela é um amor e nós estamos nos aproximando bastante.

— Nicoly? — Philippe perguntou surpreso e eu o encarei. — O que faz aqui?

— Eu cheguei agora e a chave do quarto está com a Nathalia.

— Agora? — perguntou novamente.

— Você tem problema de audição? — perguntei e ele sorriu.

— Pode ficar no meu quarto se quiser. Estou indo tomar café e depois vou treinar.

— Mas hoje é seu dia de folga.

— Preciso esvaziar a cabeça e dar o meu melhor no jogo contra a Bélgica. — dei de ombros e ele me entregou o cartão que abria seu quarto.

— Obrigada.

— Disponha.

scary love ↣ p. coutinho [1]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora