Sarapalha

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Em um vilarejo quase deserto, às margens do Rio Pará, um surto de malária levou a população a partir. Em uma propriedade rural vazia, restaram três habitantes: Primo Ribeiro, Primo Argemiro e uma preta velha que todos os dias prepara a refeição. Não há como trabalhar nessa região.

O fantasma da morte assombra os primos. Um dia Ribeiro, achando que vai morrer, conta ao Primo Argemiro que a esposa partiu com um boiadeiro, deixando-o sozinho. Ele quis seguir os dois, mas se os achasse teria que assassinar o casal e lhe faltava ousadia para tanto.

Aproveitando as confidências, Argemiro confessa que era apaixonado por Luísa, a esposa de Ribeiro, embora nunca tenha se declarado a ela ou lhe desrespeitado. Embora sem forças e febril, por causa da malária, Ribeiro se enfurece com o primo. Apesar da insistência deste, ele não lhe concede o perdão e o expulsa.

Argemiro parte praticamente se arrastando e ainda, no caminho, é confundido pelos pássaros com um espantalho. Ele lamenta nunca ter se declarado para Luísa e sonha com ela, rememorando seu rosto antes do casamento. No cenário que o cerca ele vê flores azuis, mesma cor do vestido que cobria sua amada no dia do matrimônio.

SagaranaWhere stories live. Discover now