Admito que realmente toquei Take On Me exatamente nos minutos e segundos 3:07 quando Jimin aumentou a velocidade porque, convenhamos, era uma trilha sonora e tanto para o momento. Aquele clima recheado de adrenalina e paixão me deixou todo arrepiado e a música ainda mais, mesmo que ela soasse apenas dentro da minha cabeça.

Eu sou o adolescente mais feliz do mundo.

Assim que paramos, em frente à uma casa desconhecida, fora eu quem desceu primeiro. Resmunguei surpreso, quase que caindo pelo desequilíbrio e ouvindo Jimin rir, descendo depois e me dando um abraço de lado meio dengoso. Olhei para seu rosto logo depois e...

Oh, ele está com suas lentes...

— Como você está? — perguntou de repente, ainda me abraçando um pouco.

— Estou bem — Sorri. — E você?

— Bem também. — Pfft, que aleatório.

Abraçou-me de lado e depois abriu o portão da casa desconhecida, onde tocava música alta e boa. Sério, não era aquelas batidas estrondosas com letras sem sentido. Era música de verdade.

Entramos e eu não me sentia tão intimidado como da última vez que compareci a uma festa dos amigos de Jimin hyung. Isso porque dessa vez eu e ele estávamos muito agarrados, tipo, abraçados mesmo. Era difícil de andar, mas até que continuava sendo bom.

Bom demais.

— Quer beber algo? — perguntou no pé da minha orelha, fazendo-me assentir minimamente. Jimin segurou meu braço e nós finalmente entramos na casa.

Uau.

Jesus...

Bem, é. O cheiro estava bem ruim lá dentro. Muito fedor de cigarro, fumaça, era um cheiro muito horrível. Jimin me puxou com mais força e deixamos o cômodo fedorento para adentrar uma cozinha espaçosa, e até que lá estava mais cheirosinho.

— Quem mora aqui? — perguntei ao que vi como ele abriu a geladeira, como se já fosse de casa.

— Jongin — respondeu, analisando as bebidas. — O que você quer beber?

— Refrigerante. — Eu respondi.

Ele pegou uma garrafinha de vidro de refri pra mim e abriu-a, depois sorriu, me entregando. Dei um gole, tentando desviar o olhar para outra coisa que não fosse ele. Ele estava me olhando demais, com aquele olhar afetivo... Isso me deixa verdadeiramente encabulado.

Até parecia que estava admirando algo, aish...

Não é por nada não, mas 'num tem muita coisa para se admirar em mim não.

— O que foi? — perguntei, rindo um pouco embaraçado.

Deu de ombros, sentando-se na bancada e fitando-me nos olhos. Lambi os lábios, ficando em sua frente.

— Você fica uma gracinha de camisa social — disse Jimin e, droga, só serviu para me deixar ainda mais embaraçado.

— Você também- — Arrependi-me na hora. Ele nem está usando blusa social!

Ele riu da minha cara. Claro que riu...

Planejei fingir-me de bravo, digo, só fiz o bico que sempre faço, bebendo meu refrigerante e sentindo minhas bochechas arderem. Tsc, pra que rir de mim assim?

Jimin começou a sorrir muito, levando a mão até meu rosto e afagando minha bochecha com o polegar gelado; os dedos frios pelo clima de dezembro. Voltei o olhar para ele e este já estava me olhando. De novo. Sério, aquela encarada toda dele hoje estava me deixava muito perdido.

Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora