Cap. 11

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O Príncipe aproximou-se da Valquíria que estava prostrada diante das árvores lutadoras, e curvou-se também. Quando um Príncipe se curvava todos na sua presença tinham de fazer o mesmo, então assim foi feito. Todas as árvores retomaram seus lugares quando o Príncipe e a Valquíria se levantaram do chão.

O Príncipe ordenou que os corpos dos da tribo sejam queimados no campo de Batalha e que um funeral em honra aos Tramiciânos, que deram suas vidas para salvar o seu Reino, seja feita.

As legiões que restaram puseram-se em trabalho, cada corpo dos Tramiciânos foi colocado sobre um conjunto de madeira, cobertos de couros de animais como vestes e suas espadas deitadas no lado direito de cada soldado com o objectivo de serem queimados junto com o corpo. Todo povo usavou vestes brancas, enfeitaram seus rostos com pinturas à tinta branca que se limitava em duas listra nos queixos e uma começando da testa ao posterior da boca. Todos eles descalços, tocavam seus tambores, outros assopravam chifres de animais mortos no sacrifício.
- O que está fazendo aqui? Você deveria estar descansando.- Daiana protestou quando viu a Ísis numa carreta presa a um cavalo como sendo carroça.
- Não...- Esforçava responder quando começou o processo de tosse, por conta da ferida que no lado esquerdo do quadril. - Não perder a sua partida...- Tossiu prolongado. - Por nadinha.- Conseguiu concluir.

- Oh senhora Ísis! O que posso fazer por você?- Perguntou a morena enquanto segurava as mãos geladas da velha maga.

- Pode me curar.- Sugeriu a maga.

Assim que a mesma expressou, a Valquíria a fixou um olhar assustado no seu rosto exclamado, inclinou a cabeça pedindo explicação.

- Pode sim, querida, é só você querer e colocar a mão sobre a ferida.- A Íris instruiu-a e a encorajou agarrando forte as suas mãos morenas.

Sem dizer nada, a jovem fechou os olhos, respirou fundo para canalizar o poder e cobriu a ferida da velha com as duas mãos, alguns segundo depois uma luz acendeu em baixo da sua mão e quando ela alçou para ver o que era, já não havia nenhuma ferida no lugar, olhou a maga e sorriu.

- Obrigada, muito obrigada.- Agradeceu.

A nova Valquíria, que via tudo muito novo, não parecia se assustar com os rituais, pois lá a mesma sentia-se muito mais normal em relação ao seu outro lar, lá ela não precisava fingir ser humana, só de estar no meio de todos confortava-lhe. Sabia lá no fundo que aquele lugar era mesmo o lugar dela, contudo não consiga explicar mas a luz nos seus olhos e o sorriso que a escapava falavam por si.

- Noite bonita?- Perguntou o príncipe, tentando despertar a atenção dela no ritual.

- Pois, estou gostando muito.- Respondeu a guardiã, ajeitando o longo vestido de renda que usava, enquanto disfarçava a cara corada.

- Quero te mostrar uma coisa.- Disse o Príncipe, desfazendo sua expressão séria. - Me siga.- Pediu, antes de dirigir-se para o Palácio.

Chegando lá, passaram direto para uma enorme sala, um pouco apoerada com teias de aranha ligadas nas paredes e tetos. Abrindo a porta, deram de cara com uma caixa funerária feita de ouro puro, com a estátua de uma mulher gravada na tampa.

- Esta é a caixa funerária da Valquíria sua mãe.- O Príncipe contou, mantendo a postura vertical não muito longe da porta.

A Daiana desceu as escadas e se aproximou da grande caixa. Não tirava os olhos nos feitios da estátua, a armadura desenhada nela era a mesma com a que a nova guardiã usava no campo de Batalha, passou os dedos na recriação da sua espada gravada no lado direito da estátua, admirando mudo.

- Ela era nossa heroína, travou muitas batalhas para nós.- Informou o Príncipe, descansando-se numa das poltronas que colocara lá numa das vezes que ia ali visitar. -Deveria sentir-se orgulhosa.- Comentou.

- Ela era uma grande mulher, nos dias que passei aqui, a Ísis não parava de elogiá-la.- Reforçou a guardiã, gesticulando os olhos para tudo quanto era canto.

- Vamos, preciso levá-la antes que notem a sua ausência.- Alertou o encantador. Em resposta, a morena assentiu com a cabeça.

- Qual seria o seu desejo agora? Depois de tudo que fez por nós de modo que nunca poderemos compensar.- Perguntou o Príncipe nos corredores no caminho à multidão.

Huum...
Será que vai rolar beijo?
Ahn? Ahn?
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o Conto está no fim.
Beijinhos da Ju!

O Meu Lado ValquíriaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora