Noah olhou de canto para aquele gesto um pouco desconfiado e no mesmo segundo, Sra. Brown piscou, quase sem fala quanto sua filha.

— Uau. — ela murmurou colocando a mão no peito e pela primeira vez abrindo um sorriso sincero e doce. — Isso foi realmente muito adorável... O pai de Millie nunca chegou a falar assim de mim.

A mulher soltou um riso nervoso.

— Mãe. — a menina advertiu gentilmente.

— Eu sei, sem dramas de família. — ela repreendeu a si mesma e intercalou seus olhos castanhos entre os garotos que estavam sentados um de frente para o outro. — Vocês realmente não se gostavam antes?

Finn quis rir.

— Noah ainda lembra dessa época.

O garoto de olhos verdes soltou uma risadinha irônica.

— Lembro como se fosse ontem.

— Era uma bagunça. Um pouco difícil de entender o motivo mas no final viraram amigos. — Millie fingiu alívio com sua risada alegre e nervosa ao mesmo tempo.

Kelly Brown, no auge de sua vida de divorciada, parecia um pouco melhor do que da última vez, o assunto embalou-se no aleatório da rotina e ambos todos falavam sem perceber. A mulher olhou para os adolescentes e sentiu que queria ser mais presentes na vida deles e principalmente da sua filha, porém o trabalho a impedia de certos privilégios. Ela suspirou tristemente.

— Queria poder ficar mais tempo para saber o que mais perdi esse mês, mas tenho que deixar minhas coisas no hotel. Apenas apareci para fazer surpresa e as recebi em dobro.

Millie pensou um pouco e disse:

— Pensei que fosse ficar em nossa casa.

— Precisamos conversar sobre o futuro daquela casa. Eu quase não paro aqui em Nova Iorque e acho perigoso que fique vazia. — murmurou sua mãe totalmente aflita enquanto se levantava, em seguida balançando a cabeça para afastar tais pensamentos maiores. — Porém isso não vem ao caso agora. Discutiremos isso com calma, sim?

— Eu acho melhor. — concordou a menina e em seguida levantou-se também. — Quando virá nos visitar de novo?

— Em breve, eu avisarei dessa vez.

Ela abraçou sua filha e afagou seus cabelos da mesma forma que antes, fazendo-a desfrutar do raro momento. No segundo seguinte, Millie soltou-se de sua mãe e ela inclinou-se para abraçar Finn de modo afetuoso. Quando se afastou encarou os olhos escuros do rapaz e para a surpresa dele, a mulher sorriu.

— Espero vê-lo mais vezes.

— Igualmente, Sra. Brown.

Millie ficou na frente do garoto com os dedos entrelaçados na frente do corpo pequeno, enquanto Finn continuava atrás dela com as duas mãos nos bolsos da calça sem precisar erguer a cabeça para enxergar Sra. Brown caminhando até a porta, já que Millie era relativamente menor do que ele. A garota virou-se para olhar para Finn, que continuava com um sorrisinho bobo no rosto.

— Por que está sorrindo?

— Ainda estou com sua foto.

— Ótimo. — a garota murmurou e cruzou os braços lembrando desse deslize cometido momentos antes, enquanto observava Noah e sua mãe conversando entre risadas na porta. Millie virou-se para trás novamente. — Que feitiço de encantamento você jogou na minha mãe?

— Se souber me responda porque eu não sei. — sussurrou de volta, fazendo a garota segurar o sorriso e virar-se para frente.

Sra. Brown tocou no rosto de Noah com uma das mãos, fazendo-o sorrir levemente para ela antes de sumir pela porta. Quando o barulho da trinca estalou no ar, eles se entreolharam.

Sirius | Fillie Where stories live. Discover now