Gato Rhysand

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A casa estava em completo silêncio. O cheiro dos pães de Elain passavam pelos vãos da porta e se espalhavam pelos cômodos da casa. Mor e Amren estavam, milagrosamente, juntas com a Grã-Senhora nesta tarde. Não havia missão, data comemorativa ou coisa do tipo, por isso era um verdadeiro milagre estarem as três juntas ali.

-Se vão me fazer ficar aqui, podem ao menos dizer o que esperam que eu faça?

Amren resmungou girando a taça de cristal em mãos, o líquido vermelho escuro balançou no recipiente, deixando pequenos rastros no vidro.

-Você não consegue ficar parada com suas amigas? Quer dizer, precisa sempre estar em movimento? -Morrigan jogou seu pescoço para trás, fazendo com que a cabeça pendesse do braço do sofá afim de olhar a pequena mulher- Achei que na sua idade estaria mais debilitada, Amren.

A anciã curvou os lábios perversamente em um grunhido fazendo com que o sorriso provocativa de Morrigan sumisse imediatamente.

-Às vezes você é tão terrível quanto Cassian, Mor.

Feyre sorriu esticando as pernas na poltrona em que estava sentada. Realmente não havia um verdadeiro objetivo para estarem reunidas, mas, após tudo, após tantos dias juntos, era estranho quando não estavam discutindo, brigando e se provocando. Ela sentia falta de sua família nos momentos silenciosos. Não a de sangue, a de coração.

-Me comparar com Cassian é baixo demais até para você, Feyre.

Mor estalou a língua em uma careta engraçada que fez a Grã-senhora rir.

-Eu realmente não...

O som da porta da frente batendo interrompeu a frase de Feyre. Cassian entrou  na sala com os ombros tensos, um arranhão em sua bochecha e o semblante fechado.

-Achei que suas companhias noturnas fossem menos violentas- Amren sorriu- Ou talvez esta tenha apenas se cansado de você.

O guerreiro illyriano lhe lançou um olhar atravessado quando atravessou o cômodo.

-Não digam à Rhysand que estou aqui.

-Elas não precisariam dizer, Cassian. Azriel e eu ouvimos seus gritos de longe.

O Grão-senhor da corte noturna abriu um sorriso tão felino quanto o animalzinho em seus braços. O pequeno gatinho miou agarrando o polegar de Rhysand entre suas duas patinhas.

-Pelo caldeirão, um gatinho!

Mor gritou balançando as pernas no ar antes de pular para o chão e correr em direção do primo. Feyre se levantou com a mesma pressa indo até Azriel, que carregava mais dois filhotes nos braços.

-Onde achou essas coisas?

Amren fungou com uma careta, como se o cheiro dos bichinhos a incomodasse.

-Do lado de fora da mercearia.

O Encantador de Sombras respondeu entregando um filhote à Feyre que sorria como uma criança.

-São adoráveis.

Murmurou Morrigan fazendo bico ao acariciar a cabeça do filhote.

-Adoráveis - cuspiu Cassian do outro lado da sala. O illyriano estava com os braços cruzados olhando para qualquer direção, menos a dos filhotes- Não confiaria tanto nisso.

-Ora, Cassian - Rhysand se afastou da prima caminhando com o gatinho na direção de seu amigo- Diz isso apenas porque Cassiana o arranhou.

-Quem é Cassiana?

As três mulheres perguntaram em conjunto.

-O gato.

Resmungou Cassian.

A Corte De Espinhos E Rosas- Histórias Não ContadasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora