Cupido Illyriano

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O ar estava diferente, mais leve, talvez. Rhysand sentia a brisa soprar de um jeito calmo, tocava-lhe a pele como se estivesse o beijando e trazia um perfume, um cheiro, que o inebriava. O Grão-Senhor da Corte Noturna se levantou finalmente identificando aquele cheiro, o perfume de sua parceira. Ele não poderia esquecê-lo, não quando ainda estava grudado em sua pele, em seus lençóis e até mesmo em seu nariz. O cheiro de Feyre o perseguia por todo e qualquer lugar que fosse dentro da casa.

Mas havia algo diferente essa manhã. Havia algo mais doce mas ao mesmo tempo marcante...como se ela estivesse esperando por algo. Sua mente buscou a ligação que havia entre eles e Rhysand pôde ouvi-la cantarolando mentalmente, ele pensou em se aproximar mais, roçar seus escudos mentais para que pudessem conversar e se provocar como sempre faziam, mas havia uma sensação... O que poderia estar errado?

O macho se virou ao sentir a aproximação de sua prima, Mor estava agitada e feliz, um sorriso largo lhe cobrindo o rosto.

-Cassian está pronto.

-Pronto?

Os olhos da loira se estreitaram quando esta levou as mãos a cintura batendo um pé no chão.

-Diga-me, Rhysand, para quê serve todo esse poder se não é capaz de se lembrar do jantar com sua parceira?

Rhysand engasgou e tossiu sentindo o nervosismo subir por seu corpo.

-O jantar não é hoje, está marcado para a próxima...

-Lua cheia que, por um acaso, é hoje.

Morrigan completou com um gesto zombeteiro. O primo havia esquecido, ele havia planejado, replanejado e dado ordens e mais ordens para, quando o tal dia chegasse, ele ter esquecido.

-Porcaria de calendário, pensei que fosse amanhã.

Ele sussurrou com uma careta descontente, estava basicamente tudo pronto mas ele se sentia mal por ter confundido os dias.

-Pensou errado. Feyre está quase pronta e você...- a loira o olhou com um suspiro e estalou a língua- Precisa se arrumar.

-Mor -Rhysand sorriu ao murmurar, os olhos violetas brilhando quando o Grão-Senhor abriu seus braços para se exibir- Sou o Grão-Senhor mais lindo de toda Prythian, não pode ver?

-A única coisa que posso ver, Rhysand, é você e seu enorme ego se atrasando. Ande logo.

A loira sibilou para o moreno sorridente que desapareceu em poucos segundos.

~°•°~

Feyre esticou novamente as rugas invisíveis de seu vestido. Nuala e Cerridwen haviam a vestido com um tecido leve e esvoaçante, porém simples. Ela não usava nada mais por baixo e esperava que seu parceiro descobrisse isso não muito tempo depois que chegasse para jantarem. Um sorriso malicioso a abriu em seu rosto quando a Grã-Senhora enviou uma foto por seu vínculo de parceria, uma peça de renda abandonada no chão de seu quarto.

Feyre saiu do cômodo e não demorou muito para que a resposta de Rhysand chegasse, uma resposta típica do macho elegante, um ronronar baixo e sensual que havia feito todos os poros de seu corpo se eriçarem. A garota precisou repreende-lo pelo laço quando estancou no corredor, uma mão no peito arfante e o pulsar de desejo por seu corpo. Ela o amava, com todas as forças. E sabia que Rhysand também a amava, da mesma forma, da mesma intensidade.

-Feyre, acho que Rhysand está aqui para buscá-la.

Elain avisou saindo de seu quarto, a voz suave e baixa ao olhar para o fim do corredor como se pudesse visualizar a porta da frente da Casa Do Vento.

A Corte De Espinhos E Rosas- Histórias Não ContadasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora