I - A requisição das escolhas

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Christopher era um garoto que possuía o que muitos desejam e buscam insaciavelmente em ter: a felicidade. Estava cursando o último ano do colegial. Era ótimo quando o assunto se tratava de si mesmo. Porém, tratando-se de seu futuro, não havia muitas coisas que pensara a respeito. Como por exemplo, se perguntassem: - Christopher qual faculdade quer cursar? Ele responderia: - Não sei ainda, mas creio que seguirei o legado de minha família. O futuro é algo que devemos planejar desde cedo, os mínimos detalhes, ou deixar que a correnteza da vida nos guie, e embarcar em altas aventuras. 

Tinha inúmeras possibilidades para seu futuro, muitos não sabiam usufruir de suas oportunidades e ficavam empacados no Ensino Médio, ou concluíam e depois não faziam mais nada da vida, a título de exemplo, o Ensino Superior. Várias pessoas lhe davam conselhos, bastava parar um tempo, deixar as redes sociais de lado e ir rabiscar seu caderno, ou até mesmo abrir um simples bloco de notas em seu celular. Afinal, era seu futuro que estava em jogo.

Na escola tinha inúmeras amizades, e inimizades também, que tinha que olhar para a cara quando passava nos corredores do colégio todo santo dia. As vezes se perguntava o porquê das coisas, se estava passando por uma fase ruim ou simplesmente a segunda guerra mundial. Todo dia enfrentava uma catástrofe diferente, coisa que para você pode ser resolvido em um simples estalar de dedos ou piscada de olhos. Problemas, todos temos problemas diariamente, não imaginava o saco que seria a vida sem eles. Mas no seu caso faltava ser mais equilibrado e menos exagerado!

Em um dia comum em sala de aula, seu professor de filosofia passou um curto questionário para casa, que tinha por título: "Quem decide o futuro?! As escolhas que fazemos ou as decisões que não tomamos?" Quando Christopher olhou para o papel logo pensou: "Meus Deus por que e para que tenho que fazer isso?" Mas o indagamento certo seria "Por que não fazer?". Como era um aluno exemplar, assim que chegou em casa, mal comeu, tomou um banho, trocou de roupa e começou a entrar no famoso processamento com sua mente.

Ao olhar as perguntas demorou a perceber que tinha um propósito, e que refletir sobre elas era primordial. Foi então que pensou: 

— Bem... Todos nós precisamos fazer escolhas, pois são nossas escolhas que definem nosso futuro, preciso fazer as minhas, mas não preciso planejar exageradamente nos mínimos detalhes; se as escolhas que eu fizer agora para tomar rumo em minha vida forem ruins, não as executarei com precisão e eficiência e serão consequências do meu destino. 

Christopher finalmente começou a entender que rumos necessariamente devem ser tomados, e que deixar-se guiar pelo bravo e vasto oceano podia acarretar em um futuro indesejável e insatisfatório.

No dia seguinte entregou o trabalho e agradeceu a seu professor. Ninguém havia falado no tocante futuro, graças a seu professor pôde então perceber que necessitava não apenas de planejamento, mas de atitude de sua parte; E foi o que fez. Pegou a última folha de seu caderno e começou a relatar ideias que não havia noção que poderia fazer parte de seu destino. Pôs tudo na lista, não deixou nada de que se lembrava que gostava, e foi riscando os menos importantes. Depois de tudo, percebeu apuradamente que só lhe restou o que realmente servir-lhe-á como base.

Dentre os itens que permaneceram, estava entre eles: concluir o ensino médio, ingressar em uma boa faculdade, entrar nas forças armadas, conseguir um emprego, conhecer uma pessoa bacana, tirar a carteira de habilitação, comprar uma casa, um carro, casar-se, e ter filhos. Não necessariamente nessa ordem, jurou para si mesmo tentar executar essa lista.

Christopher era feliz, um pouco popular na escola, pois fazia de tudo um pouco, desde esportes até musicais e peças de teatro. Possuía diversos e grandes amigos que faziam da sua vida cada vez melhor. Dois meses depois de seu aniversário, chegou o dia de Christopher realizar a prova para tentar ingressar em uma faculdade. Acordou-se com disposição, tomou café da manhã bem, teve uma noite tranquila de sono, nada podia lhe abalar, nem mesmo o desespero e a ansiedade, que muitos candidatos tinham quando iam realizar a prova, e o tenebroso nervosismo por causa do tempo. Ao chegar no local em que iria realizar a prova, encontrou uma amiga do ensino fundamental de sua antiga escola. Não gostou nem um pouco em revê-la, pois lembrara que ela não parava de tagarelar e pedir cola na época em que estudavam juntos. Quando perguntou a sala em que ela iria realizar a prova, Christopher teve uma enorme surpresa, era na mesma sala que ele. Então, estava pedindo a Deus que ela tivesse mudado. Mas, na hora em que começou a responder o exame tomou um susto, quando ela o chamara dizendo que estava em dúvida em uma determinada questão, e pediu a resposta a Christopher. Nesse momento, o aplicador de provas disse: 

— Lembrando pessoal, que a avaliação é individual, portanto, nada de conversar com o colega ao lado.

A garota aquietou-se. Um tempo depois, Christopher sentiu alguém lhe tocar, ao olhar, era ela novamente. Ele então lhe disse:

— Para de ficar pedindo resposta, se você não sabe, ou está em dúvida, marca qualquer alternativa, porque a prova é individual.

O aplicador de provas chamou-lhes a atenção mais uma vez:

— Da próxima vez que eu pegar alguém cochichando irei tomar a prova, e terei o prazer de justificar o motivo.

Ela finalmente o deixou em paz e continuou fazendo sua prova. Após toda aquela chatice, Christopher conseguiu terminar a prova faltando alguns minutos, sendo o penúltimo a deixar o local.

Em seu final de ano escolar as coisas não iam tão bem: último bimestre, professores passando muitos seminários, fala da peça da formatura para decorar, roupa pro baile de formatura para comprar, dentre muitos outros afazeres. Entretanto não reclamava, pois adorava manter sua mente ocupada e o seu eu no centro de tudo. No final de dezembro iria acontecer o baile de formatura de sua escola, seus pais já haviam pago tudo. Quando se tratava de festas não era de ir para muitas como seus amigos, e quando ia, não ligava de pegar alguma garota, era mais reservado (quieto na dele).

— Irá ser uma festa como as outras! — Disse Christopher em seu pensamento. Mas nem presumia que seria bem mais agitada em relação as anteriores. 

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