Capítulo 11

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POV Lauren

Foi muito bom passar a noite com minha família. Depois que Ally, DJ e Mani foram embora coloquei o pequeno Nick pra dormir.
Camila e eu projetamos um quartinho lindo pra Sam, mas nenhuma das duas quis deixar ela sozinha no berço, resultando que nossa pequena dormiu na nossa cama com a gente.
Infelizmente hoje tenho que trabalhar, então acordei cedo e vim pra empresa, mas não sem antes dar muitos beijos na minha esposa, filha e afilhado.
Agora estou na minha sala, mexendo com diversos papéis e me perguntando porque Alls está atrasada.

-Licença. - É Harry, entrando no escritório. - Tudo bem Laur?

-Oi Harry. - Respondo me levantando pra lhe dar um abraço. - Tá tudo bem comigo. E com você? E o Louis?

-Estamos bem. - Ele responde sorrindo. - Eu vim te chamar porque a Ally chegou, mas ela tá passando mal.

-Onde ela tá? - Pergunto preocupada.

-No banheiro da sala dela. Não quis deixar eu ajudar.

-Eu vou ver como ela tá. - Digo já saindo da minha sala. - Brigada Harry.

-Por nada Laur.

Entro na sala de Ally e  a porta do banheiro trancado.

-Alls, sou eu, abre. - Digo alto e a porta é destrancada. - Eita baixinha. O que foi?

-Eu tô enjoada Laur. - Diz Ally fraca. - Eu diria que é ressaca se não tivesse sentindo isso semana passada.

-O que tá sentindo? - Pergunto já preocupada.

-Enjôo, dor de cabeça, cólicas... - Ally vai enumerando os sintomas.

-Igual quando você tinha treze anos. - Falo lembrando.

-Exatamente. - Ela diz.

-Você chegou a terminar o tratamento do mioma Alls?

-Terminei Laur, mas o médico na época me falou que era hereditário. Minha avó teve lembra? Ele disse que podia voltar.

-Você tem que procurar um médico Alls. - Digo séria.

Me lembro exatamente da confusão que foi quando Ally teve esse problema aos treze anos. Todo mundo achou que ela tava grávida. Não fosse a tia Patricia lembrar que a mãe dela, avó da Ally, teve mioma a baixinha teria sofrido abessa.

-Vou procurar Laur. - Diz minha amiga indo pra própria mesa. - Mas me diz, como foi a primeira noite da Sam em casa?

-Ah. - Sorrio quando ela diz o nome da minha princesa. - Foi ótimo. O chorinho dela é tão fofinho. Ela só acordou uma vez na noite.

-Que bom. - Diz Ally. - Quem levantou pra ir cuidar dela?

-Ninguém. Ela dormiu na cama com a gente.

-Eu sabia. - Diz Ally rindo. - Gastou horrores com um quarto que ela só vai usar na adolescência.

-Ah... - Digo sentando também. - Ela é tão pequenininha pra ficar sozinha. Mas e você? Fez o que ontem, depois de ir embora?

-Fui beber com Normani e Dinah. - Responde.

Alguma coisa apitou na minha cabeça quando ela disse isso, mas não sei o que.

-E depois? - Pergunto.

-Como assim depois? Depois eu fui pra casa dormir ué. - Ela responde e nesse momento tenho certeza que ela está mentindo.

Porque?
Alls nunca foi de mentir, muito menos pra mim. Mas seja o que for vou respeitar, quando ela quiser ela fala.

-Você aguenta fotografar hoje? - Pergunto mudando o assunto.

-Acho que não. Manda o Harry no meu lugar por favor? - Ela pede fazendo um biquinho, que me leva a  rir.

-Claro pequena. Vai pra casa e descansa. - Digo séria. - E procura um médico.

-Eu vou procurar. - Diz pegando a bolsa. - Mas espero que não seja o mioma novamente.

-Eu também pequena.

POV Ally

Passei o dia mal.
Vomitei o dia todo e as cólicas estão ficando mais fortes.
Tive mioma uterino aos treze anos, mas enfrentei um problema e tanto por causa disso.
Meu pai simplesmente deduziu que eu estava grávida. Queria ir na minha escola e descobrir quem era o garoto com quem eu estava envolvida. Eu nem sabia o que era sexo na época.
A sorte foi que minha mãe decidiu me levar no médico, onde foi descoberto o mioma. Minha mãe tinha suspeitado, porque minha avó teve mioma e minha mãe lembrou disso.
Não tem cura, mas tem tratamento, eu fiz e o médico disse que eu tava bem, mas que podia voltar. E agora, treze anos depois, voltei a sentir os sintomas.
Ficar em casa foi ruim, porque além de ficar passando mal, ainda fiquei lembrando da noite passada. Do amor que fiz com Mani e Dinah.
Não, não foi só sexo. Eu fiz amor com elas. É loucura, mas eu amo essas mulheres. Amo as duas de uma forma tão profunda e complexa... Não sei nem como explicar.
Cada momento da noite de ontem ficou registrado profundamente na minha cabeça, mais de uma vez me peguei pensando nos corpos, nos toques, nos sons dos gemidos...
Foi algo tão profundo, uma sensação tão gostosa, acordar ao lado daquelas mulheres me causou sensações maravilhosas.
Me peguei pensando diversas vezes porque simplesmente fui embora.
É claro que a gente não poderia seguir com um relacionamento a três, um romance Trilateral. Mas eu poderia ter aproveitado mais. Poderia ter curtido mais algumas horas, mais alguns momentos. Só que eu fui embora. Eu deixei elas lá. Eu queria ficar, mas eu não podia dificultar mais as coisas.
Eu usei a coragem que a bebida me deu pra fazer algo que eu queria, só que não podia me martirizar.
Eu não podia ficar naquele lugar, me apaixonando mais e mais por aquelas mulheres, pra depois ter que deixá-las pra trás, sofrendo o dobro do que já sofri até agora.
Então fui embora, pra amenizar o momento da despedida, mas a verdade é que estou sentindo uma dor no peito que nunca imaginei que sentiria por uma pessoa.
Nem quando Zayn me trocou pelo Liam eu senti tanta dor. Uma dor de perda. Mas a questão é que apesar da noite de ontem eu nunca tive nenhuma das duas. A Dinah é da Mani e a Mani é da Dinah.
Eu fui apenas uma intrusa na vida daquelas duas. Mesmo que meu coração transborde sentimentos por aquelas mulheres, eu jamais vou poder ficar ao lado de nenhuma delas.
Outra onda de enjôo me atinge e eu corro pro banheiro pra vomitar. Sento no chão e respiro fundo, levanto, vou até a pia e lavo a boca olhando no espelho.
Eu preciso procurar um médico. Também preciso ficar longe do casal Norminah.
Penso um pouco e tomo uma decisão. Acho que vou juntar as duas necessidades que tenho agora.
Volto pro quarto, pego minha agenda e procuro o número que eu pensei que não iria ligar nunca mais. Mas a situação exige isso.
Disco o número e aguardo três toques.

-Alô? - Essa voz me trás boas lembranças, então sorrio mesmo em meio a essa situação.

-Oi. - Digo sorrindo. - É a Ally.

-Ally... Nossa.

-Eu sei. - Digo cortando. - Faz tempo mesmo. Só queria avisar que estou indo pra Nova York.

TrilateralWhere stories live. Discover now