Capítulo Seis - Parte II

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Emma retornou para sua casa no fim da tarde

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Emma retornou para sua casa no fim da tarde. Conversaram por um longo tempo com a irmã. Era visível como Lilian amadurecera, como estava mais centrada e muito mais amorosa. A gravidez a transformara, assim como o casamento. Lilian Middle era outra depois de Edmund Seymount. Assim como o Duque era outro depois da esposa em sua vida.

Era essa a diferença que Emma queria fazer na vida de Peter. Não transformá-lo; porque ele era maravilhoso e um homem decente, mas queria fazê-lo voltar a viver. Queria poder dar sentido à vida dele. Esperava estar conseguindo tal coisa.

Chegou em casa na hora do crepúsculo. A casa de sua irmã era longe e Emma sentia falta de tê-la consigo todos os dias. Mas saber que Lilian estava feliz e realizada compensava aquilo.

Emma encontrou apenas o pai na biblioteca; assim que entrou e fora até lá pegar um livro para ler após o jantar e antes de dormir. Gostava de ler durante a noite. Lia algum livro e relia as cartas de Peter. Já virara rotina para ela fazer aquilo.

— Olá, papai. — Emma murmurou, enquanto tirava a capa e as luvas, deixando-as sob o sofá de veludo branco, e ia até a enorme estante que ficava ao lado da mesa. O Duque levantou o olhar dos papéis que assinava.

— Olá, querida. Como sua irmã está? — George indagou, voltando à rubricar as folhas pardas. Emma suspirou.

— Lilian está bem. Ótima, aliás. Muito feliz em sua vida de casada. — Respondeu, passando os dedos pelos livros na prateleira que ficava na altura de seus ombros.

— Me parece que Edmund está fazendo bem para ela. — O Duque comentou. Ele ainda mal acreditava que Edmund havia renunciado à sua vida de Libertino por Lilian. Mas sua filha valia a pena. Era única. Ambas as filhas eram.

— Sim. Ele a ama muito. — Emma deu de ombros, puxando um livro de capa vermelha da prateleira. Era um romance. A ruiva deu as costas para a estante, enquanto abria o livro e o folheava. O Duque levantou a cabeça e observou a filha mais velha com atenção.

— Venha cá, Emma. — Chamou, fazendo Emma levantar o olhar do livro. Engoliu em seco. O pai a estudava; conhecia bem aquele olhar. Aproximou-se, encostando na mesa e deixando o livro em cima. — Você me parece um tanto quanto distraída.

— Na verdade, só estou um pouco preocupada. — Emma murmurou. Não conseguia esconder as coisas do pai, parecia que ele descobriria se ela omitisse, ou até mesmo mentisse.

— Arrisco à dizer que é com Peter. Estou certo? — O Duque investigou, o olhar intrigado. A ruiva balançou a cabeça, afirmando. — Ele não está melhorando?

— Na verdade, eu acho que está. Mas eu tenho medo que ele nunca esqueça tudo o que aconteceu. — Emma confidenciou, dando de ombros, o tom de voz baixo. Duque George encostou-se na cadeira.

— Emma, ele jamais esquecerá o que aconteceu. Foi muito traumático. Ele viu o irmão morrer e perdeu o pai ao mesmo tempo. Ninguém merece esse tipo de coisa. Ele não esquecerá, ninguém se esqueceria de algo assim. Mas o que aprendi sobre traumas, é que eles podem ser superados. Com amor, carinho e dedicação. E eu vejo que você tem isso de sobra com seu noivo. — O Duque murmurou, fazendo Emma respirar fundo. — Filha, não conheço ninguém que tenha mais empatia e compaixão com os outros do que você. Sei que a dor dele é como se fosse sua. E eu tenho orgulho dessa filha tão boa que tenho. Mas não pense que ele jamais passará por isso. Porque ele está passando. À cada dia que ele se levanta, ele está superando. E sei que a pessoa responsável pela melhora dele, é você. Você está o ajudando, Emma. Posso perceber que ele está melhorando aos poucos. Ele estava muito pior quando o conhecemos. Agora, parece ter um motivo para se erguer.

À essa altura, os olhos de Emma já estavam carregados de lágrimas que ela lutava para segurar. Ouvir tudo aquilo, de seu pai, mostrara que ela estava no caminho certo com o noivo. Se alguém podia curar Peter, esse alguém era Emma.

— Muito obrigada, papai. — Emma balbuciou, inclinando-se para depositar um beijo na bochecha do pai. Fechou os olhos por um segundo antes de se afastar. — Eu te amo. — Murmurou, antes de sair da biblioteca, deixando o Duque orgulhoso da filha que tinha. Emma era muito forte, e aquilo era visível à todos.

A conversa com o pai dera outra perspectiva para Emma, outra visão de tudo à sua volta. Ela precisava mudar muita coisa em sua vida e consertar outras. E Emma sabia exatamente o que deveria fazer. E tudo tinha a ver com ela mesma. E principalmente com Peter. 

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O Reencontro do Capitão (DEGUSTAÇÃO)Where stories live. Discover now