Antes mesmo de terminar um passo de respiração, Louis já havia respondido, sem pensar ou hesitar, as bochechas, contudo, coradas.

- Não!, eu vou pra uni. E—eu te encontro ai.

"Ahn, sério?" A surpresa na voz de Harry aterrorizou Louis. "Então... eu te encontro na entrada?"

- Sim. – soltando um suspiro, Louis deixou a tensão nos ombros se esvaírem ao que encostava a cabeça na parede e ainda mantinha os olhos bem fechados. Stan o analisava minuciosamente, embora esboçasse um sorriso de ponta a ponta.

Naquele momento, pensando no fato de que havia dado a deixa e que agora era pra valer, Louis se pegou questionando se realmente iria fazer aquilo – ele sabia que queria Harry, sempre soube, e também sabia que o que os mantinha separados era puramente culpa sua. Ele estava prestes a mudar isso, uma grande mudança, e já não tinha mais tanta certeza se era a coisa certa a se fazer.

Quando Louis pensou que a ligação já havia sido encerrada, a voz rouca ecoou em seus ouvidos e calou todos os seus pensamentos:

"Estou te esperando, Lou. Aonde quiser, precisar ou estiver. Estou te esperando." E Louis sabia que aquilo não se referia ao fato de que Harry iria espera-lo na entrada da uni e sim referente a tudo que passaram até aquele último segundo. "Porque você vale a pena, Lou. Você é a coisa mais valiosa que já encontrei na minha vida."

E Harry desligou.

%%%

Tudo passou em câmera lenta, embora Louis tenha plena consciência de que foram apenas minutos – ele não iria deixar Harry esperando por muito tempo na entrada da uni, afinal, estava ventando e a chuva de mais cedo dava indícios de que iria retornar. Enquanto caminhava apressadamente – o máximo que suas pernas pequenas mas proporcionais permitiam – ele desejou que aquele momento decisivo (esperançosamente bom) acontecesse em um dia ensolarado de verão enquanto pássaros cantavam e nuvem alguma atrapalhasse o calor proveniente do céu.

Teria sido mais... como os contos de fada. Se ele tivesse imaginado aquele dia várias e várias vezes – ele nunca admitiria que havia, de fato, imaginado – seria em um dia bonito, não em plena noite fria e muito provavelmente chuvosa.

Mas ali estava ele, encolhido nos casacos grossos que havia colocado enquanto Stan tagarelava sobre aquela ser a melhor noite do ano e que estava orgulhoso do amigo e que não faziam um trabalho digno ao esquentá-lo. Seus Vans batiam contra o asfalto na mesma intensidade que o vento batia contra seu corpo, apenas aumentando a tremedeira que sentia – ele convencia a si mesmo que era apenas devido ao frio.

Pela primeira vez desde o começo – começo mesmo, desde Harry e Louis se odiando, se provocando, apanhando juntos no corredor, prometendo ajudar um ao outro em seus projetos e fingindo fazer aquilo apenas para esfregar na cara um do outro, Louis torcendo por Harry nos jogos, ambos jogando o jogo da Disney, as visitas diárias ao carrinho de cachorro-quente de James até Ryan aparecendo, estragando tudo, Louis estragando tudo, Harry ficando arrasado, brigas em festas de fraternidade, socos e chutes, machucados e Louis indo embora – desde o momento inicial, aquela era a primeira vez em que Louis Tomlinson estava caminhando até alguém que quer, que realmente quer, alguém que ele quer tanto que justamente por querer tanto, proíbe a si mesmo de ter, porque tudo que tem, destrói.

Mas ali estava ele.

Louis Tomlinson estava indo ao encontro de Harry Styles para dizer que, embora as circunstâncias, ele o queria – e que iria se permitir querê-lo.

Se ele ainda o quisesse, claro.

Confuso, não?

O frio em sua barriga, o lacrimejar constante de olhos, o tremor nos lábios e joelhos e mãos, a falta de ar e o suor acumulado em sua nuca independentemente do frio apenas colaboravam com a confusão em sua mente.

once upon a plug {l.s}Where stories live. Discover now