Sentei na cama também, tentando massagear meu cabelo bagunçado. Ele abriu a gaveta, pegou algo e depois se virou para mim, a mostrando em suas mãos.

Uma carta.

Encarei-o por um tempo.

— Jeongguk... A minha... — suspirou fundo. — Minha mãe tentou me matar quando eu tinha onze anos.

Arregalei os olhos.

A mãe...

— O quê? — Realmente pensei ter escutado errado.

— Ela não teve pena, apenas cometeu um erro, é por isso que estou aqui.

Eu... Eu escutei certo? Aquilo era verdade?!

Ele se aproximou da cama, deixando a carta em cima do travesseiro, em seguida, pegando em minha mão. Levou-a até sua cabeça e, depois de pressionar meus dedos ali, 'num local perto do redemoinho, eu pude sentir algo. Era levemente volumoso.

— Isso...

— Foi ela que fez isso.

Engulo em seco.

— Eu nunca... Nunca notei isso antes. — falei. Já fiz tanto cafuné nele... Eu nunca percebi.

Ele abaixou a cabeça.

— Foi, bem, ela... Ela tentou me matar, depois ela... Cometeu suicídio.

Ajeitei-me onde eu estava, o fitando no rosto. Aquilo era... chocante. Meu coração acelerou e fiquei, além de assustado... confuso.

Por quê... Droga, eu não acredito. Não pode ser. Por que a mãe dele...?

— Hyung... Eu sinto muito... — Foi o que consegui dizer, mas ele abaixou a cabeça e negou.

— N-não... Não... Eu não me lembro dela. — olhou em meus olhos outra vez. — Eu deveria lembrar, mas não lembro... Foi me dito que ela delirou.

Aproximei-me dele na cama, abraçando-o um pouco e ouvindo um ofegar seu.

— N-não me abrace, ou eu vou... Vou vacilar. — disse baixinho, mas eu me deitei por cima de seu corpo, meu rosto escondido em seu ombro. Estávamos deitados de novo.

Fechei os olhos, suspirando.

Ok... Jeongguk, isso aconteceu com ele, parece ilógico, mas aconteceu. Parece impossível, pois Jimin é tão bom! Por que uma mãe faria isso? Droga, parece tão... Impossível. Mas ele está tão trêmulo, é claro que está falando a verdade, Jimin não faria brincadeiras assim! Não posso me dar o luxo de não acreditar, quando ele pareceu ficar um bom tempo tomando coragem para me contar...

Fechei meus olhos com força. Será que é por isso que ele acha que vou odiá-lo? Por causa de sua mãe? Droga, eu não sei...

— Seria... Seria por causa disso que você sente que não deve ser feliz? — resolvi perguntar, uma vez que sentia que éramos íntimos o bastante. Eu disse baixinho e lentamente para não parecer radical demais. — Que sente que vou te odiar? Te esquecer...?

Sentia sua boca tocar minha orelha e seu suspiro foi totalmente audível para mim.

— Isso... Isso é por causa da minha tia.

Mexi-me um pouco, na verdade, eu tirei meu corpo de cima do seu e me deitei ao seu lado. Que confuso... A tia dele, a mãe... Não sei de nada mesmo.

— Ei...

— Chega perto... — sussurrou e apenas aconcheguei minha cabeça em seu travesseiro, fechando meus olhos e tocando sua testa com a minha. Ele precisa me sentir. E eu precisava senti-lo. — Isso...

Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora