Diário de Nina #2

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2010

Não consegui escrever esse final de semana. Sexta-feira fui para uma festa com Isabelle, Letícia e Joana – duas amigas de Belle – e chegamos em casa às duas da manhã. Eu nem sabia como ligava o computador a essa altura (não por bebida, mas por conta do cansaço mesmo). No sábado eu acordei às duas da tarde e não tive energia nem para levantar da cama até as 18h, e daí eu só fui para a sala e assisti a dois filmes seguidos com Rafa. E hoje, domingo, foi o almoço de família. Os almoços são sempre ótimos, eu adoro porque o dia passa e nem sentimos, e domingos não são dias muito interessantes, então eu tenho sempre algo para fazer e novidades para descobrir. Nunca fica entediante.

O problema é que hoje, no almoço, eu só conseguia pensar em escrever. Não sou o tipo de pessoa que ignora a família para ficar no telefone ou computador ou coisa desse tipo (Anna Clara passou a tarde inteira jogando qualquer besteira no computador), mas eu só conseguia pensar em como queria estar no computador, escrevendo.

E aí pensei que quando finalmente todo mundo tivesse dormindo devido à exaustão causada pela enorme quantidade de comida ingerida em menos de duas horas, eu iria sentar a bunda na cadeira e escrever, né... bem, eu, tecnicamente estou fazendo isso, mas não do jeito que queria. Abri o word, posicionei os dedos sobre o teclado e... branco total. Eu não lembrava nem como eram os nomes dos meus personagens. Isso não é bloqueio criativo, isso é amnésia de escrita (nem sei se existe, mas! Aff!). Reli tudo o que tinha escrito desde a semana retrasada, quando comecei, mas nada me deixou empolgada para continuar escrevendo.

Acho que ter "deixado a história de lado" por dois ou três dias me fez não querer mais escrevê-la. Sei lá. Pode ser que escrita não seja, afinal, a coisa que eu amo. Gostaria que fosse, entretanto. Eu estava realmente gostando. E não consigo parar de pensar no porquê simplesmente a história foi embora. Isso está me matando. Bem, eu não quero desistir, então não vou fazer como o violão ou vôlei ou francês. Vou tentar mais uma vez. Quem sabe não consigo resgatar aquela sensação de que meus dedos estão se movendo sozinhos enquanto escrevo? Eu nunca me senti tão poderosa como quando estava criando, e eu quero esse poder de novo. Por favor, deuses da escrita, devolvam meu cérebro criativo de volta!

Um Clichê Para Chamar de MeuOnde as histórias ganham vida. Descobre agora