Tudo pode mudar! - Concluída

Parte 8

Continuação:

- Tem certeza que não vai contar a ele SN?

- Tenho Sarah... Mas te mando notícias.

- Você acha justo ele ficar e criar um filho que dias atrás ele não sabia da existência. E eu acho justo ele ter conhecimento da sua gravidez.

- Eu não posso... Sei que é um erro... Mas...

- Pensa bem... Você prometeu voltar em trinta dias pra conversar com ele... Por favor, conta a verdade...

- Obrigada por me compreender...

- Somos amigas não somos? E eu seria a tia babona da sua linda menina, ou do seu lindo menino... Me sinto responsável pela sua situação. Afinal de contas, eu insisti para ir conosco naquele barzinho.

- E que dia!

- Você sorriu agora!

- Eu o amo Sarah...

- Eu sei amiga!

***

Como aceitei a promoção, e ainda tinha horas extras em banco de horas, e então, me deram o restante da semana de folga, fiquei aquela semana em casa para resolver a minha mudança. Encaixotar minhas coisas pessoais e tudo. Precisava deixar o apartamento o mais vazio possível, pois caso eu demorasse voltar ele seria alugado para outra pessoa. E no emprego novo, já estavam locando um novo apartamento para eu morar.

"Me encontra na lanchonete o lado da padaria perto da sua casa em 20 minutos, preciso falar com você antes de viajar... Beijos, seu anjo." Era assim que ele assinava as mensagens que mandava para mim.

Acabei concordando e retornei a mensagem dizendo que já estava a caminho de lá. Essa com certeza, seria a ultima vez que o veria, pois não fazia planos de voltar. Sentei numa mesa próxima as janelas que era mais ventilado e esperei. Vinte minutos se passaram, trinta... Uma hora. Desisti. Ele não era de se atrasar e tentei ligar mas caiu na caixa postal então, enviei uma mensagem me despedindo.

Estava desanimada. Abandonar uma vida e recomeçar tudo de novo, pela segunda vez... Nada fácil. Mas agora eu sabia que não ficaria só por muito tempo. Eu teria um bebe e seríamos nós dois. Faltava apenas um quarteirão para chegar a frente do meu condomínio e percebi passos atrás de mim, como se me seguissem. Apressei o passo, mas não foi o suficiente.

- Passa o celular tia. – medo? Muito. Eram jovens demais para serem assaltantes e a ficha demorou a cair – Anda logo!

- O dinheiro também. – o outro garoto disse

- Eu... Eu... Perdi a noção do tempo e um som ensurdecedor ecoou pelo lugar e senti meu corpo cair ao chão. Vozes de desespero, confusas e agitadas. Sons de carros e buzinas, sirenes.

***

Bip... Bip... Bip...

Que sonho esquisito!e o som do bip som era compassado.

Onde eu estou? O que aconteceu? Não!!!

Não foi e nem é um sonho... Um assalto.

Tentei me mover sem sucesso e ouvi uma voz:

- Que bom... Está acordando! – abri os olhos lentamente, acostumando com a claridade - Olá... Sou Clarice, sua enfermeira. Você teve sorte garota! Vou chamar o doutor Munhoz.

- O... O... Bri... Ga... Daaa... - minha voz saia arrastada e com muita dificuldade e eu sentia frio. – ela saiu, voltando sem demora com dois senhores.

- Boa noite SN... Sou o Doutor Munhoz, venho te acompanhando desde que chegou aqui e esse é o doutor Gideão, que te operou.

- Como se sente? – o outro falou.

- Zonza... – falei baixinho – E com frio.

- Efeito das medicações e do pós-cirúrgico. Conseguimos remover a bala.

- Bala? E o meu bebe? – eles se entreolharam.

- Não se preocupe. Descanse. Amanhã você estando melhor, conversamos e explicaremos tudo o que aconteceu.

- Eu perdi o bebe não foi? O tiro... Podem falar... – pedi segurando as lágrimas.

- Sinto muito! Não pudemos fazer mais nada além de salvar sua vida. – minhas lágrimas já eram nítidas. Esse bebe seria minha única ligação, única lembrança do meu anjo.

- Amanhã vamos refazer alguns exames e você já pode receber visitas.

- Mas sem exageros. Nada de muita conversa.

- Seu marido está ai... Vou mandá-lo entrar...

- Marido?

- Não se lembra dele?

- É... Eu...

- Clarice, coloque uma ressonância no primeiro horário. Quero avaliar o resultado. E peça para o rapaz entrar.

- Sim Senhor

***

Continua... o final... espere que gostem...