Parte 7

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Como me concentrar em tudo isso e achar uma solução em que ninguém saísse machucado? Era impossível. Mesmo sabendo que era pouco o tempo, eu tinha certeza que ele era minha cara metade, minha alma gêmea. Mas também já conhecia a bondade dele. Jamais deixaria um filho abandonado. Da mesma forma que eu não me imaginava viver sem ele, também não imaginava uma criança viver sem o pai, e por minha culpa.

Já na segunda-feira, Mais uma novidade! Recebi uma promoção, porém, precisaria mudar de cidade para exercer o novo cargo. Talvez essa promoção tenha vindo numa boa hora. Mudar. Esquecer que um dia pensei viver meu feliz para sempre.

- SN? – Sarah me chamou.

- Oi!

- O que você tem?

- Acho que comi algo que não fez bem ou peguei uma virose.

- Foi ao médico? Você está pálida!

- Não... Se não melhorar, vou amanhã cedo...

- Você não vai melhorar tão cedo.

- Nossa Sarah! Que otimista você é! – eu reclamei.

- Você está grávida.

- Que?

- Minha irmã ficou desse mesmo jeito quando ficou grávida da Liza.

- Será? – fiquei pasma. Era só o que faltava. O que eu faria se estivesse mesmo grávida?

- Vou ser a tia? Você vai deixar não vai?

- Vou comprar um exame na farmácia...

- Quer que eu vá com você?

- Não precisa... Acho que consigo atravessar a rua...

- Boba!

- Mensagem dele...

- Estou indo, depois nos falamos! Beijos.

- Beijos... – na mensagem ele dizia que iria mais tarde em casa e que estava com saudades. Respondi w que estaria esperando-o









***







Agora estou aqui, trancado no meu banheiro olhando o exame. Droga! Sim seria possível eu estar grávida. Como eu pude dar bobeira? Não usamos nenhum tipo de prevenção e nem pós-prevenção.

A cor do exame começou a mudar, dando indícios que realmente as desconfianças da Sarah e meus temores estavam certos. Eu estava gravidíssima. E se não fosse o retorno da Rebeca, essa noticia seria muito feliz. Eu seria mãe e isso justificava o mal estar, o sono e enjoo que eu sentia. Mas o que eu faria? Seria eu sozinha? Ele não iria querer...

Lágrimas desciam pelo meu rosto sem controle. Justo agora... Por quê as coisas tendem a ser tão complicadas para mim?

Precisei me recompor, ou tentar, Pois a campainha soou anunciando que ele tinha chegado. Sim, ele.

- Oi! Senti saudades... – seu olhar era confuso ao me ver – O que houve SN? Por quê está assim? Que carinha é essa?

- Nada de mais...

- Nada de mais? A quem quer enganar?

- Só estou preocupada. Coisas do serviço...

- Então descansa. Eu cheguei e vamos ficar aqui juntinhos.

- Me abraça?

- Sempre meu anjo! – era bom sentir o abraço dele, mesmo sabendo que era por pouco tempo – Queria conversar, mas você não tá bem...

- Conversar sobre o que? Pode falar.

- Agora não... Deixa você descansar... Não quero te encher com coisas desagradáveis.

- Eu já sei... Ela voltou não foi?

- Ela quem?

- Rebeca...

- Como você sabe?

- Ela te procurou... O que ela te disse?

- SN... Eu te amo. E não vou te perder por nada nesse mundo.

- Eu sei disso... – eu disse me afastando dele para encará-lo – Mas sei também que você tem um bom coração e é bom o suficiente para não abandonar seu filho. E eu recebi uma promoção, porem preciso ir para outra cidade distante.

- Você vai me deixar?

- Não pense assim... Eu preciso que você fique um tempo sem me ver... Pense bem no que quer. Crescer sem um pai ou mãe, não é legal...

- E acha que vou conseguir viver sem você?

- Droga! Por que as coisas tem que ser tão dificieis?

- SN... Presta atenção... Eu te amo.

- Mas e seu filho? Ela te explicou o motivo de ir embora? – enquanto eu falava, ele ficou estático – Eu te amo e muito, mas se houver um por cento de chances que for... De você perdoá-la... Eu te perdoou por me deixar.

- O que você está dizendo?

- Estou dizendo que confio em você e na sua decisão e que você só precisa de um tempo para digerir e pensar em tudo isso.

-Eu não quero pensar mais. Já te escolhi.

- Eu vou aceitar essa promoção e em um mês eu volto e te procuro para conversamos. Prometo.

- Por favor, não me deixa.

- Não sou eu... É o destino. – ele não me deu tempo de reação e antes mesmo que eu terminasse de falar, ele já estava abraçado a mim e ambos choramos como crianças sem consolo algum.

- Me perdoa... Nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Eu nunca quis te magoar. Eu juro!

- Eu sei meu anjo.

- Posso te pedir uma coisa?

- Desde que não seja para eu ir para cozinha agora... – eu tentei brincar.

- Mas vai precisar comer algo assim como eu... – ele falou – Mas me deixa dormir aqui essa noite?

Foi como uma despedida para mim. Só isso. Procurei apenas aproveitar todos os momentos daquela noite ao lado dele.





***



Falta pouco para terminar galera, o que estão achando???

Tudo pode mudar! - ConcluídaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora