— Destruir?

— Sim. Você paga vinte dólares, ganha um taco de baseball e pode quebrar todos esses objetos que eles pegam em lixões e coisas do tipo. — Eu amo o jeito como Aiken me explica as coisas. Ele sempre é cauteloso, como se estivesse falando com uma criança.

Entramos..."

Quando vim aqui com Logan, não havia essa placa e muito menos a quantidade enorme de pessoas que vejo quando entro no âmbito.

Caramba, o negócio cresceu.

Vou até o balcão feito de materiais recicláveis, assim como tudo aqui dentro, e pago vinte dólares para entrar e quebrar todas essas coisas, quando na verdade eu queria mesmo era quebrar a cara de Aiken. O homem da recepção me entrega um taco de baseball e óculos para proteção.

Me dirigi até os fundos do lugar, onde haviam TVs velhas ou quebradas, móveis velhos, e até mesmo carros. A intenção do lugar é distrair as pessoas do estresse, e sinceramente, acho que está funcionando. Algumas pessoas sorriem, filmam e dão verdadeiras gargalhadas enquanto quebram os objetos já quebrados.

Procuro algo a altura de Aiken para quebrar, até que meus olhos param em um Ford Del Rey azul, abandonado em em um lugar afastado. Meu pai tinha um parecido quando eu era criança, antes dele nos trocar por uma mulher mais nova.

Minha raiva era dupla agora.

Ando até lá e não hesito em acertar a lataria velha e enferrujada.

Eu nunca pensei que diria isso, mas a partir de hoje eu realmente amo tacos de baseball.

Eu só estava cansada das mentiras, da maldita insistência que eu tinha em gostar das pessoas que me fazem mal, das brigas, de toda essa merda dentro de mim.

Quebro um farol.

Depois outro, e depois as duas lanternas de milha, os retrovisores, amasso uma boa parte da lataria...

Minhas mãos estavam cheias de calos. A dor que eu achei que iria embora, não foi. Simplesmente não foi.

— Uou! Você fez isso com o carro? — Ouvi alguém dizer. Virei e me deparei com um garoto segurando um taco rosa e com um sorrisinho ridiculamente contagiante.

Não disse nada.

— Tudo bem, eu vou fingir que você tem língua e respondeu que sim. — Ele possuía uma estatura mediana, cabelos castanhos que iam até o ombro e era aparentemente e inconfundivelmente gay.

A esse ponto eu só me perguntava onde ele havia conseguido o taco cor de rosa.

Sai de lá em busca de qualquer outra coisa para quebrar, mas a verdade é que a raiva tinha sido substituída por uma pequena tristeza, daquelas que te faz querer sentar e não quebrar coisas.

Ele me segue e continua tagarelando.

— Meu nome é Andrew. Você pode me chamar de Drew se quiser. — Ele é terrivelmente irritante.

Um silêncio confortável se estendeu e não pude evitar olhá-lo assustada. Ele não havia parado de falar durante um segundo, então quando ele calou a boca meu primeiro instinto foi me assustar.

— Estou esperando você falar seu nome. — ele respondeu meu gesto e começou a olhar as unhas como se estivesse realmente entediado.

— Kiara.

— Vou te chamar de Kiki. — ele disse como se tivéssemos intimidade há dois séculos. Olhei o com minha melhor cada de "sai daqui", mas não surtiu efeito nenhum.

— Eu não estou em um dia bom, então por fa... — Eu juro que iria quebrar ele com aquele maldito taco.

— Namorado, não é? — ele me interrompe.

Congelo no lugar. Como ele sabe disso?

— Como você...? — pergunto, ligeiramente confusa.

— Simples, você estava quebrando um carro. — Ele começa a ajustar o cabelo perto dos olhos.

— E daí? — A explicação dele era vaga demais para que eu entendesse.

— Minha mãe sempre diz que é o que namoradas desesperadas fazem. — Ele revirou os ombros dentro da sua jaqueta jeans.

Eu ri.

Uma vez minha mãe me disse algo parecido.

Logan não era mais meu namorado, mas ele não precisa saber disso.

E além do mais acho que eu estou muito além de desesperada.

— Eu estou com alguns amigos meus e nós estamos indo para um bar aqui perto. Você quer vir? — ele pergunta. Sua voz não é delicada nem nada do tipo, mas tudo nele grita o quão sensível ele é. Parece uma boa pessoa.

Se quebrar coisas não amenizou minha dor, uma boa bebida iria.

— Claro.

(...)

Os amigos de Andrew eram tão legais quanto ele e o resto da noite se resumiu a um número extenso de bebidas e risadas coagidas pelo álcool.

No final das contas a dor foi embora, mas eu sei que ela voltará mais forte, amanhã quando a sobriedade chegar.

Afinal, ela sempre sempre volta.

Assinado, sua (COMPLETO NA AMAZON)!Där berättelser lever. Upptäck nu