01. as manhãs no queens

12.8K 1K 1K
                                    

SEIS MESES DEPOIS.

12 de setembro de 2016.
Queens, Nova York.

Queens, Nova York

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

⠀⠀⠀⠀BLAKE DESPERTOU COM um sobressalto quando o alarme do relógio ressoou pelo ambiente

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

⠀⠀⠀⠀BLAKE DESPERTOU COM um sobressalto quando o alarme do relógio ressoou pelo ambiente. O pesadelo, que nada mais era do que uma lembrança do pior dia da sua vida, ainda rondava sua mente assustada. Há dias, a garota não tinha uma boa noite de sono, porque todos os seus sonhos se transformavam, de uma hora para outra, em uma maneira de reviver o acidente.

Agitada, ela empurrou as cobertas para o lado e tocou o chão gelado de seu quarto com os pés descalços. Não que aquilo ajudasse a apagar o que estava gravado no fundo do seu cérebro, mas dessa forma ela conseguia distinguir o mundo real do que era somente uma lembrança.

E aquele era o mundo real agora. Sem explosões, sem hospitais, sem dores. Apenas uma vida comum de alguém tentando se reestabelecer.

— Merda... — murmurou, desligando o relógio-despertador com as mãos trêmulas.

Odiava, com todas as suas forças, se lembrar daquele dia. Não importava o que fizesse para distanciar sua mente do ocorrido, ele dava um jeito de se repetir em seus sonhos. Sempre o mesmo dia, incansavelmente.

Blake respirou fundo, levando as mãos para os cabelos loiros. Ela ergueu os fios até o topo da cabeça e os enrolou em um coque desajeitado enquanto observava o próprio quarto. A bagunça organizada dela continuava a mesma de sempre, o que, de certa forma, servia de alento para seus dias conturbados. Nas últimas semanas, Blake se encontrava inquieta, quase ansiosa; o motivo, contudo, ela não sabia indicar. Algo dentro dela parecia crescer, tentando mandar um aviso, e então os pesadelos vinham em cheio todas as noites.

Mas ela era boa em ignorar seja lá o que aquilo fosse.

Afinal, já tinha seus diversos conflitos internos para resolver, e estava bem ocupada com isso, obrigada! Ela gostaria de evitar novas dores de cabeça.

— Relaxa — falou para as paredes, frustrada. — Foi só a droga de um sonho ruim.

Harrington enfim se levantou, buscando pelo celular na escrivaninha a alguns passos de sua cama. O aparelho ficava ali, afastado, porque ela havia lido em algum lugar que diminuir o uso de telas antes de dormir poderia melhorar suas noites de sono... grande mentira — ou talvez seu caso só estivesse realmente crítico, ela não tinha certeza. Com um suspiro desanimado, conferiu o horário.

RADIOACTIVE, peter parker ¹Where stories live. Discover now