16 - Alexis

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Não posso mentir que senti um frio na barriga quando Oliver disse que íamos dormir no mesmo quarto. Tive que me conter para não suspirar ou demonstrar minha felicidade.

Aquela atuação de moça recatada estava me dando nos nervos já, mas eu não podia dar muito na cara se não todo meu plano de conquistar Oliver ia por água abaixo. Eu percebi que ele ainda sentia como se estivesse traindo a esposa falecida, então ser agressiva sexualmente estava fora de questão.

Já estávamos indo para a terceira semana de experiência e eu estava me saindo muito bem com Faith. Estava animada com a perspectiva que eu ia conseguir completar meu objetivo.

Eu o observei atentamente enquanto ele ia abrindo a porta do quarto e levando nossas malas. Seu cheiro me envolvia totalmente. Limpo, amadeirado, fresco. Aquelas grandes mãos que eu sabia que poderiam me levar a loucura, segurando com firmeza nossas malas. Me lembro perfeitamente quando ele me segurou com firmeza e um arrepio percorre minhas costas.

Eu devo ser mesma uma pervertida, não consigo deixar de me excitar quando ele se aproxima de mim. Pelo amor de Deus, que tipo de mulher eu sou? Estou segurando sua filha e tendo pensamentos pervertidos.

Me distraio quando entramos na enorme suíte a nossa frente. Me espanta que ele não tenha conseguido outro quarto, mas pelo que parece a cidade está lotada com alguma conferencia de nerds. Bem, melhor pra mim né?

Me recompus novamente e ignorei Oliver por completo, essa era a chave para um homem vir atrás. Deixar que o instinto de caça tome conta dele e se comportar com uma presa frágil, faz tudo ficar bem mais fácil.

Coloquei Faith no berço luxuoso que havia no local, que poderia ser muito bem comparado ao que ela havia em casa, e abri sua pequena mala em cima do sofá. Havia separado tudo que ela necessitava e se faltasse algo utilizaria o cartão que Oliver deixou comigo para esse tipo de situação.

Enquanto buscava o pijama que ela usaria, pensei em como sentia falta dos meus vestidos, dos meus saltos, minhas joias... Era difícil desacostumar com tudo que eu mais gostava, com tudo que estava acostumada.

Foi muito fácil me apegar com as coisas caras que meu emprego me proporcionava, especialmente quando na minha infância eu mal tinha comida para comer.

Meus pais não se preocupavam com coisas básicas como leite ou pão, roupas ou sapatos que pudessem caber em mim. Não, eles se importavam com seus vícios nojentos e se esqueceram que haviam colocado mais uma pessoa no mundo para cuidar.

Não sei se passar fome me influenciou nos meus transtornos alimentares, geralmente acontece ao contrário. Quando você passa fome muitas vezes e um dia tem dinheiro pra se manter, nunca quer desperdiçar comida. Mas comigo é ao contrário. Depois que eu vi que poderia utilizar a minha aparência para ganhar dinheiro e viver do jeito que eu queria, passei a ficar obcecada com meu corpo.

Queria estar apresentável, bonita e magra. E foi assim que tudo começou, por um tempo consegui parar, pois conheci Denise e ela me ajudou. Mas de uns tempos pra cá, tudo voltou a ser o que era. Não me orgulho disso, mas não posso parar, é mais forte que eu.

- Lex? – Oliver me chamou e pelo seu tom, creio que não foi a primeira vez.

- Sim, desculpe-me. Estava distraída. – Dou um sorriso forçado e ele continua a me observar atentamente.

- Eu disse que você pode ir dar banho em Faith em um banheiro e eu vou para o outro. Quando você terminar eu a troco e você pode tomar o seu.

Simplesmente concordo com a cabeça e deixo em cima da cama tudo que ele precisaria para trocar a filha. Dou banho em Faith e no fim ela chora, pois não queria sair por nada. A menina realmente adorava espirrar uma água. Acabo rindo e a acalmo, enquanto a enrolo na toalha e a entrego para Oliver. Ele sorri pra mim e eu tento não derreter.

Uma Babá em Minha VidaWhere stories live. Discover now