- Então deixe que ele entre. - eu disse

Ela assentiu.

- Na próxima vez que um homem procurar por mim, talvez seja prudente perguntar o nome dele. - murmurei

Ela assentiu, abrindo a porta ainda mais para revelar o tal homem. Ele era alto, moreno e, embora estivesse usando camisa social e gravata, parecia ter acabado de cair da cama, levando em conta a bagunça de seus cabelos.

- Ugh. É você. - murmurei

- Bom te ver também, Evans. - disse Potter

Dei de ombros.

- O que você veio fazer aqui? - perguntei

- Remus me pediu para trazer o cheque da florista. - ele disse, tirando um papel da própria carteira.

Suspirei.

- Certo. Eu tinha esquecido completamente que tinha que passar lá. - eu disse, pegando o cheque - Valeu, Potter.

- Sem problemas. - ele disse, olhando em volta e examinando meu escritório

Me levantei e fui até ele.

- Você gostou do escritório? - perguntei

Ele assentiu, dando de ombros.

- É bem colorido.

- O seu é todo cinza, aposto. - murmurei

Ele me encarou.

- Eu sou o CEO de uma empresa, Evans. - ele disse - As pessoas precisam me levar a sério.

Dei uma risada.

- Talvez você devesse começar arrumando seu cabelo. - sugeri

Ele piscou para mim.

- Esse é o meu charme.

Revirei os olhos.

Ele foi até uma das bancadas e pegou a edição de março da Pasquim.

- Fique com isso. Vai ser bom pro seu cérebro ler alguma coisa verdadeiramente interessante. - eu disse

Antes que ele pudesse responder, eu já estava empurrando-o para a porta. Dorcas me observou horrorizada enquanto eu levava Potter até porta do elevador.

- Obrigada pelo cheque, Potter. - eu disse, empurrando ele para dentro.

Ele deu uma risada, assentiu e as portas do elevador se fecharam entre nós dois.

Suspirei e me apoiei na bancada de Dorcas.

- Me avise se as fotos chegarem, por favor. - eu disse, massageando a têmpora com as mãos - E, quando um homem vier me procurar, por favor me avise se o homem em questão for James Potter. - murmurei

Dorcas assentiu, ainda sem entender nada.

- Sim, senhora. - ela riu

...

Eu morava sozinha em um pequeno apartamento. Quer dizer, eu morava com meus peixes, Válter e Petúnia, em um pequeno apartamento. Era bom. Eu me senti livre para ser completamente quem eu era – fosse na cor que eu havia escolhido para da cada parede ou móvel e até nas pequenas coisas do dia a dia, como cantarolar sem vergonha e até fazer cocô com a porta do banheiro aberta.

O único problema era que de vez em quando eu me sentia um pouco sozinha. Esse problema era facilmente resolvido com apenas um telefonema. Remus estava muito ocupado, levando em conta que faltava apenas um pouco mais que um mês para o tão, tão esperado dia. Então, fiz o meu telefonema para a terceira mosqueteira e, em menos de 15 minutos, Alice estava na minha porta.

- Oi você! - ela disse, entrando sem bater e tirando seu casaco e pendurando-o no cabideiro perto da porta, revelando um pijama.

- Você está doida? - perguntei, desviando meu olhar da série que estava assistindo para poder julgar minha amiga - Ainda está frio lá fora e você andando de pijama!

Ela se sentou ao meu lado e revirou os olhos.

- Me deixa em paz, Lily. - ela respondeu, rindo

Dei de ombros.

- Como foi o trabalho hoje? - perguntei

- Eu operei um passarinho. - ela disse

Dei uma risada.

- Ele ficou bem? - perguntei

Ela assentiu, sorrindo.

- Eu sou a melhor veterinária em Londres. - ela respondeu

Acertei ela com uma almofada e me levantei para pegar os potes de sorvete que estavam na geladeira.

- Você está doida? - ela perguntou, com voz de falsete - Ainda está frio lá fora e você comendo sorvete!

- Eu posso guardar o seu...- sugeri

- Não ouse. - ela riu

Sentei novamente e desliguei a televisão, me virando para Alice.

- Como foi o seu trabalho hoje? - ela perguntou

 - Um pouco tedioso. As fotos de abril não chegaram. - comentei - A sessão de fotos foi incrível, eu estou tão ansiosa! A edição de abril vai ficar tão bonita.

- Como se elas alguma vez tivessem ficado feias. - Alice murmurou

Dei uma risada.

- Já decidiram o tema de maio? - ela perguntou

Sorri.

- Qual é?! - ela exclamou

- Eu não posso ficar te contando esse tipo de coisa, sabia? - provoquei - É confidencial.

Ela franziu as sobrancelhas.

- Você sempre me conta. - ela retrucou

Ri.

- Casamentos! - cantarolei

Alice arfou e começou a rir.

- Eu não acredito! - ela gritou

Assenti.

- Lils, essa é a oportunidade perfeita para você voltar a escrever!

Eu costumava escrever para A Pasquim. Todas as edições continham pelo menos um artigo meu. Porém, sem motivo algum, eu comecei a perder a motivação para escrever meus textos. Sem aviso prévio, sem grandes traumas. Alice, uma das presidentes do meu fã-clube imaginário, sempre trazia o assunto à tona, perguntando se eu nunca mais voltaria a publicar nada.

- Lá vem você de novo... - murmurei

- Você disse que voltaria a escrever quando tivesse inspiração! - ela disse, levemente zangada - Quer inspiração maior do que o casamento do nosso melhor amigo!

Revirei os olhos.

- Não é assim que a inspiração funciona! - protestei

Ela bufou.

- Você era a melhor escritora da Pasquim, você sabe disso. - ela disse

- Isso seria muito egocêntrico da minha parte. - sorri

Ela jogou uma almofada em mim.

- Quer assistir um filme e ser completamente inútil para a sociedade? - perguntei

Ela assentiu.

- Só se for uma comédia-romântica pastelão. - ela disse

Sorri.

Era por isso que Alice era minha melhor amiga. 

The Best ManWhere stories live. Discover now