Eu quero tentar!

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Na varanda eu falei a ele sobre as pessoas acharem que tínhamos algo, ele riu e disse:

- Breno isso é normal, a sociedade é muito alienada. Você não gosta disso?-disse ele.

- Até certo ponto sim anjo...-falei.

- E que ponto seria esse, posso saber?-disse ele.

- O ponto em que eu queria ver isso como uma verdade, é horrível esse sentimento... Eu não quero mentir, porém não quero me iludir.-falei.

Ele parecia estar triste e surpreso, ele se levantou e disse:

- Vou ali no bar daqui do condomínio okay?

- Tudo bem vou tomar banho e me deitar um pouco, aqui está a cópia da chave, não vá encher a cara mocinho.-falei.

- Beleza, até mais.-disse ele.

Ele fechou a porta e eu tranquei, no banheiro eu deslizei pela parede até o chão, meu pensamento dizia " Você espantou ele...", "Que ótimo fiz besteira e agora ele deve estar pensando em como pular fora...". Saindo do banho eu estava relaxado e me deitei, caí num sono leve e calmo, em seguida fui acordado com alguém me sacudindo. Com um susto levantei rápido, era Miguel, ele cheirava a Whisky e sorria para mim.

Sentei na cama e disse:

- Que horas são?

- Onze e meia, pensei no que disse...-disse ele.

- Miguel por Deus esqueça, isso já passou okay.-falei.

- Não Breno, olha vou pro banho e já volto.-disse ele.

Eu estava com os nervos a flôr da pele, pensando em todos os gestos e palavras que descreviam um belo e radiante NÃO! Ele saiu e me viu roendo unha, de toalha ele sentou na cama e disse no meu ouvido:

- Ei relaxa, você vai precisar...

-Miguel... Eu acho que..-fui interrompido por ele.

- Shh! Agora eu ficarei de pé e você de joelhos na cama, o resto eu te conto na hora...-disse ele.

Ele apagou as luzes, acendeu as velas aromatizadas e o quarto ficou com um ambiente sereno, eu tremia e não entendia. Ele se aproximou e disse:

- Vou tirar a toalha com suas mãos, relaxa e deixa eu comandar.

- Tudo bem...-falei.

Segurando minhas mãos ele tirou a toalha, confesso eu fechei os olhos e ele estava de cueca. Ele estava radiante, minhas mãos percorria o corpo dele, ele sorria levemente.

Em certo momento percebi que ele estava calmo demais, ele percebeu o modo em que minhas mãos tremeram. Ele disse:

- Isso te excita, assusta? O que você tem?

- Me deixa com medo, eu não quero estragar essa amizade, você é hetero.-falei.

- Tente... Eu quero tentar e sei que você quer.-disse ele.

- É o que eu mais quero... Mas eu travo, desculpe.-falei.

Ele sentou de frente para mim e segurou minhas mãos, me puxou para um abraço e disse:

- Quando você quiser tentaremos, tudo bem?

- Obrigado.-falei.

¥ A garota

Dormimos como anjos, acordei e fui preparar o café da manhã e ele ainda dormia, eu fiquei pensando na noite anterior e me perguntando por que não fui em frente. Ele levantou e foi para o banheiro, saiu arrumando o cabelo e só de cueca ele sentou e me encarou, se encostou na cadeira e disse:

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