Capítulo XX: Irmãos nunca fazem nada de graça

Start from the beginning
                                    

— Esse é justamente o ponto, Brian — Lou se pronunciou. — Não sabe se ela sente o mesmo e vai continuar sem saber se não abrir a sua boca e perguntar.

— Você lembra como Louisie e eu nos conhecemos? Ela sempre foi demais para mim — Evan falou e Louisie sorriu, o mesmo olhar apaixonado que vi nos dois pela primeira vez. — Eu gostava dela e não sabia se era recíproco ou não. Mas fui, sabe?

— E é claro que não dei o braço a torcer logo de cara, só que, no fundo, eu também sentia alguma coisa, só não sabia ao certo o que — Louisie completou.

— Pode ser que ela também sinta o mesmo — Evan considerou.

— Do mesmo jeito que pode ser que não sinta.

— Sendo que não é algo que se descubra esperando o tempo passar. É algo que você levanta, estica as pernas e corre atrás.

— Como uma cesta no basquete — sussurrei.

— É difícil de conseguir pontos quando estamos longe dela.

— E impossível de conseguir marcar sem a bola.

— Então, imagine: você é o jogador, certo? Você sente alguma coisa, esse sentimento é a bola, mas não dá para conseguir pontos apenas a segurando. Ela é a cesta e você precisa lançar a bola do jeito certo para que atinja o objetivo: saber se ela gosta de você ou não.

— Não posso ir devagar demais, se não perco a bola para os adversários. Porém, se for rápido demais, posso me machucar no caminho. É tudo uma questão de basquete!

Eu, definitivamente, amava esses dois. Ninguém, na face da Terra, pensaria em fazer comparações entre amor e basquete! Olhava para aquele casal de amigos e, enquanto Louisie repetia "é sério, Brian", eu balançava a cabeça em negação, rindo.

— E, no meio de todo esse basquete, estarei lá com os meus pompons erguidos para torcer pelo meu casal — ela disse, batendo palmas e sorrindo.

O assunto acabou quando Karyn e Ella voltaram da lanchonete. Nós retiramos os materiais da mesa e logo começamos a comer. Era sábado e estávamos estudando, nada mais justo que uma pausa.

— Como vai a detenção? — Karyn perguntou, alternando olhares entre eu e Ella, a qual se engasgou com o refrigerante que tomava. Provavelmente, estava se lembrando da nossa performance de Grease.

Eletrizante — respondi e Ella não aguentou, explodindo numa gargalhada que deixou todos sem entenderem o que estava acontecendo.

— Nós encenamos Grease enquanto limpávamos o auditório— ela explicou depois que conseguiu parar de rir e recebemos alguns olhares estranhos.

— Vocês são loucos — Evan comentou, voltando sua atenção para o lanche à sua frente e olhei, rindo, para Ella, que também sorria.

No fim, a detenção não estava sendo de todo ruim.

— Seu rosto já está bem melhor — meu pai comentou enquanto jantávamos e eu assenti em concordância

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— Seu rosto já está bem melhor — meu pai comentou enquanto jantávamos e eu assenti em concordância. As manchas roxas estavam quase sumindo por completo.

— Precisarei de novas maquiagens, já que Brian virou lutador — Ashley se aproveitou da situação e revirei os olhos.

Os jantares em casa costumavam ser bastante silenciosos. Meu pai sempre propagou a ideia de que a comida era muito importante, visto que muitas pessoas não a tinham, e nós precisávamos respeitar esse momento. No entanto, ultimamente, até ele estava conversando mais.

— Quem é a garota? — perguntou e minha mãe riu ao mesmo tempo em que eu levantava uma sobrancelha em surpresa. Que mães tinham sexto sentido, eu sabia, mas pais? Não!

— Até o senhor? — falei e ele olhou para minha mãe, que apenas deu de ombros.

Todos já suspeitavam de que meus últimos comportamentos eram resultados de sentimentos por alguma garota e, bom, eles não estavam totalmente errados. Até os meninos do basquete estavam reclamando que eu estava aéreo durante os treinos. Cada vez mais, pensava até quando conseguiria manter isso em segredo.

— Acho que o Brian vai nos falar quando se sentir bem para isso, papai — Ash se pronunciou, utilizando toda a meiguice que tinha na voz para poder convencê-lo do que falava. — É melhor deixá-lo ter o seu tempo.

Meu pai apenas assentiu, voltando a comer. Ashley me lançou um olhar e levantou a sobrancelha, me fazendo entender que estava lhe devendo uma por isso. Irmãos nunca fazem nada de graça.

 Irmãos nunca fazem nada de graça

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Oioi, pessoal!

Passei aqui só para agradecer a cada um que lê a história, já que batemos 17k de leituras ontem à noite!

Em alguns capítulos em apareço aqui com uma surpresinha.

Muito obrigada a todos. Até semana que vem.<3

Sobre poemas anônimos, garotos e amor - Livro I [COMPLETO]Where stories live. Discover now