Enquanto fico à sua espera, devolvo o olhar para a arte retratada no caderno. Fico inquieto e com vontade de o rasgar aquele pedaço de papel, mas controlo-me desviando o olhar para o companheiro que está ao lado daquele maldito caderno. Antes de pegar no possível romance, ainda chego a ponderar em pegar no caderno e averiguar os desenhos que ali habitam, mas não o faço.

Pego no livro e olho atentamente para a capa obtendo uma pequena referência do que posso esperar da leitura; "Intenso, arrojado e arrebatador" Hum... um possível livro erótico, interessante. Aonde é que o arranjou? Não estou a ver nenhum dos seus irmãos oferecer um livro que tenha sexo a irmã.

Descanso a perna direita sobre o joelho esquerdo enquanto dou mais uma olhadela na capa obtendo o nome da autora; Sylvia Day.

Vamos lá ver a onde é que ela ia...

Abro o livro na página marcada e começo a ler as primeiras linhas da página 87, rapidamente tomo a noção que a fiz parar no meio da cena de sexo do casal. Solto um pequeno riso passando o olhar pelas linhas cheias de letras quase insignificantes. No meio de tantas palavras encontro uma de três letras que destaca mais do que as outras todas.

EVA.

Eis o nome da personagem que se envolve na cena pró-sexo como um homem. Sempre ouvi dizer que a imaginação das mulheres é enorme e sem limites, mas será que a Menina Green, enquanto lê este mesmo livro pensa que é ela dentro da personagem e se envolve ardentemente com as cenas de sexo enquanto utiliza os dedos para se satisfazer-se?

Encosto a cabeça no encosto da poltrona e deixo-me envolver com imagens pouco convencionas dela em cima da mesa de bilhar, de pernas abertas e com os meus dedos acariciar o seu doce pecado por cima da cueca húmida.

Arfo baixo sentindo o animal a crescer dentro dos boxers e a ficar apertado. Fecho os olhos, respiro fundo e tento concentrar-me no som calmo da água a cair em cima de um possível corpo dentro da casa de banho. Okay, esse pensamento só me fez ficar mais duro do que já me encontro.

Abro os olhos frustrado e olho para a porta da casa de banho compondo o pénis dentro das calças pretas. Não estou com disposição de levar daqui uma ereção, porque no fim não poderei satisfazer-me.

Isto doí-me para caralho!

Desvio o olhar da porta branca da casa de banho para o livro que ainda se encontra aberto em minhas mãos. Sendo um filho da mãe como sou, preparo-me para ler um ou dois pequenos trechos do livro em voz alta. Sei que Eva irá ouvi-lo, á aproximadamente dois segundos para cá deixei de ouvir a água a escorrer.

Não há limites para a provocação. Não no nosso jogo.

Ajeito-me na poltrona e começo a leitura.

—"Quero sentir-me vir em si enquanto a penetro com os dedos. E quero que você também sinta, que imagine a minha cara e os sons que vou fazer quando me vier. E enquanto estiver a pensar nisso, vai ansiar pelo momento e que vou foder realmente, uma outra vez..."

Ouço algo a cair dentro da casa de banho fazendo-me sorrir. Ela está a ouvir.

— "Vou descrever-lhe todas as maneiras de você me satisfazer, Eva, e você vai fazê-las todas... e vamos gozar de um sexo explosivo, primitivo e sem quaisquer limites ou barreiras. Sabe isso, não sabes? Sabe como vai ser esse momento..."

De repente, a porta abre-se e a cabeça molhada de Eva aparece. As suas bochechas encontram-se rosadas pelo calor instalado dentro da casa de banho e seguramente não só. Os meus olhos percorrem a pequena abertura da porta querendo encontrar um pequeno pedaço de pele nua a mostra, mas não encontro nada. Eva esconde bem o seu corpo por detrás daquela porta que deveria ser de vidro. Assim, só me resta imaginar o que está do outro lado.

PERIGOSAMENTE TENTADORWhere stories live. Discover now