01-Meu Professor

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Otávio.

- Eu não acredito! Um 4.7 É isso? - exclamo com Robert meu parça.

- Se fudeu! - fala ele rindo.

Desgraçado!

- Não ria, Robert. Isso não tem graça. - falo deitando a cabeça sobre a mesa. - se eu não recuperar a nota, Perco o semestre. - falo triste.

- Quem mandou ficar vadeando por aí, ao invés de estudar? Se fudeu feio.

- Cê é louco? Preciso de ajuda! - me levanto aproximando minha boca de sua orelha e grito - AJUDA! ENTENDE? AJUDA!

- Sabe Otávio, fiquei sabendo que o professor gosta de garotos novinhos...
- fala como não quer nada.

- O que? - fico impressionado. - Como assim? Aquele professor carrancudo, prepotente, metido, idiota, soberbo...

- É gay! Se não é, é chegado em um cu de viado. - fala já juntando suas coisas pra sair. - Não tenho certesa absoluta. mas vai que cola? Você com essa sua bunda virgem ele pode te passar o ferro e ainda te passar de semestre.

Sai rindo da sala e me deixando desesperado pensando mesmo em dar meu rabo pra ele, a troco de uma nota melhor.

Se ele soubesse que nada é o que parece ser...

Ah. Começo a rir.

Tenho que pensar um jeito de chamar atenção daquele cara. Ele não é um professor como os outros que tem uma boa convivência com os alunos.

Ele não faz questão nenhuma de agradar.

Ele sempre disse que da porta pra dentro somos aluno e professor.

Da porta pra fora ele não nós deve nada.

O bicho é ignorante pra caralho.

Mas eu ainda ei de achar uma saída. Repetir o semestre é que não posso em hipótese nenhuma.

***

Plínio.

Saio correndo de casa pra poder chegar a tempo na faculdade.

Só tomei um banho mais ou menos e entrei no carro voado pra poder ministrar mais uma aula.

Essa vida corrida tá acabando comigo. Preciso de umas férias. Preciso viajar, Visitar minha família... Minha filha, que já ganhou bebê há pouco mais de um mês e ainda não o conheci.

Minha estabilidade financeira está boa. Não tenho o que reclamar. Tenho meu apartamento, meu carro... O necessário pra viver tranquilo.

E tenho também uma "esposa" se é que aquilo ainda pode se chamar de casamento.

Foi de uns três anos pra cá que tudo começou a mudar. Antes nós nos entendiamos bem, Principalmente na cama. Era uma loucura! Mas depois que eu pisei na bola com ela, tudo esfriou. Eu sei que fui um filho da puta, mas foi mais forte que eu. Eu tentei ao máximo evitar me envolver, mas não teve jeito. O cara gamou na minha vara, e como não correspondi da maneira que ele queria, fez questão de contar pra minha esposa.

Pessoalmente.

Foi uma discussão do caralho. Minha esposa ficou com ódio mortal de mim durante alguns meses, mas depois viu que aquilo tudo era desnecessário quando sugeri o divórcio.

Ela viu que tinha muito a perder com a nossa separação. Então resolvemos ficar assim, de boa um com o outro. É lógico que ela não esqueceu e faz questão de jogar sempre que pode na minha cara.

Confiança uma vez perdida é difícil ser reconquistada.

Mal entro na sala e percebo um par de olhos verdes fixos em mim.

Contos de fodas [Gay]Where stories live. Discover now