- anguish -

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- Leia com as musicas indicadas -

Morgan Juste

Domingo

Minha casa estava um completo silencio, meu irmão olhava para a TV da sala mas a mesma estava desligada, minha mãe fazia café, mas de vez em quando se pegava parada olhando para a janela da cozinha, fiquei na parte da piscina, não queria ficar com ninguém.

Me debrucei na barreira de vidro abaixando minha cabeça, cruzei meus dedos e fechei meus olhos sentindo o vento forte, era uma manhã cinza e gelada, sem cor alguma. Me senti observado, olhei para trás e Bailey estava me olhando fixamente. O silêncio pairava entre nós dois, eu não queria falar nada, apenas ficar na minha.

- An... Morg... - Bailey foi ate mim- sei que esta triste, entendo você querer se fechar comigo e com a mamãe...

- ... - continuei em silêncio.

- Mas você sabe que pode se abrir comigo, só não se distancia da gente, precisamos um do outro agora!

- Eu sei Bai... - olhei de novo para ele, senti suas mãos quentes pegarem nas minhas, era uma diferença de temperatura tremenda, ele estava quente e eu gelado como alguém sem vida.

- E... não se afastar dele!

Bailey apontou com os olhos para o outro lado da rua e Jaison me observava da sacada de seu apartamento.

- Obrigado... - abracei Bailey, que em seguida entrou e me deixou sozinho de novo.

Me senti culpado por me distanciar do Jaison durante esses dias, sei que a intenção dele era me ajudar mas a minha vontade de desaparecer era maior.

Olhei para o Jaison e o mesmo fez um "não" com o dedo indicador, e passou dedo no rosto como se quisesse dizer "não chora".

Desviei meu olhar para baixo e senti uma lágrima escorrer, era mais forte do que eu, era uma lágrima de saudade, saudade do meu pai e do própio Jaison, de abraçá-lo e sentir-me seguro nos seus braços.

Jaison apontou para o próprio peito e fez um coração no ar com os dedos indicadores, olhei para sua boca consegui ler com muita dificuldade seus lábio dizendo "eu te amo". Soltei um sorriso e fiz a mesma coisa, apontei para mim mesmo e fiz outro coração no ar seguindo de um "eu te amo" sem som.

Jaison sorriu sem graça e desviou o olhar com vergonha, seu sorriso mostrava os dentes perfeitamente alinhados que ele tinha.

Fiz um sinal com a mão pra ele vir até em casa, ele afirmou com a cabeça e entrou para dentro da sua casa desaparecendo nas cortinas da sala que balançavam com o vento.

10 minutos depois...

Senti braços fortes e pesados me abraçando por trás, uma boca molhada beijou minha nuca me dando arrepios.

- Vamos? - Jaison falou no meu ouvido direito.

Fiquei em silêncio por um momento.

- Vamos! - falei me virando e puxando a mão dele para dentro da casa.

Leia essa parte ouvindo Obstacles-Syd Matters.

O caminho para o cemitério parecia uma estrada sem fim, nunca chegávamos e isso estava me angustiando, eu não queria ir, mas Jaison disse que eu precisava fechar o ciclo com meu pai, e não deixar uma coisa incompleta e vazia na minha vida.

O carro estacionou em frente a um portão preto de ferro, com uma estrutura rústica e gótica, que separava a rua deserta, dos imensos corredores de lápides.

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