Capítulo 12

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Sophie

"Amar pode doer
Amar pode doer às vezes
Mas é a única coisa que eu sei
Quando fica difícil
Você sabe que pode ficar difícil algumas vezes
É a única coisa que nos faz sentir vivos"

Ed Sheeran – "Photograph"


Acordei de madrugada com a boca seca, talvez pelo tanto de pipoca que comemos na hora do filme, e percebi que acabei dormindo na cama de Alan junto com Ester, havia um edredom sobre nós duas e eu sorri, imaginando que ele tivesse feito isso.

Levantei-me em silêncio e antes de descer para a cozinha, passei pelo quarto de Ester para ver se Alan estava dormindo lá e quando entrei, vi o moreno deitado de bruços, com o rosto virado para mim. Ele estava sem camisa o que deixava seu corpo à mostra e o seu edredom estava enrolado em seu pé engessado.

Cheguei perto e vi que seus braços estavam arrepiados pelo frio, então com cuidado eu levantei sua perna e puxei o edredom, cobrindo-o até o pescoço. Ajoelhei-me em sua frente e sem que eu pudesse controlar minha mão, ela escorregou até os seus cabelos, meus dedos se afundaram em seus fios macios e eu os acariciei lentamente enquanto admirava seu rosto sereno.

Sua respiração tranquila batendo em meu rosto fez com que minha mente viajasse até o dia do nosso beijo. Como eu sentia falta dos seus lábios tocando os meus de forma gentil e apaixonada, e das suas mãos me puxando pela cintura para cada vez mais perto. Meu coração acelerou e minhas pernas tremeram somente com a lembrança.

O que eu estava fazendo com a minha vida? No que estive pensando quando resolvi que esqueceria aquele beijo?

Mirei em sua boca carnuda e aproximei meu rosto do seu, sentindo que meu peito rasgaria de tão forte que meu coração batia, mas não me importei, apenas fechei os olhos, respirei fundo e encostei meus lábios nos seus de forma delicada.

Ainda com os olhos fechados, senti uma mão quente em minha nuca me puxando para mais perto, os lábios de Alan se abriram e sua língua deslizou calmamente para dentro da minha boca. Eu estava assustada, pois não imaginava que ele fosse acordar, mas eu não podia fugir agora. Eu não queria fugir. Então apenas mantive meus olhos fechados e correspondi o beijo, deixando que ele ditasse o ritmo que tomaríamos.

Enquanto nos beijávamos, fui me levantando devagar, até ficar sentada na cama com o meu corpo debruçado sobre o seu. Uma das mãos de Alan ainda me segurava pela nuca enquanto a outra me puxava para si pela cintura. Minhas mãos estavam trêmulas, meu coração disparado e meu corpo todo arrepiado.

Eu estava extasiada, como se uma onda gigante tivesse me atingido, como se eu estivesse presa no olho de um furacão... Eu não tinha para onde fugir, meus sentimentos estavam expostos, era como se Alan fosse uma chave feita sob medida para me destrancar, para me libertar de todos os medos que me prendiam.

Afastei-me relutante quando o ar faltou e com um pouco de medo abri meus olhos. Os lábios do moreno estavam inchados e sua respiração ofegante, mas o sorriso que havia em seu rosto denunciava o quão confuso e feliz ele estava.

— Boa noite, Alan — devolvi o sorriso e beijei sua bochecha antes de sair do quarto.

O que eu havia acabado de fazer?

***

— Ester... Querida acorde – chamei a pequena que dormia tranquilamente abraçada com um travesseiro.

— Oi Sophie. – Abriu os olhos lentamente e sorriu. – Já está na hora de ir para o colégio? – assenti.

— Seu uniforme está sobre a cadeira, você toma banho antes de ir? – a morena assentiu, coçando os olhos de sono e se levantou — Ok, eu te espero lá em baixo – depositei um beijo em sua testa e saí fechando a porta do quarto para que ela pudesse se arrumar.

Desci até a cozinha e fiquei conversando com a Sra. Rodriguez para esperar a Ester se aprontar, e então ouvi um barulho na escada. Corri achando que a pequena tivesse se machucado, mas era apenas o Alan batendo o seu gesso nos degraus enquanto tentava descer.

— Essa porcaria... – resmungou. Ele ainda não tinha me visto ali.

— Bom dia. — Ri. — Ainda brigando com o gesso?

O moreno levantou o rosto para me olhar e sorriu. Um dos mais lindos que eu já havia visto.

— Bom dia Sophie. — Subi os degraus e parei ao seu lado, passando um de seus braços pelo meu pescoço.

— Vem... Eu ajudo você.

Alan aceitou minha ajuda, quando estávamos quase no fim da escada ele parou, retirou seu braço do meu pescoço e apoiou as costas no corrimão.

— Tudo bem? — perguntei confusa.

O moreno levou uma das mãos até o meu rosto e acariciou minha bochecha com seu polegar.

— Já faz um tempo que eu quero perguntar uma coisa a você... — Assenti para que prosseguisse. — Quer ir ao baile comigo? — engoli em seco, meio perplexa.

Alan havia mesmo acabado de me convidar para o baile de inverno da escola?

— Eu... Han... O baile? – Ele assentiu.

— Você quer?

Meu coração disparou. Eu não entendi errado.

— Eu quero. — Respondi sem muita certeza do que estava fazendo.

Omoreno sorriu e voltou a se apoiar em mim para terminar de descer a escada.Ficamos conversando e tomando café juntos até a Ester aparecer e eu ter quelevá-la até o colégio.     

Não Diga que Me Ama - Série Fica Comigo (Livro 1)Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon