Capítulo 4

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— Está me machucando! — Gritou Maite.

Alfonso a soltou imediatamente e permitiu que a jovem se afastasse dele.

— De verdade acreditava que poderia me fazer prisioneira sem que lutasse? — Perguntou enquanto esfregava o braço.

O normando se arrependia de tê-la machucado, mas suas palavras provocaram desejos de voltar a sacudi-la. — Desde quando? — Inquiriu, assombrado por sua inteligência e valentia.

— Desde esta manhã.

— Julguei-a mal — Disse com brutalidade. Logo gritou: — Neale!

O homem mais velho apareceu a seu lado imediatamente.

— Milorde?

Alfonso não afastou seu furioso olhar da prisioneira.

— Ao que parece nossa jovem encontrada ontem é muito inteligente. Enganou a todos e esteve deixando pistas. Alerta aos homens, talvez estejam nos seguindo.

Neale cravou as esporas em sua montaria e se dirigiu para os soldados.

O normando a agarrou pelo braço e, ante sua resistência a segui-lo, teve que arrastá-la até sua montaria.

— A quem queria alertar? A seu amante? A seu pai?

— Sim! — Gritou ela. — Sim, sim e sim! E logo, muito em breve, meu pai o atravessará com sua espada, normando, porque é o melhor guerreiro de toda Escócia!

— Seriamente? Então seguro que o conheço. — Ela apertou os lábios com gesto obstinado. — Seu pai não é esse tal Sinclair de Dounreay, tal e como insiste, verdade? Um homem tão insignificante nunca me atacaria e ambos sabemos. Então, a quem está esperando, Mairi? E esse seu nome?

Sua pergunta só obteve silêncio.

Furioso, Alfonso a subiu com brutalidade no cavalo. Ela cambaleou e teve que dar um pequeno salto para diante para permanecer fora de seu alcance. Ao normando isso não importou. Agarrou-a com dureza e a colocou sobre o arreio como se fosse um saco de grão. Logo subiu ao cavalo atrás dela e fez um sinal para seus homens. Imediatamente, a comitiva ficou a meio galope.

Maite fechou os olhos e se deixou levar por um momento de desespero. Não devia angustiar-se. Em realidade, deveria estar eufórica. Tinha enganado ao normando. Mas não sentia nenhuma alegria a não ser um pouco parecido ao terror. O instinto de Maite dizia que o herdeiro bastardo a faria passar por um inferno. Angustiada, não podia evitar olhar de vez em quando para trás com a esperança de ver o exército escocês no horizonte. Mas não viu nada, e a cada milha que percorriam sentia como suas esperanças se afundavam um pouco mais. Onde estava seu pai?

Quando chegaram ao topo de um penhasco, Alfonso parou bruscamente suas montarias, fazendo com que Maite chocasse contra seu poderoso corpo. As palavras do normando sufocaram qualquer protesto que pudesse ter feito.

— Perdeste, milady — assegurou. — Já chegamos. Olhe, aí está Alnwick.

O pavor a invadiu de tal maneira, que nem sequer percebeu que agarrava com força o antebraço de seu captor e que cravava as unhas na cota de malha. Tinham chegado... e ela estava perdida. Adiante se encontrava Alnwick, sua prisão.

******

O sol estava se pondo. Obscurecidos em parte pela penumbra, os muros de pedra de Alnwick pareciam negros e impenetráveis. A fortaleza estava situada sobre uma colina natural rodeada de um cerco inexpugnável cavado pelo homem. Os grossos muros exteriores da zona defensiva do castelo estavam intercalados com altas e imponentes torres de vigia, que resguardavam a torre principal da fortaleza iluminada nesse momento pela tênue luz do pôr-do-sol.

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⏰ Last updated: Apr 02, 2018 ⏰

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