Nós aguardávamos e ele permanecia apreensivo.

— Tem certeza que está tudo bem? — Perguntei colocando minha mão sobre a dele.

— É claro que tenho — Deu um sorriso forçado.

— Olha Enzo, não precisa se preocupar, não há nada demais entre nós. É apenas uma viagem de negócios. — Disse tentando acalma-lo e ele assentiu.

— Sim, é verdade — Sorriu desviando seu olhar para algumas pessoas que estavam no local.

Ficamos em silêncio por certo tempo até a nossa comida chegar, o que me causou um desconforto indescritível.

— Se eu soubesse que nós ficaríamos assim, eu não teria vindo — Bufei tentando não perder a paciência que me restava.

— Uma pena, não? — Ironizou ele e eu revirei os olhos dando um gole em meu vinho.

— Sim Enzo, é realmente uma pena.

Ele não disse mais nada, apenas permaneceu com o sorriso sínico nos lábios e continuou saboreando seu delicioso macarrão.

Minha única vontade era de deixá-lo sozinho com esse jeito insuportável dele. E como eu sempre digo, infelizmente nessa sua dupla personalidade a que mais se destaca é a ruim.

Mal consegui comer pelo fato de estar tão desconfortável com a situação. Olhei para Enzo mais uma vez.

— Então vai ser isso? — Perguntei com um certo medo da resposta.

— Você queria que fosse como? Que eu trouxesse uma orquestra para tocar enquanto a gente comia? — Respondeu ele ainda usando o sarcasmo e aquilo me deixou extremamente irritada.

— Sabe o que eu quero agora? — O fuzilei com os olhos — Que você vá pro inferno, com licença.

Ele me olhou desacreditado com o que eu acabará de falar, então apenas me levantei e segui a trajetória até meu quarto, sem ao menos me importar com que estava deixando para trás.

(...)

Escuto baterem na porta e me levanto já vestida no meu pijama, desanimada porém seguindo firme.

Ao abrir, vejo Enzo, assim como eu havia imaginado.

— O que foi?

— Trouxe pizza de pepperoni, sua favorita — Ele sorriu e eu revirei os olhos.

— Você acha mesmo que trazendo isso vai me conquistar? — Perguntei cruzando os braços.

— Acho — Seu sorriso permaneceu nos lábios enquanto ele erguia sua mão com a caixa.

Senti meu estômago roncar então sai para fora fechando a porta atrás de mim.

— Eu só vou aceitar pois estou com fome — Disse encarando seus olhos e ele assentiu sorrindo.

Nos sentamos no corredor, ele abriu a caixa e eu peguei um pedaço comendo numa satisfação inexplicável.

— Me perdoe pelo jantar — Sussurrou ele e eu o observei — É que desde que perdi Elena não havia passado por nada parecido.

— Por isso estava tão nervoso?

— É exatamente por isso. Eu realmente achei que estava preparado mas... Não, não estou — Disse ele encostando sua cabeça na parede e olhando para o teto.

Quando conheci Ella - Duologia CallegariWhere stories live. Discover now