Capítulo - 2

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David é um rapaz alto, forte, com uma barba bem feita e um sorriso encantador. Seu cabelo castanho e bagunçado é mais uma das características que me chamam a atenção. Mas o que realmente me atraí é o olhar de David. Se eu não fosse tão forte, não teria resistido e provavelmente já teria me jogado em seus braços após encenar um tropeço.

— Você tem certeza que consegue solucionar o problema? Por que assim... — David começa a dizer descrente do que posso fazer e eu interrompo sua fala.

— Se você for falar algo por eu ser uma mulher irei embora e te deixarei aqui com seu carro até alguém parar novamente. Está disposto a esperar mais algumas horas? — Pergunto olhando para ele com total certeza do que disse. Não sou de levar desaforo, ainda mais de alguém que nunca vi e por esse motivo todo o encanto que tinha por ele chega ao fim.

—Não... É que... Desculpe-me. — Pede totalmente sem graça e seu rosto ganha um tom avermelhado, me fazendo soltar uma risada um pouco tosca.

— Tudo bem. — Murmuro.

Dou uma olhada no carro e passo minhas mãos em alguns canos e peças, não encontrando nada que denunciasse, até então, sua revolta em voltar a ligar. Então, elevo meu olhar até o recipiente d'água. Apoio meu peso no capô já aberto e balanço de leve o carro só para ter certeza do que havia acontecido.

— Água! — Falo um pouco baixo me vangloriando do meu feito.

— O que? —David me pergunta confuso.

Solto uma risada, pois achei que ele não tinha notado que havia falado algo.

— Desculpa. Seu carro está precisando de água. Você cometeu um erro comum, não tampou aqui direito e a água começou evaporar de modo que fez seu carro ferver. Então você só vai precisar esperar o motor esfriar para colocar água e tampar muito bem. Ou então ligar para o reboque. Das duas formas, não mexa com ele quente ou pode se queimar e não o deixe ferver novamente.

David me olha surpreso pelo feito, talvez ele nunca mais subestime uma mulher. Principalmente se ela for parecida comigo.

— Não deveria ter subestimado você, fui um idiota. Desculpa. — Ele fala a mim totalmente arrependido do que fez, consigo ver isso em seu semblante. Mesmo o encanto tendo acabado ele faz uma cara de arrependido tão linda que sinceramente estou quase colocando o plano do falso tropeço em prática. "Mantenha-se Luna!", repreendo a mim mesma e volto a mim. — O único problema é que não tenho água aqui.

Dou uma leve sacudida no carro e percebo que a água está abaixo do mínimo e nem se ele quisesse conseguiria chegar a um posto.

— Ainda tem um restante de água. Se o carro for empurrado dá para chegar ao posto de gasolina. Ele fica a poucos metros daqui. Só que sozinha eu não dou conta de empurrar. — Mordo os lábios ao perceber que ele está me olhando da cabeça aos pés. Por algum motivo eu só consigo me perguntar "Será que ainda estou atraente?".

— Acho que vamos ter que pedir ajuda. — Diz David e confirmo com a cabeça.

Caminho pelo acostamento até estar na parte traseira do automóvel e noto que David me acompanha.

Quando passou o primeiro carro, acenei e por sorte o motorista parou.
Assim que os passageiros desceram do carro David os reconheceu. São três rapazes com um estilo bem normal, mas cheios de poder.

— E ai, caras! Vocês saíram agora de lá? — David pergunta a eles enquanto abraça um deles. Acho estranho como os caras se cumprimentam com dois tapas nas costas como se eles estivessem engasgados com algo.

— Pois é, estava bom de mais. Mas e aí o que ouve? E quem é ela? — Pergunta um deles me olhando de cima a baixo com um olhar malicioso.

— Olha só o David! — Brinca o rapaz de camisa vermelha.

Reviro os olhos. Odeio esse tipo de cara e consequentemente, acho que é o tipo de gente que David é.

— Me poupe. — Retruco enquanto saio dali.

Vou pra perto da minha moto e apoio meu corpo nela. Os observo enquanto eles conversam e minutos depois os rapazes começam a vir em minha direção.

— Vamos empurrar esse carro! — Diz o de vermelho.

Posicionei-me ao lado deles com as mãos apoiadas no carro e os ajudei a empurrá-lo.

Em poucos minutos conseguimos chegar ao posto de gasolina e todos eles deram gritos de alegria. Como meu trabalho havia terminado, dei meia volta sem ao menos me preocupar em falar com algum deles e sai andando até onde minha moto estava parada.

Enquanto caminho até próximo da arvore em que a deixei escuto meu nome ser gritado por David, me fazendo parar para encará-lo.

— Obrigado! Você salvou minha vida, como faço para te recompensar?

Inúmeras possibilidades percorreram meus pensamentos em pouquíssimos minutos. Acontece que eu não queria parecer oferecida e muito menos deixar explícito que gostei dele. Também o fato de gostar dele já é um pouco insano depois de ver seu ciclo social em menos de dez minutos. Afinal, ele só perguntou como me recompensar, não quantos filhos iremos ter.

— Você já sabe meu nome. — Falo meio que de imediato a ele antes de colocar o capacete, subir na moto e a ligar.

— Será que algum dia vamos nos encontrar novamente? — Ele me pergunta com total confiança de que isso irá, em algum momento, acontecer e acabamos nos encarando.

— Querido, eu não mando no destino.

Assim que termino minha frase escuto um dos rapazes gritar:

— David, vamos logo cara. Se você demorar mais um pouco, eu não vou te acompanhar!

Mas por algum motivo David e eu continuamos nos encarando e eu sinto uma faísca dentro de mim. É muito estranho sentir isso por alguém que você acaba de conhecer e na tentativa de parar de olhá-lo eu acelero a moto e saio dali, mas não sem antes ouvir David gritar:

— Eu ainda vou te reencontrar, Luna. Você vai ver!


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Surpresaaaaa!! ahshhahsahs Postei um novo cap e saí correndo ehehehhee Isso pode realmente acontecer e segunda não deixa de ter cap novo! E aí já shippam? 
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Ela por TrêsOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz