Já com a latinha em mãos, voltei a caminhar devagar para a mesa onde Eunbi estava e me surpreendi ao olhar para o canto no qual Jimin antes estava e não vê-lo.

Antes de suspirar magoado por perder a chance de falar com ele — pois ele provavelmente tinha ido embora já que não estava mais ali —, meus ombros se remexeram pelo pequeno susto por sentir um sopro na nuca. Depois pequenas mãos cobriram meus olhos.

— Adivinha quem é. — forçou uma voz grossa e eu quis rir, pois eu descobri quem era assim que as mãozinhas estavam na frente dos meus olhos.

— Mingyu? — disse, só para caçoá-lo mesmo. Mingyu era duas vezes mais alto que ele e eu tinha a leve impressão de que Jimin estava na ponta dos pés só para cobrir meus olhos.

— O quê? Não! Sou eu. — ele enfim tirou os dedos e se colocou na minha frente, o capuz do casaco preto gigante estava sobre seu cabelo, que tampava sua testa inteira em uma franjinha adorável.

— Eu sei. — eu toquei sua testa com o indicador brevemente, vendo-o cruzar os braços. Jimin entendeu que eu tinha o caçoado? Pfft.

— Como?

— Aqui. — eu peguei sua mão, sorrindo. — Sua mão é reconhecível.

— "Reconhecível", que palavra estranha... — ri um pouco, ainda mais porque ele estava todo emburrado.

— Eu pensei que você tivesse ido embora. — falei, cessando o riso.

— Já deu o horário, né? — confirmei com a cabeça, trocando o refrigerante de mão pois estava muito gelado. — Mas você estava me esperando, não?

— É. Como você sabia?

— Você ficou olhando para mim e quando eu vim para a parte de trás, ficou me procurando. — ele deu risada, acho que foi porque fiz um bico. Ah, qual é? Ele sabia exatamente de tudo, isso é frustrante. — Você deveria vir falar comigo, porque você espera eu ficar sozinho sempre?

— Você sabe... Eu... — fiz uns movimentos com as mãos, tentando dizer o porquê. No fim ele fez uma expressão confusa e eu não consegui me expressar corretamente. — Ah, sei lá, eu me sinto estranho. É desconfortável.

— Ah... — ele pareceu entender. — É por que não os conhece, certo?

— Exatamente.

— Hm... — quando comecei a andar, ele veio junto. Eu ia entregar a latinha para Eunbi. — Deveria conhecê-los, então.

— Ah, não... Eu... Não. — ri nervoso.

— Deixa de ser tímido, vai, qual é... — cocei a nuca. Só de pensar naquilo eu já queria me esconder dentro de um quarto e nunca mais sair. Sério.

— Acho que não consigo. — murmurei. Chegamos na mesa da Eunbi. — Aqui. — entreguei o refrigerante e ela só acenou, nem olhou na minha cara. Ok, ela estava mesmo de mau humor. — Já vou, ok?

— Ok. — ela disse, sem tirar os olhos das folhas. Peguei minha mochila e voltei até Jimin, que tinha ficado parado um pouco atrás.

— Você consegue sim. Não está falando comigo? É a mesma coisa. — Jimin continuou enquanto caminhávamos para a saída do colégio.

— Ah, mas... São seus amigos... — ri de nervoso.

— Quer ir para uma festa comigo? — ele disse de repente e eu o fitei, enquanto descemos alguns degraus.

— Que tipo de festa?

— Uma festa legal e que toca música boa.

— Defina música boa. — eu só estava enrolando, pois não queria ir em uma festa. Não sem pelo menos o Tae ou Hoseok... Eu provavelmente apenas ficaria excluído em um canto.

Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora