capítulo 3

27 8 8
                                    

Geralmente a falta de bom humor é uma fase do ser humano, na qual está necessariamente irritado, mas no caso do sujeito que está acerca de um metro a minha frente, é característico. Nao o culpo, deve ser horrível habitar um lugar como esse.

Seus passos são ágeis e precisos, firmes e compassados, eles parecem marchar pela passarela de pedras entre o gramado morto. A paisagem se faz monótona a beira do caminho. Grandes muros, cobrem o lugar como uma fortaleza. A grande construção se faz a frente, de  andares sobre postos com janelas quadriculares cobertas por grades de ferro.

Sua fachada é sustentada por dois pilares de pedras, postos um frente ao outro. As letras de aço brilham se destacando no mármore, Neron&Trevor, e seu lema abaixo, A força e aquilo que mantém o inimigo ao chão. Para um lugar cujo objetivo seja a reabilitação, essa frase implica em usar violência, não bem isso que deveriam transmitir.

As paredes internas são esculpidas de pedras grandes e irregulares, o tom amarronzado fazem uma perfeita combinação com os quadros em preto e branco de oficiais militares que vão aparecendo conforme entramos ainda mais o lugar.

Ainda no corredor é possível ouvir o som de vozes, que perecem estar alteradas. Na sala após o corredor, há duas poltronas de couro que fazem posições opostas, ao lado direito tem uma lareira  que expõe logo acima um quadro em preto e branco, de homens uniformizados em posição ereta. Suas mãos seguram armas rente ao corpo. Suas expressões serias, me fazem crer que não se divertiam muito, ou levavam a coisa bem a séria.

Havia uma mulher alta, de cabelos cacheados na altura dos ombros, ela, discutia com o garoto de pele tão branca que parecia porcelana. Seus olhos se estreitaram assim que me viu.   Notando a mudança, ela se virou e veio nos receber.

Caminha em minha direção, como se flutuasse e sem esperar  me abraça. Um arrepio se expalha pela minha pele, quando sua pele completamente gélida encosta discretamente em meu braço. Ela como  o garoto é branca como a neve e suas feições são prefeitas, dando a impressão de que seu rosto foi esculpido e trabalhado com detalhes leves e traços precisos.

_Olá querida, meu nome Rachel Hadwoody, sou a diretoria. Esse é o meu sobrinho Petrick.

Ela abri um sorriso e aponta para garoto branquelo que ainda está sentado. Ao dirigir-me o olhar, ele faz uma cara de deboche e da de ombros se esparramando no assento.

-Mais uma fedelha.

Não consigo evitar, é um completo imbecil. Repito fundo e tento mantar minha atenção fixa na mulher que sustenta um sorriso amarelo pra mim. Com certeza educação nao faz parte do vocabulário dese ser.

_Imbecil.

-O que você disse? Fala se levantando e se pondo em minha frente, como se seu tivesse medo desse babaca.

_ E pelo visto surdo. Olha aqui o garoto ,mida as suas palavras quando falar comigo, ouviu ou eu vou ter que repetir?

_Com quem você pensa que tá falando.

_Chega Patrick, saia daqui imediatamente.

Pisando duro ele sai da sala. Acho que inferno não define bem esse lugar. Tecnicamente é normal encontar problemas para se instalar em um novo ambiente. Porém o que dificulta isso são as pessoas que o compõe, e o que me faz desejar que não possuam comportamento semelhante ao indivíduo.

Que desperdício, era até bonitinho.

_Parece que alguém saiu da casinha.

Corações De AçoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora