Bem Vindos à Cidade de Amber

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O carro desliza pelo asfalto em direção ao nosso destino, estamos na estrada há seis horas e o cansaço da viagem abate todos os passageiros, menos eu.

Me sinto ansiosa com a aproximação de Amber e esse sentimento é mais forte estando no banco do motorista, o pai cedeu há meia em me deixar dirigir, mesmo com os protestos da mãe.

Já tenho carteira de motorista, mas pratico com pouca frequência, então ainda dirijo de forma mecânica, como se estivesse sendo supervisionada por um instrutor cada vez que pego no volante, mesmo quando estou sozinha. O pai está ao meu lado falando sobre dirigir com mas confiança, contudo não ajuda muito.

Vejo as árvores passando rápido ao meu lado e me sinto nostálgica, como se tivesse voltando ao meu lar, mas nunca vivemos perto da natureza, nunca nos mudamos da cidade grande e seus muitos prédios competindo entre si para alcançar o céu.

Acendo os faróis para iluminar o caminho, o sol se põe no horizonte e logo estará escuro.

Vejo uma placa sinalizando que Amber está à 20 quilômetros, logo chegaremos, assim como havíamos planejado, sem ter que parar na entrada para passar a noite.

Me distraio da pista olhando para um ponto branco na linha das árvores, que ganha forma definida conforme me aproximo, uma criança de vestido branco e cabelos loiros. A vejo melhor do que se eu estivesse parada diante dela, pés descalços e um sorriso no rosto.

Assim que passo por ela me viro tentando segui-la com o olha e quando volto a atenção à rua, não estou fazendo a curva e indo direto para uma árvore. O carro bate com força, um tronco atravessa o parabrisas e me atinge. Não sinto dor, não sinto nada, mas vejo meu sangue se esvaindo, cobrindo minhas roupas, minhas mãos, o piso do carro e o pedaço da madeira que vejo cravado em meu abdômen.

Antes de perder a consciência vejo a garota em pé ao lado da minha janela, ela continua a sorri e diz alguma coisa, mas meu mundo está girando e eu não ouço nada.

Antes de perder a consciência vejo a garota em pé ao lado da minha janela, ela continua a sorri e diz alguma coisa, mas meu mundo está girando e eu não ouço nada

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- Lily... Querida, chegamos.

Diz meu pai tentando me acordar.

Sento corretamente e solto o cinto de segurança. Olho em volta e vejo que estou no banco de trás, ao lado do meu irmão.

- Não queria que perdesse nada da primeira vista da cidade.

Olho para fora do carro pela janela e vejo um muro alto que some ao adentrar a floresta nos dois lados e a frente um portão de barras grossas que corta a avenida, fechado por um enorme cadeado.

Um senhor de idade demora para abrir o cadeado, suas mãos tremem enquanto ele tenta enfiar a chave no cilindro do cadeado.

Com o portão aberto entremos na cidade, seguimos por uma avenida ladeada de casas iguais e simples, comércios pequenos, calçadas pouco movimentadas e muitas árvores.

A Cidade De AmberWhere stories live. Discover now